O centralismo do QREN

Quem diz que o QREN não está centralizado está a mentir

E haverá alguém que o diga? Só se foram as pessoas que em Lisboa centralizam as verbas que deveriam vir de Bruxelas directamente para o Norte... Mas veja-se, como a história fornece duros ensinamentos... Se fosse hoje, o Presidente da Associação Industrial do Minho teria votado a favor de fosse qual fosse o mapa da regionalização... Mas quem diz o que pensa, mudando o que diz porque mudou o que pensa, é gente séria... Diferente são os que são pela regionalização quando isso serve de bandeira eleitoral e depois, chegados ao poder, trata de a embainhar...

O presidente da Associação Industrial do Minho não tem dúvidas de que as decisões do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) passam excessivamente por Lisboa. "Quem disser que o QREN não está centralizado está a mentir", diz este militante do PSD desde 1976, para quem é urgente a criação da reforma administrativa do país e a criação de regiões.

Céptico do mapa apresentado há uma década em referendo - e defensor do esquema de cinco regiões coincidente com a área de cada uma das comissões de coordenação regional -, Marques assumiu que, se fosse hoje, até teria votado a favor daquela proposta. "Venha o mapa que vier, qualquer coisa seria melhor do que o que temos agora", garantiu numa entrevista ao PÚBLICO e Rádio Nova a publicar amanhã.

O convidado do programa VoxPublica - emitido hoje, entre as 10h00 e as 11h00, pela Rádio Nova - foi eleito no final de Março para um terceiro mandato na liderança da Associação Industrial do Minho, uma entidade que reúne 1600 empresas de uma das mais dinâmicas e exportadores regiões do país, mas que atravessa uma crise nos designados sectores tradicionais.

Há uma semana, o presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, afirmou que "os empresários têm receio de ser penalizados, num quadro comunitário muito centralizado, se não agradarem ao Governo", mas, para António Marques, o que Menezes quis dizer foi mesmo que "hoje as decisões estão muito centralizadas". "Há uma certa concentração da decisão, sobretudo na capital, e isso leva a que o poder gere poder. E quem não está próximo da decisão é naturalmente amachucado, como acontece com alguns empresários", admite este administrador de empresas e quadro superior do grupo BES, que foi recém-nomeado administrador do BES-Leasing.

Além das críticas à "excessiva centralização", Marques assume-se preocupado com os "atrasos" na aplicação do QREN. "Julgo mesmo que o primeiro-ministro deve estar preocupado", afirma.


No "servir-o-porto"
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Já são por demais conhecidas as condições do exercício político no nosso País.
Por mais que se intervenha, tais condições não serão nunca alteradas de forma a conceder poder político de decisão relativamente aos programas de desenvolvimento com financiamento da União Europeia.
O senhor Presidente da Associação Industrial do Minho sabe disso tão bem como todos nós, razão pela qual devia passar à iniciativa de apoiar projectos concretos de afirmação da regionalização política da Província do Minho a integrar na futura Região Autónoma do Douro Litoral.
Isto significa passar das palavras aos actos, para não se eternizar o blá, blá, blá sobre o discurso da regionalização que começa a soar a balofice, de tão gasto (e ultrapassado) que está na sua versão administrativa, pedinchice e lamechice junto do poder central.

Assim não fosse, mas continua a ser, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)