Ainda o novo modelo de Governação das áreas metropolitanas do Porto e Lisboa.

Como é sabido o Governo apresentou recentemente um projecto sobre o novo modelo de governação das áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, as únicas que sobreviveram e a meu ver bem, da malfadada e inconsequente reforma administrativa "Relvas".

Mal este documento de trabalho foi apresentado recebeu logo um coro de críticas de muitos dos actuais presidentes de Câmara insurgindo-se contra a secundarização da posição dos municípios, pois no modelo de governação proposto, os presidentes de câmara e vereadores ficam impedidos de integrar a junta metropolitana, tendo apenas assento no conselho metropolitano.

No modelo actual, as duas juntas metropolitanas são dirigidas por um colégio de presidentes de Câmara onde as coisas funcionam mais ou menos assim:


Junta dividida sobre proposta do Governo para o metro

O vice-presidente da Junta Metropolitana do Porto, Castro Almeida, afirmou que é “inaceitável” a última proposta do Governo sobre a expansão da rede do metro do Porto. Esta posição do social-democrata Castro Almeida contrasta com a do outro vice-presidente, o socialista Guilherme Pinto, que afirmou não existirem divergências entre a JMP e o Governo. A inserção urbana e a linha da Trofa são os factores de discórdia.

Trofa vai pedir reunião
Contactado também pela Lusa, o presidente social-democrata da Câmara da Trofa, Bernardino Vasconcelos, referiu que vai pedir a Rui Rio que convoque uma reunião da JMP para esclarecer a posição do presidente da Câmara de Matosinhos, dado que, ao contrário do que afirmou Guilherme Pinto, mantêm-se “muitas divergências” entre a JMP e o Governo.

Fonte do Gabinete de Comunicação da Câmara do Porto referiu que Rui Rio, para já, não se pronuncia sobre este processo.

Mário de Almeida, presidente da Câmara de Vila do Conde, insiste no apelo para que se dê continuidade às reuniões realizadas entre os governantes e os autarcas, que envolveram não apenas a comissão permanente da Junta Metropolitana mas, também, os autarcas com assento na Metro do Porto, como é o seu caso e o de Valentim Loureiro. "As questões de fundo tinham ficado resolvidas nessas reuniões", recordou, lamentando que as questões de pormenor que faltará acertar estejam a ser tratadas "apenas com papéis para trás e para a frente e não sejam objecto de uma reunião conjunta onde seriam rapidamente resolvidas". "Andam há semanas a empatar. O problema pode ser facilmente resolvido, mas deve ser tratado à mesa, olhos nos olhos, como sempre defendi", disse o autarca, concluindo que é a região que perde.


A proposta do governo não é boa, mas o modelo actual, claramente não funciona. Vemos que cada um tenta puxar a brasa à sua sardinha. São evidentes os alinhamentos, as estratégias e as fidelidades partidárias. Ora esta combinação de diferentes interesses, faz com que estas entidades metropolitanas NÃO representem politicamente a Região, mas sim AS CÂMARAS da Região.

Quem tem medo da eleição directa destas entidades administrativas?

Comentários

BRAVO!


E na A. M. L. as coisas não são diferentes: a C. M. do Seixal apontou mais de duzentos e cinquenta (sim, 250!) "erros" ao projecto aprovado para a linha do Metro Sul do Tejo. O Governo responde (pelo Ministro Mário Lino) dizendo que, se não existem parques de estacionamento junto das estações dessa linha (uma das principais críticas da Câmara do Seixal), é porque as Autarquias (concretamente a seixalense) NÃO CUMPRIRAM aquilo a que se haviam comprometido com Governos anteriores. Resultado: o M. S. Tejo iniciou-se com um arremedo de "linha" (que não passa de um "coto"...), que obviamente não vai ter nem um terço do sucesso desejado!...


Tudo isto é uma farsa. Começo a convencer-me de que é mesmo nas Áreas Metropolitanas de Lx e Porto que se vai ganhar (ou perder) a batalha pela Regionalização no nosso tempo!
Anónimo disse…
Batalhas perdidas, pois. Daqui por uns anos, não muitos, teremos outra grande batalha perdida. Um aeroporto construido sobre um lodaçal, num beco sem saída...
Anónimo disse…
Por culpa do PS, claro!


Tivessem deixado governar o PSD por mais uns duzentos anos e veriam como tudo se resolveria na ponta da unha.



Basta ver o sucesso da sua continuada "governação" em Lisboa...
Anónimo disse…
Com o PSD teríamos um aeroporto sobre rocha firme, no centro de Lisboa, cinco linhas de TGV barato, Justiça célere e dura para o Isaltino, pleno emprego, bons salários, impostos baixos, em suma, um País de sucesso - o OÁSIS!...
Anónimo disse…
O nível da conversa baixou. Quem governou bem, mal, ou assim-assim, foi dito pelos eleitores, desde 1976. Sempre com razão. Mesmo que tenham optado pelo menos mau, quando não tinham algo de bom. Mas a vitória do PS, não torna o lodaçal da OTA em rocha firme, como as vitórias do PSD não limpam os erros cometidos. Essa lamechice de que os "meus amigos" são puros e competentes e os outros o seu contrário... é mesmo primária. Pois eu acho que PS ou PSD no governo, é quase a mesma coisa. E a diferença é feita pela CGTP. Quando a CGTP ataca o PS, este conta com o apoio do PSD. Mas quando a CGTP ataca o PSD, o PS junta-se à CGTP. O resto são trocos... Lembro apenas que o OÁSIS, tal como o PÂNTANO e a TANGA têm donos.
Para terminar creio que toda a gente sabe que o aeroporto na área Rio Frio/Poceirão, poupa ao estado uns milhares de milhões de euros e demora menos 30 meses a construir. A 25 kms de Lisboa, no entroncamento das linhas do TGV Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto.
E que o PS seja governo por muitos anos... desde que votado pelos eleitores.
Anónimo disse…
Sim, a conversa está mesmo a baixar: agora está ao nível da "banha-da-cobra".


Vá lá, expliquem melhor quem é que está desesperadamente a querer levar o Aeroporto para a outra banda. Quem é que lucra com isso, estando a esmagadora maioria da procura a Norte do Tejo. Ninguém adivinha? Acham que é mesmo a Transtejo?...



Não brinquem com o pagode!



E a conversa pode baixar ainda mais (a pedido de várias famílias): ouviram ontem o que a Manuela Ferreira Leite teve "a lata" de dizer sobre o Metro do Sul do Tejo, cujo contrato foi ela que assinou?
Anónimo disse…
Um Aeroporto não é uma fralda, ou um penso higiénico: não é para comprar e deitar fora!


Num Aeroporto não pesam só os custos de construção! Pesam igualmente os de manutenção e os de UTILIZAÇÃO, que podem parecer não ser directamente suportados pelo Estado (para os merceeiros que só contabilizam a construção), mas que com o passar das DÉCADAS acabam por saír do bolso de todos nós (bem, dos que pagam os impostos, claro)!


E essa de os Governos poderem fazer tudo, por estarem legitimados pelo voto... Bem, um Engenheiro ou um Médico incompetentes não deixam de o ser, lá por estarem inscritos nas respectivas Ordens!


E competência e, sobretudo, sentido de Estado é coisa que tem faltado muito aos "governantes" portugueses dos últimos vinte anos...