A Nova Regionalização

Antonio Felizes
Coordenador do "Regionalização"

É necessário regionalizar, mas por forma a que tudo faça sentido, sem pressas e reflectidamente. E sempre sem deixar de falar dos custos da não-regionalização.

A regionalização não deve ser entendida como um fim em si mesmo, é um meio, é um instrumento de desenvolvimento.

Se Regionalizar é descentralizar, é desconcentrar, é desburocratizar, é aproximar os eleitores dos eleitos, é "desestatizar" e reformar o Estado, então aceitemos o desafio, desde que as regiões a criar detenham suficiente massa crítica, não sejam homogéneas e não separem o litoral do interior.

Porque não, e sem rupturas, aproveitar o património e a experiência acumulada das Comissões de Coordenação (Regiões-plano), assentar nelas todo o desenho de uma nova estrutura da administração desconcentrada, conferindo-lhes novos poderes na esfera de outros ministérios, por forma a que, também gradualmente, o povo português se reveja nelas e deste modo se regionalize sem sobressaltos.

Em tempo de grande rigor e exigência para Portugal, é imperativo um Estado melhor!
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Comentários

Anónimo disse…
Não posso estar mais de acordo, mas incluir uma espécie de "espólio" das actuais CCDR's na política de regionalizçaão a implementar parece-me ser muito mais do mesmo, nunca para melhor e jamais para assegurar a execução de uma estratégia política de desenvolvimento sustentado e equilibrado.
A regionalização é um processo complexo e de implementação a longo prazo, mas dispensa aproveitamentos burocráticos de organizações que só estão habituadas a gerir papéis. Tais organizações nunca geriram o aproveitamento de recursos endógenos às regiões do nosso País e não têm a experiência de os compatibilizar com os objectivos macropolíticos previamente estabelecidos, num quadro de intervenção em simiose directa e permanente com as populações através dos órgãos legislativos e executivos regionais, isto é, de cada uma das Regiões a criar.
Por tudo o que foi exposto aqui e noutros posts anteriores é que insisto convictamente na necessidade de irmos mais além, com a implementação das 7 Regiões Autónomas, porque nestas coisas da política de longo prazo o barato de hoje sairá muitíssimo mais caro amanhã.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - No final, o mais certo é sair derrotado desta luta que promete ser muito dura, mas nunca será por lhe voltar a cara nem por falta de argumentos objectivos, seja qual for o ponto de vista da análise. Por isso contem comigo, para soluções avançadas, modernas e adaptadas às populações que a regionalização visa servir politicamente. Obrigado por mais esta oportunidade.
Anónimo disse…
Exmo Senhor Almeida Felizes.

Felicito-o pelo seu Blog e por este seu Post.

Consulto-o o todos os dias e quero dar os parabens ao Anónimo 7RA pelo seu esforço até aqui, mas aprecio a sua humildade no seu (PS) final.

Cordiais cumprimentos
Um Regionalista convicto
António Costa
Porto
Anónimo disse…
A luta do Anónimo 7RA é uma luta perdida. Não por ser anónimo, em vez de identificado. Não tanto pelo 7, em vez de 5. Mas sim pelo próprio A (autónomo), em vez de A (administrativo).
E mesmo as 5RA (administrativas) não estão garantidas, segundo as últimas sondagens(?) do Expresso.
A menos que estas tenham sido encomendadas pelo grupo Pró-Pós 2009.
Mistérios...
Caro António Costa,

Agradeço-lhe as palavras elogiosas ao Blog e na sua pessoa, quero também estender os meus agradecimentos a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, vêm colaborando neste repositório de informação e de opinião sobre a Regionalização.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caro Anónimo (01:03:00 PM),

