Nove anos perdidos

Passam hoje nove anos sobre o Referendo da Regionalização - 8 Novembro 1998.

Quando olhamos para o país que hoje temos, não tenho qualquer dúvida que foi uma oportunidade perdida.

Mas foi, sobretudo, quase uma década em que assistimos a um desenvolvimento anémico e desigual e a um cavar de assimetrias que, numa primeira fase, inclinou o país para o litoral e depois para Lisboa.

Um dia a história julgará todos aqueles que, por meras razões de conjuntura política, e de uma forma deliberada e fraudulenta, sabotaram esta importante reforma politico-administrativa, dando assim azo a que este país evoluísse para patamares quase absurdos de centralismo

Comentários

Al Cardoso disse…
Fez muito bem em colocar essa entrada com negro como pano de fundo, de facto estamos de luto.
Embora tambem eu nao concorda-se com o mapa apresentado na altura, dai poder-se-ia ter evoluido para uma verdadeira regionalizacao!
Anónimo disse…
os Lisboetas bem queriam essa regionalização... como provam os resultados do referendo...

infelizmente o resto do país nºao o quis e os lisboetas ainda têm de levar "opinadelas" sobre assuntos como o TV e o NAL de pessoas que nada têm a ver com isso...
Caro al cardoso,

Estou de acordo consigo. A Regionalização não se esgota com a instituição das regiões administrativas, há depois todo um processo evolutivo de afinação e consolidação do modelo.

Veja-se o caso francês, onde a regionalização foi também chumbada num primeiro referendo e só mais tarde foram instituidas as regiões. Hoje para qualquer francês o seu país é impensável sem as regiões administrativas.

Cumprimentos,
Caro Anónimo,

Eu sou um daqueles que pensam que Lisboa e os lisboetas serão, talvez, os mais sacrificados e aqueles que mais perdem com este modelo politico-administrativo macrocéfalo.

Cumprimentos,
É caso para nunca esquecer QUEM TRAMOU A REGIONALIZAÇÃO!


Mas também é hora de enterrar o Passado e avançar com confiança para o Futuro, que é eterno e, por isso, não se molesta com mais ou menos nove anos...


No fundo, quem perde somos só nós, que fazemos o Presente. Para os vindouros pouco ou nada importarão estes nove anos, como para os franceses hoje pouco ou nada importam os sobressaltos e as vicissitudes por que passou o seu processo de regionalização...


Bom fim-de-semana!