PS Porto / Regionalização

PS/Porto: Pedro Baptista acusa Renato Sampaio de deixar que partido "enterrasse" regionalização

(Lusa)
O candidato à liderança da Federação Distrital do PS Porto Pedro Baptista acusa o seu actual líder, Renato Sampaio, de ter deixado que o partido "enterrasse" a regionalização durante três anos, lembrando-se agora de a defender.

"Nunca esteve preocupado com a regionalização, deixou que o assunto se enterrasse no PS durante três anos mas agora lembrou-se, ou lembraram-lhe, de se armar em seu paladino, para dar a ideia de ser o que não é", afirma Pedro Baptista, na terceira carta dirigida a Renato Sampaio, que se recandidata a um novo mandato nas eleições de sábado.

Na segunda-feira, o líder da Federação do Porto do PS desafiou a distrital do PSD a "sensibilizar a direcção nacional do seu partido para a necessidade de concretizar a regionalização no próximo mandato" e defendeu a criação de "um amplo movimento" que permita a regionalização na próxima legislatura.

(...)

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

A regionalização, após o desastrado referendo de 1998, nunca foi desenterrada e, se não passarmos a ter políticos-estadistas, nunca as populações das diferentes regiões poderão ver implementada a regionalização.
Volto a insistir no conteúdo das palavras da Escritora Agustina Bessa-Luís sobre as características diferenciadoras de umas Regiões para outras, algumas vezes aqui refenciadas pelo signatário. No entanto, somente os escritores conseguem sintetizar numa frase o significado profundo do tal "sabor pátrio" que até o nosso amigo Templário nem nos mercados consegue localizar. Mas ainda lhe será possível faze-lo se se conseguir uma unidade das populações que não subestime "pragmaticamente" a valorização das regiões e das populações que vivem ou queiram viver nelas.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
templario disse…
Caro pró-7RA,

Tenho receio de me repetir, mas não abandono esta questão da regionalização à mera lógica de divisão do país e distribuição de poderes com a introdução de novas dimensões de poder para satisfação de interesses particulares vários. Quem não articular a análise deste assunto com a história não está a ser honesto intelectualmente. Nós não precisamos de estadistas, de personalidades políticas, etc.. Temos multidões deles que no dia 10 de Junho costumam ser galardoados por grupagens. No Porto e em relação às próximas autárquicas, os dois candidatos do PS dão espectáculo patético, procurando cada um deles ser mais regionalista que o outro e disputam-se sobre o que mais apoio dá a uma candidata que quando fala ou escreve só diz, na minha opinião, banalidades, banalidades, banalidades. A Senhora julga-se a "Ronalda" da regionalização, revela descarada incapacidade para dialogar com quem quer que seja, esperamos que da sua boca saia alguma coisa que se conforme com o gabarito que os media lhe dão, e nada; generalidades, generalidades, generalidades. A Senhora julga-se a "sabe tudo", dão-lhe tempo de antena e páginas dos jornais: futilidades, futilidades, futilidades. A Senhora, com todo o respeito, é uma espécie de cassete riscada que faz lembrar o "eusebiozinho" dos "Maias" e os dois candidatos do PS o frade "Custódio" e as irmãs "silveiras". Tem aquela "educaçãozinha", aquela "basezinha" que ama exibir.

E, todavia, Portugal é, hoje, a-regional.

A "regionalização" na parte ocidental da P.Ibérica durou 18 séculos a construir: do séc. VI a.c ao Séc. XIII/XIV, altura em que as fronteiras, mais ou menos como as conhecemos hoje, foram definidas. No Séc. II a.c. Estrabão definia a área da nação mais poderosa da P.Ibérica de então (Lusitânia) , do Mar Cantábrico ao Tejo. Por aqui imperaram "estadistas"... ( Propretores e Pró-cônsules) nesses últimos 600/700 anos, representantes do Império Romano. Durante grande parte desse tempo já o Municipalismo era o alvo principal a abater. No tempo de Augusto, a Lusitânia inscrevia as circunscrições galaico-asturianas e era geograficamente limitada pelo mae cantábrico, pelo atlântico e pelo guadiana. Trezentos anos depois, era toda esta área dividida em cinco circunscrições provinciais, depois em conventus, etc.etc., contínuos conflitos e guerras até que finalmente o processo histórico da regionalização desta zona do Cantábrico ao Guadiana foi definido. No Séc. XIV, tendo como suporte principal o poder local municipalista, outras divisões então operadas (as da igreja e ordens militares), Portugal consolidou a sua independência. De então para cá nunca mais pararam as tentativas de divisão do nosso território a favor dos grandes interesses de infantões, grandes senhores e igreja.

