A regionalização ainda pode salvar o Interior?

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Quer no mundo desenvolvido, quer nos países em vias disso, o crescimento urbano tornou-se avassalador.

Portugal não é excepção. Nestes últimos 30 anos, a cidade de Lisboa afogou-se por completo na muralha suburbana que a circunda. Não fora o Tejo e esta cidade perdia o ar e o encanto da sua luz. Enquanto no litoral a muralha se agigantou, no interior o mundo rural continuou rural, basicamente, porque não se desenvolveu e se despovoou brutalmente. As cidades médias, embora tivessem crescido, não geraram, salvo algumas excepções, a dinâmica suficiente capaz de inverter a desertificação dos campos e das aldeias envolventes.

O atrofiamento que se vive em mais de metade do país não deveria ser encarado como irreversível. No entanto, quando se observa que o próprio Estado é um agente catalisador dessa tendência regressiva, ao tomar medidas que afectam profundamente algumas localidades do interior, perde-se a esperança do país mudar.

As medidas que podem até fazer sentido para a resolução da situação financeira do país, perdem razão de ser quando impõem os mesmos critérios às cegas, independentemente do contexto local e regional. Os nossos políticos olham de cima para o país e vêem um pequeno rectângulo. E como têm brincado com este rectângulo nestas últimas décadas! As políticas têm mudado muito, mas todas padecem do mesmo autismo: são uniformes e concebidas para uma homogeneidade que não existe, nunca existiu.

Era importante começar a agir politicamente de modo diferenciado. Curiosamente, para este governo essa diferenciação só se justifica no caso das auto-estradas. O alcatrão é assim tão decisivo para o desenvolvimento regional? É por estas e por outras, que vale a pena voltar a debater a regionalização e os possíveis modelos de descentralização.

Renato Carmo
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Comentários

Anónimo disse…
As Auto-estrdas são importantes para o interior e a partir delas para o exterior.
Po elas são levadas mnais empresas, logo mais desenvolvimento, mais empregos, mais meninos para Portugal.

O que choca, é que essas não sejam alvo de atenções desde o Sr. Silva, sem ter em conta o interior, por exemplo a A2, A4, Ip5, para não ir mais para beixo, e temo-lo agora a falar de falta de natalidade que é gritante no interior, com um ministro a fechar as maternidades.

É preciso arrancar as ervas daninhas, neste Jardim à beira mar plantado.

Viva a Regionalização..está quase.

Anónimo 4
Anónimo disse…
Se a implementação da regionalização for realizada, com a criação das Regiões Autónomas (7-sete), no território continental, a partir das Regiões Naturais, a probabilidade de nos desamarrarmos do atraso crónico é muito elevada.
O que é mais importante consiste em vermo-nos livres de políticas centralizadas e centralizadoras, desastrada e desesperadamente defendidas por personalidades de diferentes campos de conhecimento e de especialização, ainda com muita influência, pelo menos e ao que se sabe, nos órgãos de comunicação social.
A regionalização tem de ser concebida para eliminar dequilibrios de toda a natureza e fomentar centralidades equilibradas e controláveis, em todas as vertentes políticas, à excepção dos temas especificos de soberania.
"Requiem" para as regiões administrativas (que raio de nome com "bafio" tão burocrático).

Anónimo pró-7RA
Anónimo disse…
pró-cinco...
7 fica mais caro e então se atender ao 7 em pecados mortais, verificará porque o 7 levou um risco.

Anonimo 4
Anónimo disse…
Para o anónimo 4,

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.

Mas, a propósito de caro; então, presumo que já fez as contas?!!!

Deixe-se de balelas e não seja complexado, meu caro Anónimo 4; abra os olhos e veja com olhos de ver, ouvir, apalpar e sei lá que mais o esbanjamento de recursos (todos) ao longo da nossa (às vezes muito triste) história.

Bom ano.

Anónimo pró-7RA
Anónimo disse…
Ninguém pia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!