O Norte e a Regionalização

Regionalização, descentralização ou regionalização política



“Compete aos empresários e forças sociais no Norte tomarem o papel de agentes provocadores desta reflexão, embora isso não iniba as pessoas de fazerem uma auto-reflexão. Muitos não fizeram o esforço, ou não tiveram a visão, para alterarem modelos de negócio tradicionais. O défice de gestão generalizado é o primeiro responsável pelo estado económico do país e do Norte.

As empresas têm que ser competitivas e, infelizmente, Portugal vai ter que se habituar a viver com uma taxa de desemprego mais alta do que a tradicional. Quando evoluirmos para centros de marcas e de design, estaremos a substituir mão-de-obra barata em grande quantidade por pessoas mais qualificadas, mas em menor número. O grande drama é que esta geração, de 40 ou 50 anos, vê-se no desemprego e dificilmente é requalificável. É obrigação do Estado oferecer a essas pessoas duas coisas segurança razoável, rendimentos para subsistir; e a possibilidade de se requalificarem.

... Muitos dos maiores e melhores grupos empresariais portugueses têm origem no Norte e o mesmo se passa relativamente aos políticos. Mais do que um problema com as pessoas, o que há é um problema de funcionamento geral. Muitos dos políticos do Norte com capacidade não têm condições para exercerem o seu poder de forma efectiva, ao nível da descentralização política ou, até, eventualmente de uma possível regionalização. Era preciso que existisse um poder político forte regional que pensasse no Porto e no Norte como um centro de atracção, competindo directamente com Lisboa.

Dez anos depois do referendo, o país pode fazer uma reflexão profunda e tirar ilações do modelo que temos em vigor

O termo regionalização está gasto, foi algo queimado pela campanha e pelo resultado do referendo, arrasador. Mas tenho alguma dificuldade em conceber alguma descentralização efectiva se não for acompanhada por uma transferência de poderes políticos para as regiões e se esse mesmo poder não validado pelo voto. Ainda que se lhe chame outra coisa, por conveniências de marketing político, não teremos uma efectiva descentralização se não criarmos regiões políticas com poderes autónomos

Esta legislatura deve ser aproveitada para agitar as águas. Provavelmente, a próxima será a adequada para se rematar à baliza para se pôr a referendo, eventualmente, outra vez, a descentralização ou, se quiser, a regionalização política.

… o tema foi muito mal tratado durante as décadas de 80 e 90 e provocou naturais temores. Porque se confundiu regionalização com a desconstrução do próprio Estado. Eu sou muito mais partidário de se falar de descentralização política efectiva, mas com a criação de facto de poderes políticos que permitam às regiões assumir a sua própria responsabilidade política, do que centrar a discussão em termos que, do meu ponto de vista, foram muito mal usados e estão gastos”.

Fonte: JN

Comentários

pvnam disse…
«........mini-spam........»
Um grito contra a nova ordem mundial:
---> Diz NÃO às corridas demográficas!



---> Os OTÁRIOS dos nacionalistas europeus não conseguiram prever que ao perderem o controlo demográfico da situação... tudo poderia acontecer... e agora andam por aí a espernear feitos parvos...

--» O problema não é «Hoje o Kosovo... amanhã o Socorro/Mouraria... etc...»
---» O problema é (e não só): Hoje o Kosovo , amanhã TODA a Europa!
---» De facto, a evolução demográfica dos 'descendentes de Obikuelus' (e afins) está imparável...
{ NOTA: Quando os 'descendentes de Obikuelus' (e afins) dominarem demograficamente a situação... poderá vir a acontecer um Novo Tratado de Tordesilhas [7 de Junho de 1494]: os 'descendentes de Obikuelus' [Africanos, Mestiços, Árabes, etc.] poderão acordar, entre si, a divisão/partilha da Europa! }


ANEXO:
--- Os Povos Nativos são a forma como o Ser Humano evoluiu nas mais variadas regiões do Planeta --> os Nativos possuem CARACTERÍSTICAS FÍSICAS... GENES TÍPICOS NATIVOS ... QUE SÃO A FORMA COMO A ESPÉCIE HUMANA EVOLUIU... nas mais variadas regiões... do Planeta.
--- A existência de Povos Nativos no SEU espaço é uma Identidade com muitos milhares de anos... que deve ser RESPEITADA e PRESERVADA!
Concluindo: Aquela minoria de nativos europeus, que está interessada na sobrevivência da sua Identidade, antes que seja tarde demais, deve reivindicar o legítimo Direito ao separatismo.

P.S.
Existem Predadores Insaciáveis [...] que estão numa CORRIDA DEMOGRÁFICA... -> eles pretendem ocupar e dominar mais e mais novos territórios...
Os Povos de Boa Vontade - apenas reivindicam o Legítimo Direito à sobrevivência da sua Identidade - não têm quaisquer problemas em reconhecer que devem existir (no Planeta) Reservas Naturais de Povos Nativos... pelo contrário... os Predadores Insaciáveis são INTOLERANTES para com a existência de Reservas Naturais de Povos Nativos...
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Continua a insistir-se no mesmo tipo de discurso: o norte, as empresas, as empresas do norte, as melhores empresas do país oriundas do norte, as maiores empresas do país oriendas do norte, o défice de gestão nas empresas, etc, etc.
Este discurso não tem qualquer interesse por não gerar resultados sensóveis em termos das populações de cada região.
Com a mesmo insistência, primeiro é necessário eleger os desígnios ancionais que se pretende prosseguir, começando obviamente pelos sectores da vida social onde existem mais desequilíbrios.
Depois, é necessário transformar o que se pretende "fazer" (não "mandar bocas") em programas políticos de intervenção real na sociedade. A seguir adaptar esses programas políticos às características de cada Região Autónoma porque, quer queiram quer não queiram, as 7 Regiões Autónomas são diferentes em tudos, nomeadamente nos recursos que é necessário mobilizar, EM ESPECIAL AS POPULAÇÕES que se encontram actualmente perfeitamente AMORFAS.
Para tudo isto, não é necessário nem descentralizar nem regionalizar administrativamente, com base nas actuais CCDR's.
O que é necessário FAZER é parlapiar menos e implementar a regionalização autonómica, com a criação das 7 REGIÕES AUTÓNOMAS, A PARTIR DAS 11 REGIÕES NATURAIS, HISTÓRICAS OU PROVÍNCIAS.
Nada mais se pede a ninguém e quanto menos discurso melhor, desde que nos concentremos no ponto essencial: 7 Regiões Autónomas.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
o norte para o seu peso é sub-representado dentro de portugal..lisboa tem muito mais peso proporcional com o pretexto da sede..a grande porto tem quase a população de lisboa e no entanto as sedes dos trustes merdiaticos ficam em lisboa e não no porto..
Anónimo disse…
e se contarmos só os ibericos a serio o porto deve ser maior que lisboa..hehe