Espero que não seja perdida, atendendo que daqui até lá muita água irá correr debaixo das pontes.
Se o for, tenho a certeza que não será por azelhice (para não dizer incompetência) argumentatitva como a que permanentemente aprecio em alguns "posts" deste "blog", defensores da regionalização administrativa ou de outros tipos de regionalização.
Com efeito, o problema reside sempre mais nas "estruturas" que estão por detrás de certas posições ou teses do que no mérito das argumentações que apresentam. A prova disto mesmo, está na total ausência de argumentos objectivos que tenham contraposto os que tenho disposto a apresentar, preferindo enveredar por caminhos verbais mais próprios do que tenho designado por "comentadores de bancada" e "argumentos de tasca". Por outro lado, mesmo quando está em causa o posicionamento sempre objectivo e correcto de alguns protagonistas de reconhecida competência, como o Professor Doutor Freitas do Aamaral, ninguém deste blog defensor das bafientas regiões administrativas aparece a contra-argumentar ou apoiar tal posicionamento. Limitam-se sempre a dizer o trivial que qualquer pessoa menos interessada na problemática da regionalização a isso se dispõe, por feitio ou por desinteresse pela implementação das políticas que nunca contribuiram para uma melhoria estabilizada e confiante do bem estar individual e colectivo.
Se apoiam uma solução sem bases argumentativas sólidas é porque existem outros factores externos (pessoais, interpessoais, etc.) à problemática autêntica da regionalização que o justifica.
E é por isso que esta luta desigual pode correr o risco de perda para uma solução avançada, moderna, actualizada e mobilizadora como a relativa à criação de 7 REGIÕES AUTÓNOMAS, no território continental. A dicotomia "avançado versus atrasado" é o nó górdio da regionalização nas condições políticas actuais, qualitativamente diferentes de há 32 anos atrás quando a Constituição da República Portuguesa também incluiu a possibilidade de implementar a regionalização através da criação das famigeradas regiões administrativas. Mas vejam bem: ISTO FOI HÁ MAIS DE 30 ANOS. Os defensores da solução administrativa, burocrática, subdesenvolvida e atrasada querem ficar vinculados a uma solução que não trás nada de novo a não ser mais do mesmo com novas roupagens exteriores, mas em piores condições que são as do servilismo administrativo perante a continuidade do poder central e das suas políticas centralizadas e centralizadoras?
Pois, se querem, continuem mas neste blog os que as apoiam são sempre os mesmos, anónimos uns outros não, não vejo aumentar o seu número, ao contrário da solução moderna e autónoma que defendo para a qual verifico, com satisfação, aumentar o número de apoiantes a um ritmo lento mas consistente, para não se estatelar.
Como tenho disto algumas vezes, a procissão ainda está a preparar-se, sabendo de antemão que é muito difícil lutar contra movimentos que têm por detrás estruturas organizadas capazes de incutir bastante força mobilizadora e de outra natureza, tenham a forma de partido político ou não, e pior que tudo, contra defensores de soluções que não dispõem de força argumentativa objectiva para sustentar a respectiva defesa.
Por último, uma referência ao resultado das sondagens, o qual muitas vezes não corresponde ao que, no íntimo, as pessoas pensam ou pretendem decidir em última instância; por outro lado, o momento de divulgação de algumas sondagens nunca é inóquo especialmente se os resultados são dirigidos para públicos leitores sem qualquer preparação específica ou mesmo genérica no tema sondado e os mesmos públicos revelarem uma especial preferência pela sua espectacularidade que é o alimento da superficialidade (a tal "pobreza de espírito")e do "deixa andar".
Por tudo o que foi exposto antes e por todos os argumentos já lançados nos meus "posts" anteriores e, sobretudo, pelos que ainda falta esgrimir que são os de maior peso político e argumentativo, podem esperar os meus adversários uma luta mais que ferrenha para que a solução 7 REGIÕES AUTÓNOMAS saia na fila da frente da "pole position".

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Os meus agradecimentos ao senhor António Costa pela sua referência ao meu posicionamento neste blog, o qual nunca perdeu o sentido da realidade política em que se move, ao contrário dos meus adversários.
Anónimo disse…
Caros António Costa e Anónimo,

