TGV - Porto/Vigo

”Contradições”

O Eixo Atlântico, formado por 34 municípios da Galiza e do Norte de Portugal, deixou um alerta para a “contradição” entre os prazos aventados pelo Executivo comunitário e pelo Governo português para a construção da ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo.

Em carta citada pela Agência Lusa, o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xóan Vázquez Mao, insta o Governo português a facultar um “esclarecimento oficial”.

A secretária de Estado Ana Paula Vitorino anunciou em Janeiro o compromisso de Lisboa para o início das obras de adaptação do troço Porto-Braga no final de 2008. Estas obras abririam caminho à conclusão da ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo em 2013.

No entanto, o vice-presidente da Comissão Europeia António Tajani, que tem o pelouro dos transportes, afirmou recentemente que as obras terão início após 2013, apoiando-se em informações do Governo português.

No entender do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, as declarações de Tajani podem reflectir um “equívoco” motivado pelo facto de terem sido equacionadas duas soluções.

“A solução integral previa uma linha totalmente nova Porto-Aeroporto Sá Carneiro-Braga-Valença, enquanto que a solução faseada incluía uma linha nova entre Braga e Valença e o aproveitamento da actual linha entre Braga e Porto. Esta solução deixa para mais tarde a construção do troço novo Porto-Aeroporto Sá Carneiro-Braga e é aí que deve estar a confusão”, afirmou Carlos Lage em declarações à Agência Lusa.

.......

Governo garante ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo em 2013


A secretária de Estado dos Transportes desvaloriza os receios do Eixo Atlântico sobre possíveis atrasos na construção da linha de alta velocidade entre Porto e Vigo e garante que a obra estará concluída em 2013.

O Eixo Atlântico manifestou a sua preocupação face a uma “contradição” entre os prazos assumidos pela Comissão Europeia e pelo Governo português.

“Tal como sempre disse, a linha Porto-Vigo é uma linha prioritária e estará pronta em 2013, altura em que será possível viajar entre as duas cidades em 60 minutos, em vez das actuais três horas e meia”, declarou este sábado, em Matosinhos, a secretária de Estado dos Transportes.
.

Comentários

José Leite disse…
Será uma meta importantíssima beneficiando toda uma mega-região cujas potencialidades não são despiciendas.

Oxalá os prazos possam ser cumpridos. É com estes gestos que se cumpre a cidadania e se escreve o progresso.
O Eixo Atlântico não é um bom exemplo de regionalização...nem sequer de transferência de competências para as regiões

Um dos erros basilares que sustentam certas aventuras, recai na existência de apoios financeiros que ultrapassam a própria capacidade local...não houvesse e UE não haveria Eixo-Atlântico .As Regiões devem ser auto-sustentáveis com predominância para a existência de uma rede de cidades que promova esse dinâmismo económico

bem haja
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Em termos políticos, a organização do "Eixo Atlântico" em nada difere das NUT'S, AM's e CU's, apesar de contemplar a associação de municípios de 2 ou mais Países, quanto aos seus efeitos junto das populações.
A concretização de projectos com a dimensão e importância do TGV pouco representarão para o desenvolvimento geral das populações que tenciona abranger, apesar de dar um contributo importante a favor de alternativas modernas e eficazes de transporte de mercadorias e de (alguns) passageiros a longa distância. Costumo escrever que, em primeiro lugar, é necessário fazer o "trabalho de casa", isto é implementar a regionalização autonómica e aumentar a utilização da capacidade de transporte ferroviário instalada. E, se possível, até intensificá-la com a recuperação de algumas linhas para aproveitamento turístico e histórico (por exemplo, não se compreende a razão porque não se estabelecem protocolos de colaboração com a Região de Castela e Leão, para abrir ao serviço de transporte ferroviário a Linha do Douro entre o Porto-Régua-Salamanca) e a intensificação da utilização de outras linhas com oferta de uma diversidade de serviços de transporte ferroviários, com todas a funcionar em rede e a constituirem também alternativas ao transporte rodoviário e a abranger uma elevada percentagem das populações de regiões diversificadas.
Uma proposta com estas características reconhece-se ser muito controversa (de alguns, já sei o que aí vem), dado que muitas infraestruturas ferroviárias regionais/locais foram desactivadas e reconvertidas em pistas com finalidades diversas, depois de há muiti tempo tornados públicos os argumentos baseados em "redução ou falta de procura dos serviços de transporte ferroviário", com as então modestas ofertas da qualidade de transporte bem presentes na memória das populações.
Até nas confusões aqui referidas, o TGV é um projecto no mínimo controverso que, sujeito a prioridades e exigências de políticas regionais enquadradas numa estratégia nacional de transporte ferroviário, muito dificilmente geraria unanimidades imprescindíveis ao desenvolvimento.
Neste domínio, bem gostaria de me sentir errado e de poder comungar dos benefícios apontados pelo "Rouxinol de Bernardim"; cada vez mais se reconhece a necessidade de implementar a regionalização autonómica, o mais rapidamente possível, com protagonistas políticos de nova geração e que possam constituir um REFERENCIAL POLÍTICO E MOBILIZADOR.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)