A Região Norte



A Região Norte é um corpo desalmado!

De há muito que sigo a peugada da Dr. ª Elisa Ferreira. Por mor de equívocos – porque estamos em plena estação dos arraiais e, na estação dos arraiais, tudo é interpretado à luz dos foguetes – deixo, aqui, claríssimo que apenas sigo a peugada do raciocínio político-económico da Dr. ª Elisa Ferreira.

No Jornal de Notícias,  Elisa Ferreira escreveu que “o povo diz que santos da casa não fazem milagres e assim parece ser também em matéria económica…

Quando, na segunda metade da década de 80, um grupo de economistas (nos quais me integrava) defendiam a necessidade de o país fazer uma forte aposta na melhoria das condições de produtividade e competitividade das chamadas indústrias tradicionais e de as considerar como vectores estratégicos do futuro – e, não por acaso, estas indústrias correspondiam ao perfil produtivo do Norte… – respondiam-nos com sorrisos tolerantes.” (…) “Vinte anos passados, tenho argumentado persistentemente – acompanhada por alguns, raros, colegas de profissão – que o país não arranca enquanto a economia do Norte não se relançar.” 

Elisa Ferreira tem vindo a diagnosticar, e a prescrever, com mão certeira. Outros também o têm feito. Sem qualquer dúvida. Todavia – que fadário o nosso! – não há modos de reavermos a alma que já tivemos.

No âmbito de um livro que estou a escrever a meias com um amigo fotojornalista, tenho visitado, amiúde, as Termas de S. Lourenço, junto ao rio Tua, no município de Carrazeda de Ansiães, a sul do distrito de Bragança. O objectivo das frequentes visitas é entender, tanto quanto possível, a razão, ou as razões, porque aquela estância termal chegou ao abandono mais abandonado que, em toda a minha vida, já observei.

A 21 de Julho passado arrastei o tombar da tarde pela sombra de conversas com gente dentro nas Termas de S. Lourenço. Fiquei a saber que, não obstante todo aquele abandono abandonado, as águas “milagrosas” das Termas de S. Lourenço continuam a ser procuradas, e muito, pelas gentes da vizinhança. Sendo, como sou, analfabeto em milagres, não vou por aí mas, de fé, juro que vislumbrei, ali, naquele estertor de morte, um fio de luz que, entretecido com outros fios de luz, poderá devolver à Região Norte um fio d’alma. 

O Norte de Portugal – a Região Norte de Portugal – conta com uma enorme riqueza em água mineromedicinal no seu solo. Neste território estão situadas mais de metade das Termas de Portugal. Entre outras, destaco: Melgaço, Gerês, Caldelas, Taipas, Saúde, Vizela, Quinta da Torre, S. Jorge, Arêgos, Pedras Salgadas, Vidago, Carvalhelhos e Chaves. 

A Região Norte de Portugal é o chão de centenas de nascentes de águas mineromedicinais e apenas uma ínfima parte destas está disponível, em condições de excelência, àqueles que as procuram ou possam vir a procurar.

Sabemos que a manutenção da saúde é já uma preocupação generalizada. O acentuado envelhecimento da população – uma realidade contemporânea – irá contribuir para o robustecimento da actividade turística associada ao termalismo. Transformar esta realidade numa oportunidade de negócio, é um desafio – um entre outros – que a “nação nortenha” deve agarrar.

Todavia, se a Região Norte de Portugal permanecer desalmada não haverá milagre – nem mesmo um milagre ateu! – que a ressuscite. 

Tenho cá pra mim, caríssima Dr.ª Elisa Ferreira, que enquanto não devolvermos a alma ao Norte – a Região Norte é um corpo desalmado! – não se levantará da soleira do purgatório onde, em desistência, dormita. 

"Diario de Tras-os-Montes"

Comentários

pvnam disse…
«........mini-spam........»
Separatismo na Europa


«... PS, PSD, BE, PCP,etc...»

---> Por acaso, já alguém viu os Bandalhos Brancos/Intolerantes (há que chamar os bois pelos nomes!!!) do PS, PSD, BE, PCP,etc empenhados na construção duma sociedade sustentável (ou seja, uma sociedade dotada da capacidade de renovação demográfica)???


NOTA:
-> Como NUNCA conseguiram construir uma sociedade sustentável sem ser à custa da repressão dos direitos das mulheres (mulheres tratadas com úteros ambulantes), hoje em dia, como seria de esperar, os Bandalhos Brancos/Intolerantes pretendem infiltrar-se (fora e dentro da Europa) no seio de outros povos [procuram infiltrar-se em qualquer lado]: quer importando outros povos para a Europa... quer deslocando-se para o território de outros povos...... consequentemente... os Bandalhos Brancos são INTOLERANTES para com a existência de Reservas Naturais de Povos Nativos!...


PS.
---> Para os Bandalhos Brancos/Intolerantes, «os pretos são os salvadores da pátria»: de facto, como os pretos(...) pretendem ocupar e dominar cada vez mais territórios, consequentemente os Bandalhos Brancos/Intolerantes estão a contar com os pretos(...) para combater o SEPARATISMO.
{{{nota: É possível encontrar portugueses brancos receptivos à ideia do Separatismo-50-50, pelo contrário, os portugueses negros(...) (e os mestiços também) são uns ferozes opositores do Separatismo-50-50}}}




ANEXO:
Os povos nativos de Boa Vontade (apenas reclamam o Direito de terem o SEU espaço no Planeta) devem possuir o legitimo Direito de se defenderem de Predadores Insaciáveis(...) que estão numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios.
-> Contra a (cada vez mais poderosa) Inquisição Mestiça;
-> [antes que seja tarde demais] É urgente reivindicar o legítimo Direito ao Separatismo:
http://separatismo–50–50.blogspot.com/
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Na verdade o que está em causa é a reconquista da alma portuguesa, suporte da iniciativa e da mobilização das populações, por muito dinheiro que haja para distribuir.
Este não é o problema, aquela é a limitação natural do "arregaçar as magas" e do desenvolvimento.

Sem mais nem menos.´

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Gostaria de comentar o conteúdo do "post" sobre o separatismo na Europa.
Este será no futuro uma problema bastante bicudo; se quisermos ser realistas já o é, trata-se de um "vulcão adormecido".
A este propósito já tenho escrito um trabalho de resposta à conferência de imprensa dos responsáveis do "COMPROMISSO PORTUGAL", sobre a avaliação da actividade do Governo, publicada na edição de 7 de Julho do "Jornal de Negócios".
No trabalho, em fase de digitalização por ser muito extenso, a problemática associada às políticas de imigração (e deemigração) têm de estar associadas ou, melhor, integradas nas políticas de cooperação internacional, sem os tiques e os defeitos da cooperação de tipo internacionalista, mas tratadas caso a caso, com os países que mostrem vontade política para uma real e cooperação internacional biunívoca e multipolar.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Caro António Felizes,

É impossível publicá-lo aqui neste blogue, mas sê-lo-à a seu tempo, espero, no "site" da Ordem dos Economistas.