Beira Interior

Desemprego na Beira Interior vai chegar aos dois dígitos


A taxa de desemprego na Beira Interior poderá facilmente ultrapassar os 10 por cento em 2009, alertou em declarações à Agência Lusa o coordenador do Observatório de Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da região

«vou ao ponto de achar que seria bem-vinda isenção total de IRC para empresas que se instalassem no interior durante um período de cinco anos», concluiu Pires Manso

Posição coincidente com aquela que foi defendida por D. Duarte durante a terceira visita temática do IDP a Boticas, a 18 de Agosto de 2008, , que decorreu no âmbito das Festas do Concelho de Boticas .Permitiu abordar questões de cidadania, ordenamento do território, e propostas de organização de associações de produtores, como já anteriormente havia feito o IDP em vários pontos do país.

«As perspectivas para 2009 não são animadoras e julgo que na região vamos ter uma crise social com alguma importância», referiu Pires Manso, defendendo que o Governo deve «legislar no sentido de que empresas e associações criem programas de apoio aos mais necessitados».

«Já temos taxas de desemprego superiores à média nacional e vamos continuar a ter taxas agravadas. Facilmente ultrapassaremos os dois dígitos, senão mais», sublinhou o professor catedrático e coordenador do observatório instalado na Universidade da Beira Interior, na Covilhã.

«É de prever que a crise internacional agrave os problemas das empresas, nomeadamente dos principais empregadores na região: o sector têxtil, em especial as confecções» na Cova da Beira, «e as empresas de cablagens para automóveis», na Guarda e Castelo Branco.

O crescimento do desemprego terá como consequência «o aumento de problemas sociais», nomeadamente, «mais situações de fome e pequena criminalidade».

Pires Manso defende por isso que o Estado crie linhas de apoio financeiro para empresas, organizações e entidades locais sem fins lucrativos, «para poderem prestar ajuda social onde o Estado não consegue chegar».

«O governo vai ter que legislar no sentido de criar estímulos que possam levar as empresas e associações sem fins lucrativos a organizar programas de apoio aos mais necessitados, para combater a pobreza e flagelos sociais previsíveis».

Pires Manso sugere ainda incentivos à concessão de micro-crédito e outras medidas, como a entrega de parcelas de terreno para produção própria de produtos agrícolas.

No entanto, para aquele responsável, só haverá melhorias estruturais se o Estado canalizar grandes iniciativas empresariais para o interior do país, «tal como aconteceu com a Autoeuropa, quando foi preciso responder à crise social e económica no distrito de Setúbal».

Ao nível fiscal, «vou ao ponto de achar que seria bem-vinda isenção total de IRC para empresas que se instalassem no interior durante um período de cinco anos», concluiu.

O Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) surgiu em 2002, após uma série de reuniões entre parceiros económicos da região, no âmbito do programa de apoio comunitário EQUAL.

Desde então tem feito recolha e tratamento de indicadores económicos e sociais que dizem respeito à região e ao país.

Lusa / SOL

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Esta e outras futuras Regiões Autónomas irão sofrer as consequências da ausência de políticas de desenvolvimento verificada ao longo de décadas de incompetência e/ou falta de vontade no exercício do poder político. A situação actual é ainda mais limitada devido à soberania limitada do nosso País, em matérias orçamentais (limitação do défice orçamental), monetárias (taxa de juro, massa monetária, mecanismos de desvalorização ou valorização monetária), económicas (tipologia e dimensão da produção, défices comerciais) e financeiras (funcionamento e regulação do mercado de capitais, especialmente os de curto prazo e os decorrentes de operações de deslocalização da produção para outros países), por estarmos integrados na União Europeia.
Neste contexto, a situação que enfrenta o nosso País justifica que se adoptem medidas que conduzam a POLÍTICAS DE NOVO TIPO OU DE NOVA GERAÇÃO (como alguns finórios gostam de afirmar) e que não contradigam a forma nem a substância da nossa presença naquela União, ainda mais económica que política. Com efeito, poderíamos, agora, resumir o conteúdo das intervenções que justificaram a preocupação fundamental de escrever neste blogue, a propósito da regionalização do nosso País, através do enunciado do seguinte:

PROGRAMA POLÍTICO

1) Objectivos:

Enunciar e afirmar os ALTOS DESÍGNIOS NACIONAIS a prosseguir:
a) Soberania
b) Desenvolvimento Económico e Social, obedecendo a condições de:
b).1 - Sustentabilidade (COM O RECURSO À AFECTAÇÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS À PRODUÇÃO REGIONAL)
b).2 - Responsabilidade Social
b).3 - Preservação Ambiental
b).4 - Preservação Histórico-Arquitectónica
b).5 - Preservação Cultural
c) Conhecimento e Tecnologia:
c).1 - Ensino Básico
c).2 - Ensino Secundário Básico
c).3 - Ensino Secundário Técnico-Profissional
c).4 - Ensino Superior Universitário (Universidades de Conhecimento Clássico), com investigação associada.
c) 5 - Ensino Superior Universitário (Universidades Politécnicas), com investigação associada.
d) Equilíbrio Social

2) Instrumentos:

2).1 - Políticos
Os meios necessários, para prosseguir o objectivo antes enunciado, assentam numa trilogia de governação:
e) Governo Central (coordenação regional), com redução de 17 para 9 ministérios e 2 secretarias de Estado por ministério).
f) Governo Regional (execução regional e coordenação local, apenas com 6 secretarias regionais):
f).1 - Implementação da Regionalização Autonómica, através da criação de 7 Regiões Autónomas:
- Região Autónoma de Entre Douro e Minho
- Região Autónoma de Trás-os-Montes e Alto Douro
- Região Autónoma da Beira Interior
- Região Autónoma da Beira Litoral
- Região Autónoma da Estremadura e Ribatejo
- Região Autónoma do Alentejo
- Região Autónoma do Algarve
g) Governo Local (execução local)
2).2 - Funcionais:
h) Reorganização do funcionamento de todos os Órgãos de Soberania colocando as ênfases centradas na eficácia (fazer bem), na eficiência (fazer bem ao menor custo), na responsabilidade política (destituição de funções caso se comprovem irregularidades ou crime), na responsabilidade individual (acusação, julgamento e condenação de crimes cometidos, em tempo útil - para não se entrar no esquecimento nem na especulação - e sem as contemplações habituais, tão peculiares dos nossos "brandos costumes", caso se comprove qualquer tipologia criminal prevista nas leis) e o número de mandatos dos deputados corresponder ao mínimo estabelecido na Constituição da República Portuguesa.
i) Reorganização de todos os organismos da Administração Pública, com as mesmas ênfases indicadas na alínea anterior e colocando o PRINCÍPIO DA INCOMPATIBILIDADE com o exercício de outras funções (públicas ou privadas) na sua forma ABSOLUTA, para evitar qualquer tipo de ausência de imputação de responsabilidades e outras "confusões operacionais".

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Cito uma frase pequena mas substancial em tudo isto de Pires Manso: "sugere ainda incentivos à concessão de micro-crédito e outras medidas, como a entrega de parcelas de terreno para a PRODUÇÃO PRÓPRIA de produtos agrícolas".