Silva Peneda

Publicado no blog - Legião Invicta



José Silva Peneda escreveu um interessante artigo no JN de 19 de Fevereiro de 2007.

“Os últimos dados acabados de publicar pelo INE são claros. O Norte é a região onde a economia menos cresce e onde o desemprego mais aumenta. No final do ano passado, o Norte atingiu o valor mais alto de que há memória da taxa de desemprego, 9,7%, que é também o valor mais alto do país. O Norte não mostra capacidade para aguentar a pedalada das outras regiões do país, pois até o Alentejo já se apresenta com mais força.
(…)
Em primeiro lugar, há que reconhecer que o Norte não está em condições de competir.
(…)
O problema é, assim, de saber se o objectivo é voltar a tornar o Norte competitivo ou, como alternativa, deixar andar.
A questão é, por isso, política.
Estou convencido de que se o Norte tivesse meios para poder resolver e decidir coisas que Lisboa não tem tempo, sequer para perceber, tudo seria diferente.
Hoje, já não acredito que Lisboa, qualquer que seja o Governo, possa apresentar soluções para um problema
(…)
Basta ver os grandes investimentos públicos listados na página 102 do QREN, a submeter a Bruxelas até 2013, que totalizam um investimento de mais de 13 mil milhões de euros.

Ao Norte apenas caberá 4,6% desse montante, ou seja, cerca de 600 milhões euros, que serão distribuídos por três projectos IP4 Vila Real-Quintanilha, plataforma logística de Leixões e IC 35 - Penafiel Entre-os-Rios!
São estes e só estes os três grandes projectos a realizar no Norte do país nos próximos sete anos.

Estamos perante uma flagrante injustiça, que revela uma enorme insensibilidade política e social perante toda uma região, mas o mais grave é ter de constatar que se trata da prova provada que Lisboa nem sequer entende que, dado o peso populacional do Norte, se este estiver bem, o país estará melhor.

(…)

............ Quem quiser ler a totalidade do texto poderá faze-lo aqui :

Comentando agora o que Silva Peneda escreveu, tenho a dizer que estes números (a serem verdadeiros) são escandalosos, mas não são surpreendentes.

No “norte” reside mais de 37% da população portuguesa, é a região mais miserável, no entanto o governo apenas investirá no “norte” 4,6%.

Investir 4,6% numa região onde reside 37% da população diz tudo.

Passo agora para o fim do texto de Silva Peneda:

“Mas não é possível mobilizar ninguém de uma região quando, à partida, se assiste a uma tão cruel, injusta e revoltante repartição do investimento público.
Por isso, repito, a questão é política.”

De facto, a questão é politica, MAS o partido de Silva Peneda é O principal responsável pela situação actual, todos sabemos que o PSD é capaz de tudo para evitar a regionalização.
O que fará então Silva Peneda?
Será que irá demitir-se do PSD?
Claro que não, afinal de contas o cargo de deputado europeu é um bom "tacho".
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Comentários

O Micróbio II disse…
Aqui se vê o grande valor dos dados estatísticos...
Anónimo disse…
lol o norte é uma autêntica colónia

ai ai como eu veria com tão bons olhos uma independencia e união à Galiza.
Há uma palavra neste artigo que diz tudo sobre os silva penedas do nosso País: HOJE!

HOJE este senhor descobre todo o logro em que incorreu ENQUANTO TINHA RESPONSABILIDADES EM LISBOA e cujos resultados, aliás, agora tanto o escandalizam!

Enquanto formos governados por "inocentes" deste calibre não há maneira de escaparmos aos nossos males!


E faço minhas (alargando-lhes o âmbito) as palavras do Carlos: como seria bom NÃO termos restaurado a nossa independência em 1640!!
Anónimo disse…
Claro... façam uma cruz e coloquem lá o S. Peneda (tal como fizeram ao J.C.) e todos os que votaram contra no referendo. Assim vamos ganhar o próximo, qualquer que seja o projecto apresentado. E nunca se esqueçam: os governos de 1976/78, 1983/5, 1995/2002 e 2005/7, não têm nada a ver com isto... O culpado é o Silva Peneda e uns tantos amigos dele...
Sim, os "culpados" são muitos mais e não apenas aqueles que o esclarecido anónimo anterior refere como "amigos de Silva Peneda", entre os quais presumo que inclua o Presidente do PSD na altura do referendo anterior (M. Rebelo de Sousa, que tudo fez pela vitória do "não") e o actual Presidente da República.


A questão em causa é mais séria e complexa, não se resume nem ganha nada com este tipo de abordagem trauliteira, antes exige reflexão sob estes dois pontos de vista:

1 - A "instituição em concreto" da Regionalização não é uma questão político-partidária, muito menos ideológica, daí ter simultaneamente adeptos e detractores em praticamente toda a largura do espectro político nacional, se bem que, objectivamente, tenha sido mais acarinhada pelos governos do PS do que pelos do PSD (excepção feita aos dos tempos da AD, nos anos 80);

2 - Isso não significa que não esteja a verificar-se uma aparente evolução na classe política portuguesa, que eleve finalmente a discussão acima das conjunturas e das meras estratégias partidárias, dada a profusão de declarações de responsáveis da área social-democrata (Rui Rio, Silva Peneda) ou de quadrantes sociais (Presidente da AEP) no sentido de uma aproximação às teses regionalistas, o que é de saudar.
Corrijo: referia-me obviamente ao Dr. Rui Moreira, Presidente da Ass. Comercial do Porto (e não da AEP).