Poder centralizado trava crescimento

O Norte de Portugal sofre de fragilidade institucional, assume uma taxa de desemprego que estaciona nos dez por cento (e que tende a crescer), apresenta péssimas perspectivas económicas, e ainda por cima, tem pouca massa crítica. As declarações foram ontem asseveradas por António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho (AIM), na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) dentro de uma conferência «Os desafios do Norte: o papel da Universidade» que visou caracterizar a região Norte do País.

Marques principiou a conferência criticando que tudo está centralizado em Lisboa, e encerrou a mesma, afirmando que “o modelo centralizador do País prejudica o Norte”. “O centro de decisão está em Lisboa, e não a Norte, por isso, enquanto assim for, os projectos vão todos para Lisboa”, frisou o presidente da AIM, apelando “ao não conformismo do Norte face à centralização”. “[O Norte] tem que mexer”, exortou.

Para além do centro de decisões estar instalado na capital, tal como acentou António Marques, o Norte não se entende na “pouca” massa crítica que apresenta. “Temos muitas vozes , não há uma só voz na zona Norte”, criticou. O presidente da Associação afirmou que “cada um fala à sua maneira sem ligação específica do que falam”. António Marques referia-se aos líderes municipais e de outras entidades. “No meio disto a competitividade e a territorialização perdem-se no meio dos discursos e ficam entregues ao centro de decisões com sede em Lisboa”, aferiu Marques, reiterando que o Norte está na sombra do País. Por outro lado, o conferencionista propôs que sendo “tudo correlativo”, o Norte poderia organizar-se num cluster - rede - a fim de se desenvolver.

Não obstante, António Marques enfatizar os pontos debéis do Norte de Portugal, também nomeou os aspectos postivos que podem servir de alavanca no crescimento do Norte. “Os recursos humanos são muito importantes para o desenvolvimento da região. A qualificação das pessoas é o mais importante. E o Norte tem a Universidade do Porto, Minho e Aveiro que têm dos melhores profissionais”, aludiu, rematando que “são as competências instaladas a Norte que podem combater a centralização”.


29 Março 2007

Comentários

Da Silva disse…
"O modelo centralizador do País prejudica o Norte"
O modelo cetralizador prejudica o País.
É seguro que a única forma de Portugal se desenvolver com probidade é pela implantação da Regionalização. Portugal desenvolve-se porque as Regiões terão uma preocupação competitiva de desenvolvimento e este desenvolvimento das Regiões fará com que o Portugal se desenvolva como um todo. Por isso, é tão importante para o Norte como para as outras Regiões de Portugal, como a Região de Lisboa e Vale do Tejo que a Regionalização se implante com todas as suas inerente potencialidades.
Os Lisboetas viverão muito melhores se os Nortenhos e os Portugueses das outras Regiões viverem melhor. O centralismo nem sequer aos Lisboetas favorece e prejudica enormemente o Norte e as outras Regiões.
Anónimo disse…
Mas quais lisboetas? Os decisores são quase todos provincianos... O PR é algarvio. O PM é transmontano, educado na Beira. O Presidente da AR é açoriano. Os Ministros e os Deputados, nasceram e cresceram em Lisboa? Haja bom senso...