O Norte é pobre e estará em declínio?

Carlos Lage diz que há “cegueira” quando se fala do Norte com as palavras “pobre e declínio”

A CCDR-N vai criar um pelouro de economia do conhecimento e de internacionalização, iniciativa que surge a par de um Plano de Acção que visa elevar a capacidade exportadora e de entrada das empresas da região Norte em outros países através da criação de filiais.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) considerou ontem que é um “erro teórico” e que há “uma dose de cegueira” quando se identifica a região Norte como uma zona pobre e em declínio.

Carlos Lage rejeitou a classificação, argumentando que as regiões tidas como pobres ou subdesenvolvidas são as que “têm pouca produção, regressão populacional e actividade cultural”. “Uma região com 41 por cento do total de exportações do País não se pode considerar votada ao fracasso, isso seria uma espécie de cegueira”, frisou, sustentando que “para a região Norte exportar é viver”.

Tentando desta forma contrariar a visão generalizada que especialmente nos últimos anos tem proliferado sobre a região, Carlos Lage anunciou que, no âmbito da CCDR-N, está a ser criado um pelouro de economia do conhecimento e de internacionalização “para entrarmos no circuito e sermos capazes do contacto com as instituições”.

Tendo em conta a propensão exportadora da Região – entre 1993 e 2005 as exportações atingiam o valor dos 46 por cento e em 2006 de 41,9 por cento do total nacional –, a responsável defendeu que esta característica tem de ser aprofundada. E mais do que exportar, as empresas do Norte têm de dar o salto para a internacionalização que poderá acontecer nomeadamente por via da abertura de filiais em países estrangeiros.

no "Primeiro Janeiro"
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Somente quem manifestar um total desinteresse pelas coisas da política e da regionalização é que ignora as condições em que certas REGIÕES do norte de nosso País estão no palno inclinado do declínio e da desarticulação económica e social, muito embora mais umas que outras pelas razões ancestrais que todos conhecem.
Por outro lado, também só ignorará a situação descrita quem já se convenceu do desânimo que as coisas da política tem vindo a provocar nas pessoas porque as acções desencadeadas pelos seus responsáveis têm contribuido mais para atar do que para desatar os problemas de vária que acabam por nunca se resolver. O número deste tipo de observadores, desencantados com tudo o que se relacione com a política, está em forte crescimento e é sintomático o facto de menos de 2 milhões de pessoas terem assistido à última entrevista do senhor primeiro ministro concedida a um canal de televisão.
Por último, quem tem responsabilidades nos organismos de coordenação regional não pode ignorar os sinais dessa desarticulação que pôem em causa unidade e coerência de desenvolvimento regional, mesmo no âmbito da área de jurisdição de uma qualquer CCDR que terá de se orientar muito mais para acções do que para a criação de pelouros.
Chegados a este ponto, tais acções serão muito mais eficazmente postas em prática com a criação e implantação da Regiões Autónomas, mas sempre sem o contributo orgânico e administrativo das CCDR´s cujo contributo terá mais a pertencer à história do desenvolvimento regional do que a uma participação no desenvolvimento regional a pôr em prática pelas Regiões Autónomas.
Sobre este tipo de participação são inúmeras as intervenções neste blogue a defender a extinção das CCDR's e nunca a "transcrevê-las" para o quadro da política de regionalização suportada pelas Regiões Autónomas.
Finalmente, a canção "Venham mais 5" deverá continuar uma canção de de José Afonso que é precisamente o lugar de eleição a ocupar no panorama da música portuguesa e nunca como um hino para justificar a badalada e inconsequente regionalização com base nas 5 regiões administrativas e também como forma de RESPEITAR o conteúdo e o sentido da obra literária e musical daquele autor.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - A este propósito do plano inclinado da desarticulação social e do subdesenvolvimento, é muito recente um estudo da SEDES segundo o qual o nosso País está em risco elevado de uma grave crise social. Seria bom que partes significativas desse estudo fossem para aqui transcritas, a fim de os centralistas verificarem os efeitos das políticas que defendem e alguns regionalistas reanalizarem as suas posições quanto à natureza e finalidade das Regiões em termos de uma regionalização autêntica e com finalidades concretas, sabendo que os efeitos de 5 Regiões Administrativas e de 5 Regiões Autónomas são qualitativa e quantitativamente diferentes, muito diferentes.
Anónimo disse…
Tem razão senhor Lage.
Anda tudo errado.
Região europeia rica é a Moldava. Pobre, ou em vias disso, é o Luxemburgo.

Pobre é o Paulo Teixeira Pinto que ficou desempregado, quando saiu do BCP? E o Almerindo das Estradas com salário triplicado?

Rico sou eu, a quem o grande Sócrates, esmifra tudo o que pode, pagando-me este mês, menos 11 euros que em Março de 2006.

Pobres, estão os habitantes da REGIÃO NORTE. Não são os Belmiros, nem os Amorins, nem os dos ferraris, mas é uma grande percentagem.
É preciso ter os pés bem assentes na terra. Não disfarçar. Isto está muito mal.
Sócrates e Lage, vivem no país das maravilhas... o resto da malta, não...
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Dirigindo-me a todos estes intervenientes no processo político da regionalização, admito que será muito difícil uma compatibilização de opiniões e ideias convergentes a uma solução adequada para a regionalização.
Os aspectos individualizados referidos pelo anónimo disse ... das 11:48:00 PM, a evitar referi-los, são a directa consequência de políticas centralizadas e centralizadoras que o mais recente estudo da SEDES vem dar a conhecer, em circunstâncias qualitativamente sociais muito mais
degradadas que há anos atrás, numa evolução em que a degradação quase generalizada (a "cepa torta") tem sido um denominador comum.
Mais uma vez, a regionalização tem de avançar rapidamente com a criação das 7 Regiões Autónomas, a saber:
* Região Autónoma de Entre Douro e Minho
* Região Autónoma de Trás-os-Montes e Alto Douro
* Região Autónoma da Beira Litoral
* Região Autónoma da Beira Interior (inclui o distrito de Viseu (parte) e não esqueçam nem confundam as coisas naturais e históricas)
* Região Autónoma da Estremadura e Ribatejo
* Região Autónoma do Alentejo
* Região Autónoma do Algarve
Daqui por algum tempo, com respeito pelas delimitações geográficas, históricas e culturais de cada região, apresentarei os concelhos que integrarão cada Região Autónoma, para que as dúvidas se evaporem, em definitivo.
Por outro lado para confirmarem a coerência e objectividade de serem apenas as 7 Regiões Autónomas propostas, com os respectivos concelhos associados, a solução adequada e equilibrada à implementação da regionalização.
Mas, finalmente, aimplementação deste processo político complexo vai arrastar consigo a restruturação essencial da Administratição Pública e o redesenho dos órgãos do poder central para uma maior simplicidade, objectividade e responsabilidade, não só própria como subsidiária com os novos órgãos regionais de poder e suas extensões locais (municípios e freguesias).
Ninguém pense que é só preciso implementar a regionalização, pois o trabalho ficaria incompleto e os riscos de "falência" de todo o processo acabariam por ser muito elevados. Convençam-se que é também necessário implementar aquela reforma complementar ao nível da Administração Pública e dos órgãos de poder central, a fim de se tornarem mais receptivos e funcionais às propostas políticas das regiões e mais assertivos nas respectivas acções decorrentes das suas competências exclusivas e partilhadas.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)