Uma visão crítica do País

Que modelo de país é este?

Que modelo de país é este? Que país se está a construir? Que espécie de país? Um país de betão, de auto-estradas, pontes e TGVs? De Alquevas, de campos de golfe, de grandes complexos hoteleiros? De hélices ao vento e painéis solares?

Como vêem, não me estou a queixar, nem a lamentar, nem a irritar, estou a perguntar. Este é o West Coast of Europe do Minho ao Allgarve e este é o blogue que tem estado neste cantinho sossegado.

Será mesmo este o “canteirinho” que merecemos?

Louis Pawell e Jacques Bergier citam, no “Despertar dos Mágicos”, um filósofo russo penso eu, que afirmava de forma bem inquietante, que não nos acontece o que merecemos mas o que se nos assemelha.

Voltemos à questão inicial: Que modelo de país é este? Que país se está a construir?

Como referiu António Borges, dia 17, na entrevista a Judite de Sousa na RTP1, estes grandes empreendimentos são “extravagantes” e certamente não é isto o que o país precisa. Seria precisamente apostar nas pessoas, nos empreendedores, nas empresas. Alertou igualmente para esta preocupante “rede de dependências” das empresas em relação ao Estado, criadas por este governo. Ora o caminho é completamente outro: no sentido da autonomia das empresas.

Julgo que não é preciso ser economista para perceber isto: são as empresas que dinamizam a economia. E actualmente vemos apenas vingar os grandes negócios. E isto é preocupante.

A minha esperança está precisamente numa nova consciência e visão abrangente, dinâmica e articulada, que coloca as pessoas, a cultura e o futuro económico da região nas suas prioridades, que começamos a ver numa nova geração de presidentes de Câmara e de Juntas de Freguesia.

É que a viabilidade do país passará inevitavelmente pela regionalização. E aqui estou de acordo com o que disse há uns tempos Lobo Xavier, numa Quadratura do Círculo, na Sic Notícias: a regionalização responsável pode até ficar mais económica e ser muito mais eficaz do que esta centralização do poder em Lisboa.

E não esquecer que Lisboa já está a perder terreno em relação ao Porto no dinamismo e na criatividade. Claro que ultrapassar esta resistência de séculos – esta sim, um verdadeiro obstáculo ao desenvolvimento equilibrado do país e até mesmo à sua viabilidade –, será muitíssimo difícil. Mas não impossível.


no "vozes dissonantes"
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Comentários

Anónimo disse…
Todo o processo assente no "slogan" intitulado "EUROPE WEST COAST" tem duas características que nos definem:
(a) Pretenciosismo bacoco
(b) Provincianismo do mais negativo.
Por outro lado, em termos de dinamismo, continua a colocar-se irresponsavelmente em cima da mesa da discussão política a rivalidade entre Lisboa e o Porto, como se não houvesse nada mais importante nem isso interessasse, nas restantes Regiões do nosso País, revelador de uma estreiteza de raciocínio e de objectivos confrangedora, para não querer ir mais além nos meus comentários.

Assim não fosse, mas continua a ser, infelizmente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)