É por isso absurdo e contrário aos interesses da unidade e independência de Portugal querer fazer este tipo de regionalização, precisamente depois de o Poder Local ter assumido o seu verdadeiro papel depois de Abril de 74. Quem não tem presente que a regionalização desta área da PI foi feita nesses tempos, está a desenterrar, provavelmente sem disso ter consciência, fantasmas do passado que oportunistas de toda a espécie vão saber explorar bem. Descentralização, sim. Retalhar, não. O "lobby" regionalista do Porto anda doido por uma naçãozinha. Curiosamente nem legitimidade histórica tem para ser o centro do Norte. Braga e Guimarães ceifavam~lhe essa pretensão de querer falar em nome do Norte. E nestas paragens falam em nome de um Portugal uno. E no Porto também.

O que pretendo com este comentário longo e desordenado, ao correr da pena, é apelar a todos os autarcas do poder local a assumirem a sua responsabilidade de defenderem o Poder Local, o Municipalismo, a expressão de poder do nosso Estado de 900 anos que merece o apoio e estima de todos os portugueses e a defenderem uma descentralização ajuizada. Se não fosse este poder local robusto, experiente e conhecedor, Portugal estava hoje incomensuravelmente pior.

Seria crime contra a Pátria destruir o que é e provou ser bom.
Anónimo disse…
Caro Templário,

Peço-lhe que acredite que quando leio as suas intervenções vejo logo alguém que quer bem ao seu País e à região onde vive.
No entanto, quando cita os nossos políticos como exemplo, endereça-nos logo para os que costumo designar por políticos-de-turno, exactamemnte aqueles que são dispensáveis e não têm uma visão política de natureza estratégica para a única coisa que é exigível no exercício político: o DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE, NAS SUAS COMPONENTES REGIONAIS.
O crescimento económico é apenas uma parte daquele e já sabemos no que costuma dar: desastres periódicos, crises cíclicas, assimetrias regionais e intercontinentais, miséria, iliteracia, etc., etc. O desenvolvimento de qualquer sociedade é algo que demora dezenas de anos a construir e a consolidar, mas terá que se fazer com ideias mobilizadoras e inovadoras, nunca poderá ser com "mais do mesmo". Este mais do mesmo radica em vários elementos:
1) Regime político centralizado
2) Progonistas políticos
3) Organização político partidária
Para cortar com este "mais do mesmo", num regime democrático, teremos de partir para algo inovador como:
4) Regime político descentralizado
5) Novos protagonistas políticos
6) Nova organização político-partidária
Tudo isto levará anos e anos a implementar e fortalecer para servir os altos desígnios nacionais e, a partir destes, os objectivos associados ao DESENVOLVIMENTO. Com níveis avançados e regionalizados de desenvolvimento das respectivas populações, já será possível, então, provar o "sabor pátrio" de que fala a escritora Agustina Bessa-Luís, sem impedimento nem humilhação.
É apenas isto, caro Templário e nada mais. E escusa de referir que o tal Grupo tem sede no Norte porque os restantes também procedem da mesma maneira e está mal, muito mal.
Os meus cumprimentos, com respeito.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Não acredito.
A única e grande mudança com a regionalização:
1 - Novos políticos (famintos de fama e de riqueza).
2 - Novas organizações políticas, idem, idem...
Como é possivel?
A Regionalização (tal como proposta) vai ENGORDAR mais uns milhares de individuos e de organizações e distribuir MISÉRIA pelo povo.
Regionalizar tem que ser, obrigatoriamente, POUPAR e PRODUZIR, para distribuir.
O resto, é conversa de bananeiro para enganar mapuatas...