Vozes a Norte

A regionalização também passa por aqui...


Rui Rio, Presidente da Câmara do Porto, lembrou esta semana que o atraso estrutural e a perda de influência do Norte estão directamente relacionadas com o falhanço da regionalização.

O Expresso de 12 de Abril anunciava em manchete que "Lisboa é a região da UE com mais auto-estradas", consequência bem visível do centralismo cego e pouco esclarecido que coloca Lisboa no centro do Mundo e o resto de Portugal na periferia planetária.

No jornal "Alto Minho" de 17 de Abril, Franclim Sousa, Vereador da Educação, Desporto e Cultura do Município de Ponte de Lima, referiu que "após o não à regionalização, para o qual contribuiram todos aqueles que hoje a reclamam, entretiveram-nos com as comunidades urbanas e as associações de municípios", para concluir que "em Portugal se anda a fugir dela com vontade de a abraçar".

Nada melhor do que sentir na pele os malefícios do centralismo, para abraçar a causa da regionalização. Nós por cá, também já abraçamos a causa. Só somos lembrados em períodos de campanha eleitoral ou no âmbito de um Orçamento do Queijo. Depois todas as promessas são esquecidas e o distrito não passa de um pequeno número...

É público e notório que Daniel Campelo também é um adepto confesso da regionalização. Aproximar os centros de decisão do cidadão pode trazer grandes benefícios.

Porque não começar a dar o exemplo, transferindo mais competências e meios para as freguesias?


no "Parar para Pensar"

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

As afirmações do actual Presidente da Câmara Municipal do Porto estão insuficientemente justificadas, pois o atraso estrutural que refere não é somente devido ao "falhanço da regionalização", mas também à falta de visão estratégica e política de quem tem responsabilidade política nas regiões situadas mais a Norte, abrangendo outras zonas geográficas e temáticas e os respectivos responsáveis políticos e funcionais, todos a funcionar em ambiente de "paróquia" ou de "caserna".
Por outro lado e como consequência do que foi dito, a tentação para propor soluções políticas casuísticas que só servem interesses particulares, como a solução política anedótica para a gestão em parceria público-privada do aeroporto Sá Carneiro (ex-Pedras Rubras), um exemplo de robustez de lucros (agora, alguns empresários já defendem que tais parcerias também são prejudiciais, para justificar somente parcerias privado-privadas (já se está a ver porquê).
Este interesse inusitado por uma infraestrutura aeroportuária, com pressões contínuas junto do Governo Central (que as devia rechaçar e remeter a decisão para depois da regionalização implementada, ao ser enquadrada nas políticas da Região onde se encontra instalada) não ajuda a uma boa solução nem serve os objectivos sociais e económicos da regionalização, seja na modalidade que for: autonómica ou administrativa.
Somente a regionalização e a elaboração de políticas inovadoras de base regional, mas integradas no todo nacional como exigência do princípio da subsidiariedade, poderão retirar-nos:
(1) Desta espiral da mediocridade política e de desenvolvimento,
(2) Da realização de mega investimentos que ainda por aí pululam alegremente, CENTRADOS na zona geográfica da cidade-capital.
No entanto, a única modalidade de regionaçização que pode prosseguir tais objectivos e outros relacionados com o desenvolvimento estratégico, autosustentado e equilibrado assenta nas 7 Regiões Autónomas e nunca na famigerada versão das obsoletas regiões administrativas.
Por último, a regionalização tem que passar por todo o País e não apenas por uma determinada zona geográfica, seja no Norte no Centro ou no Sul, nos Açores ou na Madeira.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)