Aeroporto do Porto

Norte unido na defesa da gestão autónoma do "Sá Carneiro"

|JN|
CARLA SOARES

Os principais autarcas do Norte uniram-se, esta quarta-feira, na defesa de uma gestão autónoma para o aeroporto Francisco Sá Carneiro. Aveiro solidarizou-se e o Conselho Regional, com 86 municípios, vai escrever a José Sócrates.

Guimarães foi palco de um almoço entre Rui Rio, presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), os presidentes de câmara de outras capitais de distrito e o responsável máximo pelo conselho consultivo criado no âmbito da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Francisco Araújo, que defendeu a gestão autónoma. Neste órgão, que vai marcar uma reunião extraordinária para Janeiro, estão representados todos os municípios nortenhos, universidades, associações patronais e sindicais, entre outras.

O movimento em defesa da gestão descentralizada, face à privatização da ANA, estende-se a Aveiro, cujo presidente da Câmara não pôde estar presente mas enviou uma carta a apoiar a iniciativa. O mesmo fez o de Braga.

No encontro, participaram oito autarcas: Porto, Guimarães, Famalicão, Vila Real, Barcelos, Bragança, Viana e Arcos de Valdevez, cujo presidente da Câmara, Francisco Araújo, é, simultaneamente, o líder do Conselho Regional do Norte. Uma das competências desta estrutura, que tem 103 membros e cujo vice-presidente é o socialista Joaquim Barreto, de Cabeceiras de Basto, é, precisamente, a de dar parecer sobre projectos de interesse para a região.

Para Janeiro, em princípio dia 15, será convocada a reunião do Conselho Regional, com vista a ser remetida uma posição conjunta ao primeiro-ministro, explicou Francisco Araújo. "A minha posição é claramente de apoio à posição defendida pela JMP, de que a gestão do aeroporto deve contribuir como factor de desenvolvimento da região e ficar com uma gestão autónoma", adiantou. De outro modo, advertiu, não será "bom nem para o Norte, nem para o país". Quanto à posição "que vier a ser tomada no Conselho Regional", esta "será endereçada ao primeiro-ministro". 

Rio disse esperar que haja unanimidade, justificando a convocação do conselho com a necessidade de "alargar" o apoio à posição já remetida ao Governo, pela JMP, onde "há unanimidade", e associações empresariais (AEP, ACP, AIMinho e AIDA). 

Além disso, nota que "Portugal não se pode dar ao luxo de desprezar uma infra-estrutura" como a do aeroporto do Porto e que ela deve "servir a economia regional", que tem "os piores indicadores". Defensor Moura, de Viana, reforçou ser necessário que a região passe a ser "contribuinte e não um peso para o país".
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Comentários

Teófilo M. disse…
Espero que não seja apenas para arranjar mais tachos, tachinhos e quejandos.

Que é um bom passo em direcção ao caminho certo não tenho dúvida, só espero que se mantenham unidos e que entreguem a administração a quem saiba do ofício.
Anónimo disse…
A metodologia de "ataque" à gestão privada e nortenha do Aeroporto de Pedras Rubras, em termos de política regional de transportes ao serviço de uma política económica regional ou inter-regional, na forma como está a ser equacionada politicamente corresponde a uma grande erro político cujas consequências serão negativamente inventariadas daqui a alguns anos e jamais ajudarão a encarar a regionalização como um importante instrumento político ao serviço do desenvolvimento.
Com estas acções casuísticas, interligadas com interesses privados que ainda não estão completamente identificados e responsabilidados e a interesses públicos não suficientemente destacados nem defendidos, nunca será prestado um bom serviço a favor da política em si e muito menos a favor da política regional e de coordenação inter-regional.
É lamentável, mas será assim.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - A este propósito, quando se aborda este assunto que está a "exigir" muita pressa política em ser resolvido, não se vê na comunicação social nem na movimentação das populações aquele entusiasmo característico das decisões políticas genuinamente mobilizadoras e identificadoras de melhorias sustentadas das respectivas condições de vida. Nem de longe nem de perto tal está a acontecer, sintomatica e estranhamente.