Também na Guarda

Álvaro Amaro e Joaquim Valente defendem regionalização Álvaro Amaro e Joaquim Valente são defensores da Regionalização

No Distrito da Guarda, as opiniões sobre a realização do referendo dividem-se. Enquanto que o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Álvaro Amaro, um “regionalista convicto” remete o referendo para 2009, o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, defende que o Governo deveria avançar com a sua aplicação sem ser necessário submetê-la a nova consulta popular.


Álvaro Amaro considera que “não tem sentido estarmos a discutir esse assunto a meio desta legislatura”, admitindo que “estarmos agora a discutir o assunto é estarmos a contribuir para que os portugueses se distraiam dos temas importantes da nossa sociedade, resultado de uma governação socialista autoritária, com desprezo total pelas pessoas”.


Assim, na opinião do autarca que também é presidente da Comissão Política Distrital do PSD da Guarda, o assunto deve ficar para mais tarde”. “Os partidos devem apresentar-se nas eleições de 2009 a dizer o que pensam sobre a regionalização. Eu defenderei que o PSD apresente a proposta de referendo logo no primeiro ano da próxima legislatura.
Ou seja, se as eleições forem em Outubro de 2009, que no ano de 2010 nós estejamos a fazer um novo referendo sobre a regionalização”, disse.

Álvaro Amaro justifica a sua posição a favor da regionalização por considerar que “é a reforma política, em termos de reorganização do Estado, que importa fazer.
Através dela e da força cívica em cada uma das regiões, é possível, de uma vez por todas, esbater as diferenças entre as zonas para onde o investimento do Estado e o investimento privado foi canalizado ao longo destes 30 anos”. Uma situação que no entender do autarca “tem conduzido a um fosso, cada vez maior, entre o Interior e o Litoral”.

“Acredito, há muitos anos, numa Região Centro forte e, por isso, foi também com a mesma convicção de regionalista e apoiante das cinco regiões , que em 1998 combati aquele desastrado mapa socialista no respectivo referendo”, recordou, defendendo que os partidos devem discutir a questão “tranquila e seriamente”.


O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Valente, mostra-se favorável à regionalização, defendendo que o Governo deveria avançar com a sua aplicação sem ser necessário submetê-la a novo referendo.

“A regionalização não devia ser referendada, deveria ser implementada com base na própria constituição da República”, defende.
“Estou de acordo que a regionalização se faça e defendo a Região Centro”, adiantou o autarca que considera que a Região Centro, “reúne condições geográficas e caminhos de desenvolvimento que justificam a sua criação”, tendo por base a actual Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR).

No entanto, ressalva que a criação da futura Região Centro só faria sentido se fosse “consolidada e suportada pela elaboração de Planos de Ordenamento de Território Regionais, que pudessem contribuir para que houvesse uma diminuição das assimetrias regionais”.


“Defendo a Região Centro e a área territorial da Região Centro, como região de charneira entre o Norte e o Sul”, acrescentou, admitindo que “possui características próprias e naturais” para se afirmar como tal.


Sobre o futuro mapa regional, do ponto de vista do autarca do PS, o país deveria ficar dividido em região Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
“O mapa das regiões não andará longe disto”, admitiu também o presidente da Câmara Municipal da Guarda.


Fonte "Jornal A Guarda"
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Comentários

Duas opiniões responsáveis, mas de valores distintos.

"Os Partidos devem apesentar-se às próximas eleições dizendo claramente o que pensam da Regionalização" (Álvaro Amaro): eis o essencial.


"Fazer a Regionalização sem Referendo, como está na Constituição": frase que se auto-anula na sua total incoerência (desconhecimento?!!)...
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
em especial
Senhor A. Castanho,

Insisto no que disse no "post" em resposta às afirmações da Senhora Doutora Elisa Ferreira. Continuam as "sábias palavras" de alguém que já teve funções governativas e nada.
Como sabem, nas empresas privadas e parece que também nas públicas (ainda bem, mas com muito atraso), os gestores são avaliados (e se não são ainda, deveriam sê-lo rigorosamente) pelos objectivos a que se proposeram e CONSEGUIRAM ATINGIR.
Em termos de regionalização, mesmo a inócua administrativa, nenhum político outrora governante, até hoje, deu qualquer contributo para essa finalidade, razão pela qual perderam toda a autoridade para falar-se ssobre esse assunto e, se tivessem um pouco de vergonha, nem sequer se atreviam a tocar ao de leve no assunto.
Não me venham com a lengalenga habitual da gestão do aeroporto pelo Norte, com os investimentos no porto de Leixões para uma terminal de passageiros de turismo, para reforçar o "papel político" da região e de início de um período de avanço da regionalização.
Só tenho a comentar que os políticos com responsabilidade não façam das populações o seu "bombo de festa" porque as pessoas não são parvas, por mais que aparentem, como aconteceu agora com a descida injustoficada e precipitada de 1% no IVA.

Assim não tivesse, mas foi, e de que maneira.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Isto não faz sentido nenhum. Estou muito triste por ver estes "caciques" do centrão da Guarda dizerem coisas destas. Desilude-me que coloquem os interesses partidários à frente dos interesses do nosso distrito, da cidade da Guarda, da nossa região que é a Beira Interior. Não quero que as coisas fiquem na mesma, não quero que a nossa região raiana, plena de potencialidades, continue a andar a passo de caracol, a ver o as últimas carruagens do "comboio da Europa" a passarem em Lisboa ou e Coimbra, fazendo um "efeito túnel" na Guarda. Regionalizar é trazer o poder para onde ele é necessário, para o terreno, para os fundos serem aplicados com conta, peso e medida. Por isso defendo uma Beira Interior como região prioritária quanto à atribuição de fundos nacionais e europeus, gerido por nós, beirões-interiores, e pelas instituições regionais sediadas na Guarda, na Covilhã e em Castelo Branco. Mas não nos dão ouvidos. Sem consultar ninguém, sem saber a opnião do povo, seguem religiosamente os capatazes Sócrates e Menezes, que preconizam um suposto "consenso" sobre um modelo traçado a régua e esquadro, com o qual ninguém se identifica. Depois admirem-se se houver "surpresas".

Não podemos deixar o Interior para trás. Contra a desertificação, pela Regionalização,
Anónimo (Beira Interior), pelas 7 Regiões