Relativamente à minha identificação, já me encontro identificado com dois "posts" colocados pelo coordenador e editor deste "blog". Cada um deles já tem mais opiniões que o "post" do senhor Presidente da CCDR-Lisboa e Vale do Tejo e outros que andam por aí, cuja entrevista nunca teve, pelo menos até hoje, o contributo apoiante dos defensores das famigeradas e bafientas 5 regiões administrativas, baseadas nas actuais chamadas 5 regiões plano.
Deixaram o senhor a falar sózinho, sem manifestarem concordância nem discordância alguma; isto é, uma neutralidade absoluta.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Se perdermos a regionalização, perdemos a última oportunidade que nos resta de sair da cepa torta... se queremos viver na república das bananas, da politiquice barata e das soluções de fachada para as assimetrias regionais, isso é uma decisão que fica para nós, Portugueses, qualquer que seja a nossa região... Se queremos que seja Lisboa, que está lá longe, a decidir fechar as urgências, as maternidades, as escolas e sei lá mais o quê no sítio X ou Y, onde nunca puseram os pés, isso é lá convosco, os que votam não. Espero que tenham consciência disso. E somos nós, os do Interior e também as pessoas do Norte que mais temos a ganhar com a Regionalização. Está na altura de sair da bruma, e deixarmos de acreditar em tudo o que nos impingem. Está na altura de mudar de mentalidade. Ou então, mais vale vendermo-nos à Espanha. É muito triste dizer isto, mas já há muita gente a pensar assim. Eu ainda não sou um deles, e acredito que, se começarmos já, ainda podemos mudar isto. A ver vamos...

Já agora, aqui ficam mais dados para pensar:

Índice de Poder de Compra Concelhio (IPCC)
Almeida (Beira Interior): 69,98
Guarda: 92,15
Porto: 164,26
Lisboa: 216,04

(INE/2005)

Anónimo (Beira Interior), pelas 7 regiões
Anónimo disse…
Ferreira do Amaral sobre o IP5 (Aveiro-Vilar Formoso):

em 1987, quando inaugurou o primeiro troço do IP5 (Talhadas-Albergaria), João Oliveira Martins, na altura ministro das Obras Públicas de Cavaco Silva, teve consciência de que a estrada se esgotava no exacto momento em que abriu ao tráfego:
-"Pensámos imediatamente no alargamento, nomeadamente em transformar o IP5 numa auto-estrada, chegámos mesmo a fazer expropriações para o efeito", reconheceu ao PÚBLICO, também em 2003.

-"Era evidente desde a primeira hora que a ligação de Aveiro a Vilar Formoso tinha de se fazer por auto-estrada", reforçou Ferreira do Amaral, outro ministro das Obras Públicas da era Cavaco.

-"Concluímos que uma duplicação do IP5 não seria bem sucedida." Nos anos seguintes, contudo, surgiram "outras prioridades". A construção do IC19, da Ponte Vasco da Gama e a conclusão da Via de Cintura e Interna (VCI) do Porto sobrepuseram-se a uma reivindicação nacional.
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Mais um exemplo da politiquice barata e das soluções de fachada que vos falei no post anterior. Estes políticos são uma vergonha para Portugal.

Esta política assassina condenou mais de 400 pessoas à morte com a construção do IP5, com a plena consciência de que o estava a fazer. E nós, da Guarda, do Interior, fomos mandados às malvas, para chegar a qualquer sítio lá tínhamos que subir e descer o Alvendre, a solução economicista para fazer chegar a via rápida à Guarda sem ter de construir um túnel. Pois é. É capaz de ser mais importante construir uma ponte sobre o Tejo.

Em 2001, lá se desbloqueou a duplicação do IP5, mas nem por isso se construiu o Túnel da Guarda... não... se calhar é mais importante construir a variante a Vilar Formoso: 2 kms de auto estrada que nos fazem poupar cerca de 30 segs!!!! na passagem pela fronteira, eliminando-a quase por completo, e colocando de rastos toda a economia da nobre vila de Vilar Formoso, que vive da fronteira e é um ponto privilegiado de comércio para Portugal. É mais importante construir cinco, ou dez, ou vinte circulares externas à cidade de Lisboa. Porque é para aí que vão os milhões...

Anónimo (Beira Interior), indignado com este centralismo lisboeta e este país de fachada.
Anónimo disse…
está ver como a IP5 é importante para ligar Aveiro a Vilar Formoso!!!???
ligar o litoral ao interior..
dou-lhe 100% de razão.
Se houvesse uma Região Centro há muito, isto já estaria resolvido..
Anónimo disse…
Cairam como patos; por isso, ninguém pia
Anónimo disse…
Anónimo, Beira Interior,

Admiro a sua combatividade e a pertinência das suas posições, sempre muito bem e objectivamente fundamentadas, ao contrário dos correlegionários das 5 Regiões Administrativas.
Entretanto, queria dar-lhe a conhecer os resultados do 1º. assalto do 1º. round, relativos à minha intervenção neste blog.
Como sabe, na sequência da palavra de ordem daqueles correlegionários, intitulada "NINGUÉM PIA", o resultado daquele 1º. assalto foi o seguinte:

pró-7 Regiões Autónomas - 1
pró-5 Regiões Administrativas - 0

Vai iniciar-se o 2º. assalto do
1º. round e, como previa, resolveram partir ao ataque nas condições que lhes são habituais.

