Movimento anti-centralismo

Líder do PSD-Madeira acusa partidos de “rame-rame”

Alberto João Jardim defende novo partido para fazer oposição a sério e mudar Portugal

O presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, defende a criação de um novo partido que faça "oposição a sério" no país, contribuindo para descentralizar o poder em Portugal.

Em declarações à Lusa e ao “Jornal da Madeira” num dos pontos do habitual passeio que faz no areal do Porto Santo durante as férias, Jardim concretizou a ideia do movimento descentralizador que sustentou na noite passada durante o comício que marca a “rentrée” política do PSD-M, no centro da cidade da Ilha Dourada.

“A ideia que eu tenho é esta: se os partidos políticos continuarem neste ‘rame-rame’, nesta monotonia, nesta falta de imaginação, nesta demissão, que é o que se passa com os partidos políticos à excepção do Partido Comunista, e o PS se for entronizando como uma espécie de União Nacional do Regime, há que fazer um novo partido”, argumentou.

O líder madeirense designa este projecto de Partido Social Federalista, explicando que representaria “um partido ao centro, com base nos grandes princípios de justiça distributiva da doutrina social da Igreja Católica e que simultaneamente descentraliza o poder para que os recursos não fiquem todos em Lisboa”.

Junção de regionalistas

“É possível fazer-se este partido, caso estes partidos actuais não recuperem e sejam cada vez é mais partidos da situação”, acrescentou.

Destacou ser necessário fazer “um partido da oposição a sério, porque em todos os concelhos do país há quadros políticos que não se revêem na actual situação política nacional, nem nos actuais partidos”.

“É possível arrancar com um partido que seja uma gironda contra os jacobinos* de Lisboa”, declarou Jardim. Realça que está simplesmente a “lançar a ideia”, salientando que seria um “partido que resulta de uma grande junção de todos aqueles que têm ideias regionalistas em todo o pais e estão fartos do jacobinismo”.

Instado a avançar com um prazo para avançar com a ideia, o líder regional afirmou ser necessário ver “como será a evolução da política dos próximos tempos”.

“Mas se o quadro for este e quando chegarmos a Outubro vermos que o PS é uma espécie de União Nacional do regime e que os outros partidos não contam, então é preciso fazer uma coisa nova para mudar Portugal”, concluiu, garantindo que o enquadramento europeu do projecto “depois arranja-se”.

* jacobino - Na actualidade, a expressão jacobino designa os defensores do centralismo político e económico do Estado como forma de imposição de direitos gerais democráticos e económicos alargados por lei, sendo portanto o jacobinismo a antítese do liberalismo


"Publico"
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Comentários

José Leite disse…
A regionalização é, sempre foi, um imperativo nacional. Jardim quer-se servir dela para fins eleitoralistas.

Não merece o meu aplauso.

Reconheço que é um grande caudilho, um expert na arte da manipulação de massas, um histrião de grande reputação, mas... soa a falso, a oco.

«Jardins» é o que há mais...
hfrsantos disse…
A ideia de um partido que tenha como principios a Regionalizaçao em Portugal parece-me uma boa ideia e necessaria.

Os partidos do centro nao estao interessados em descentralizar porque alternam-se no poder e quando estao no poder teem o controlo de todo o Pais.

Vivemos numa jovem democracia bem consolidada e que tende para formas mais evoluidas de governaçao e democracia como a Regionalizaçao em convergencia com o resto da Europa.

Criar um partido federalista ou regionalizador é um passo necessario para que a mudança de regime aconteça.

Força com a criaçao do partido federalista ou regionalizador.
Anónimo disse…
Caros Regionalisats,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Já aqui escrevi que, dos prrtaidos que têm possibilidades de exercer o poder, o que tivesse a lucidez de incluir no seu programa eleitoral, a converter integralmente em programa de governo, o projecto político da regionalização autonómica (objectivamente explicada), ganharia sem dificuldade as eleições do próximo ano.
A proposta em si, proveniente do Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, não é descabida de todo, mas vinda de quem vem perde toda a credibilidade pessoal e política.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Concordo total e completamente com o Presidente do Governo Regional da Madeira. Para mau, já basta assim, pelo que quem pode, e ele pode, deve tentar fazer alguma coisa. E se essa coisa for um novo partido, federalista ou regionalista ou deja o que for, que faça oposição a sério e promova a autodeterminação das diferentes regiões do nosso Portugal, tem o meu total apoio. É preciso retirar do governo o centralismo exacerbado em que vivemos e começar uma descentralização efectiva até à autodeterminação total.
Anónimo disse…
Caro Atributos,

Desiluda-se; sem as regiões autónomas no continente a fazer meças com as dos arquipélagos e sem novos protagonistas políticos, não chegaremos lá, infelizmente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Jol disse…
Tem de se fazer algo quanto antes. As coisas não podem continuar como estão, as desigualdades são cada vez maiores. Faltam mais senhores como o Dr. Alberto João Jardim neste pais.
Anónimo disse…
Às vezes falam da regionalização como se ela fosse a cura para todos os males nacionais...

Creiam que NÃO É!
Caro Anónimo (03:50:00 PM)

Seria um erro terrível para o processo da Regionalização politico/administrativa do país pensar-se que esta reforma poderia ser a panaceia para todos os males de que o país padece.

A regionalização será antes uma "arma" - potente, sem dúvida - para combater as assimetrias e as desigualdades existentes, mas, de todo, insuficiente para, por si só, assegurar a vitória na guerra do desenvolvimento sustentável e harmonioso.

Cumprimentos
Anónimo disse…
Caro António Felizes,
Caro Anónimo,

A regionalização não vai resolver todos os problemas existentes, mas pode constituir, prefiro designá-la assim, um importante INSTRUMENTO POLÍTICO DE NATUREZA ESTRATÉGICA para se conseguir um desenvolvimento integrado, equilibrado e autosustentado (crescimento económico com aperfeiçoamento em todas as restantes dimensões políticas sociais, culturais, ambientais, etc., etc., etc.).

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)