Problemas da Regionalização

Já é azar de mais. Numa altura em que Setúbal esperava a sua Carta de Alforria com a Regionalização eis que os políticos a querem novamente fazer perder a sua importância natural integrando-a e submetendo-a à "pata" de Lisboa e da sua macrocefalia.

Para perder importância antes seria melhor ficarmos como capital de distrito ou, na melhor das hipóteses da Península. Mas as forças políticas - entre as quais os deputados eleitos pelo Círculo de Setúbal - que deveriam ser os primeiros a defender a Região, aceitaram pacificamente, passivamente a menorização de Setúbal em benefício da hegemonia da capital.

Até na Regionalização Setúbal foi secundarizada fazendo beneficiar a capital de todo o seu potencial em vez de este servir para a sua própria promoção.

Tínhamos a secreta esperança de titularmos uma Região; por mérito próprio, pelo nosso porto, pelas nossas indústrias, pela nossa vitalidade produtiva. Mas não. Continuam a tirar-nos tudo.
(...)

Rogério Severino
(texto retirado de setubalnarede)

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
(e, em especial)
Caro Rogério Severino,

Setivesse que fazer uma apreciação qualitativa deste tipo de intervenções, diria que são exactamente estas as que:
1) Não adiantam nada
2) Não atrasam nada
3) Inviabilizam tudo
Há cerca de 15 anos fiz parte da Comissão Executiva do I Congresso de Empresários de uma região do País. De início, toda a gente queria ter um lugar, se não fosse na comissão de honra, teria de ser na comissão organizadora, se não fosse nesta teria de ser na comissão de almoços e jantares, etc, etc. Para reunir o consenso que era alinhar os pontos fundamentais de uma agenda tendente ao desenvolvimento das empresas da região foi o diabo, por causa dos ciúmes e invejas entre algumas cidades, as do litoral e as do intrior e entre as do litoral e as interior.
Depois de muitas reuniões e de muitas intervenções deste vosso regionalistas, lá se conseguiu o consenso para os temas, para os intervenientes, para os lugares da mesa do congresso, para o local do congresso e a sua realização foi um êxito, depois de dirimidas questões levantadas RIDÍCULAS por estes ou or aqueles.
Sabem o que perdurou até hoje? Exactactamente as causas e os factores que determinaram a realização desse congresso de empresários, ou seja, nada de "ESSENCIAL" NAS POLÍTICAS ADOPTADAS PARA A ECONOMIA E PARA A SOCIEDADE ATÉ HOJE, com os resultados que todos acabamos por conhecer, sempre que se publicam estatísticas.
Como as 5 Regiões Adiministrativas assegurarão essa continuidade, JÁ SE ESTÁ A VER QUE NUNCA FUNCIONARÃO COMO INSTRUMENTO POLÍTICO DE DESENVOLVIMENTO.
Agora, os mais empedernidos questionam: então, diga lá, o que acontece com as 7 Regiões Autónomas?
Claro que digo, a isso nunca me furto, só quero travesseiro, renunciei ao lençol, deixem o fantasporto (isto é, os telejornais diários), levantem-se do sofá, tratem toda a gente com bons modos e consultem as minhas intervenções anteriores neste blogue.

Assim seja para umas coisas, mas para outras nunca, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)