Como sempre vou esperá-los nas curvas.

Assim vai ser.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Ninguém duvida da necessidade imprescindível da regionalizção, mais para criar condições de desenvolvimnto em todas as Regiões para além do território actualmente integrado na Área Metropolitana de Lisboa. Mas isto não garante que essa regionalização conduza às melhores condições de desenvolvimento, apesar de ser já algo muito melhor que a situação actual, de contornos centralizados e centralizadores absolutos. Tudo vai depender dos protagonistas políticos que nos aparecerem para executar os programas políticos que apresentarem ao eleitorado. Somente este é que tem poder de decisão sobre o que considera recomendável executar do programa político a submeter a sufrágio universal.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Será este o capitulo final do livro?
GaD!!!
Anónimo disse…
Snr. Felizes,

Agora reparei no título do seu texto "A Nova Regionalização" e fiquei um pouco confuso. Então não são as 5 regiões plano que vão ser criadas ou está prevista outra solução? Pode-me esclarecer?

Muito obrigado

Anónimo VdA
Caro Anónimo Vda,

Como sabe é ao poder político - Governo e Assembleia República - que compete legislar sobre esta matéria. Neste momento é consensual entre os dois maiores partidos um modelo de devolução de poderes assente em 5 regiões administrativas.

Todavia, convem perceber que as delimitações territoriais das futuras regiões administrativas, podem não ser, exactamente, coincidentes com as actuais CCDRs.

Interessa, também, não perder de vista que a regionalização não é algo que se institui e já está, é antes um processo e como tal, à semelhança do que aconteceu em França, o modelo inicial tenderá a a corrigir-se e a evoluir para novos patamares de autonomia e de atribuições e competências.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Muito bem. Agora compreendi melhor o que se quer atingir com a regionalização. De qualquer modo, se diz que é um modelo de devolução de poderes então isso quer dizer que já houve antes regionalização só que eu próprio não a vi.
Concordo com o senhor que isto é um processo, mas um processo de um projecto de maior alcance, sei lá político ou outro ou só por si basta para campanhas e mais campanhas e continuar a gastar dinheiro sem se fazer nada, mais a habitual confusão.

Muito obrigado.

Anónimo VdA
Caro Vda,

Apenas um pequeno esclarecimento sobre o conceito de devolução de poderes. Assim temos:

"Os interesses públicos a cargo do Estado, ou de qualquer outra pessoa colectiva de fins múltiplos, podem ser mantidos pela lei no elenco das atribuições da entidade a que pertencem ou podem, diferentemente, ser transferidos para uma pessoa colectiva pública de fins singulares, especialmente incumbida de assegurar a sua prossecução.

Considera-se como “devolução de poderes” o sistema em que alguns interesses públicos do Estado, ou de pessoas colectivas de população e território, são postos por lei a cargo de pessoas colectivas públicas de fins singulares".

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Já percebi, embora me pareça assim mais transferência que devolução de poderes, mas percebi.

Muito obrigado.

Anónimo VdA
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,

Como referi antes, estou a comentar o que vale a penas no lugar onde foi inscrito o respectivo post. Repito que não responderei a comentadores de bancada nem conversas de tasca.
Como sabem o 1º. assalto do 1º. round resumiu-se a um KO simples, com o seguinte resultado:
pró-7RA - 1
pró-5RA - 0
remetendo os nossos opositores para um silêncio suspeito, através da palavra de ordem divulgada e abusada: "NINGUÉM PIA". Na verdade, não vejo ninguém a piar mas a irem concordando devagarinho antes que seja tarde de mais.
De qualquer modo, prevejo que a defesa das 5 regiões administrativas vai atingir o seu auge nos próximos tempos porque as intervenções irão multiplicar-se exponencialmente a favor daquela solução bafienta e daí a necessidade de inciarmos, desde já, o 2º. assalto deste primeiro round.
Portanto, apoiantes e opositores preparem-se.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)