European Cluster Observatory – um olhar para o caso português


O European Cluster Observatory, criado para divulgar dados, dinâmicas e políticas relativas a clusters na Europa, disponibiliza no seu website (http://www.clusterobservatory.eu/), desde 2007, informação regional, relativa a 38 categorias de clusters, com base em 259 regiões, predominantemente NUTS2, cobrindo todos os países da União Europeia e ainda a Islândia, Noruega, Suíça e Turquia.

A dinâmica dos clusters foi avaliada através de várias dimensões, nomeadamente tamanho, grau de especialização e peso regional, tendo por base os níveis de emprego de cada região.

Como é óbvio este factor conduz a uma sobrevalorização dos clusters intensivos em trabalho por contrapartida da subvalorização dos clusters intensivos em capital, sendo que, apesar de ser desejável que futuramente se melhore a informação a este nível, este trabalho constitui desde já uma excelente ferramenta de análise e comparação.

Olhando para o caso português, através desta metodologia, encontram-se 39 clusters, 12 dos quais no Norte, 10 no Centro, 7 em Lisboa, 6 no Alentejo e 4 no Algarve, correspondendo a 23 categorias diferentes, isto é, cobrindo 60% do total de categorias definidas.

Tendo por referência o grau de especialização, Portugal aparece nos dez primeiros lugares em 11 categorias, nomeadamente Vestuário (Norte, 1º), Acabamentos de Construção (Centro, 3º), Serviços Especializados (Lisboa, 3º), Materiais de Construção (Centro, 3º; Alentejo, 10º), Construção (Algarve, 1º; Centro, 2º; Alentejo, 3º; Norte, 4º; Lisboa, 7º), Distribuição (Lisboa, 2º; Centro, 8º; Norte, 9º), Pesca (Algarve, 5º), Calçado (Norte, 2º), Turismo (Algarve, 3º), Iluminação/Equipamento Eléctrico (Alentejo, 5º), e Têxteis (Norte, 10º).

Estes resultados revelam desde logo o importante peso para todo país, nomeadamente em termos de emprego, dos sectores ligados à construção, e ainda, numa escala inferior, do sector de distribuição.

Paralelamente, podemos confirmar através destes resultados a existência de significativa e diferenciada especialização regional, nomeadamente na região Norte (Vestuário, Calçado e Têxtil), Centro (Acabamentos de Construção), Lisboa (Serviços Especializados) e Algarve (Pesca e Turismo).

Todos estes clusters, com excepção dos respeitantes ao Algarve, têm uma classificação de três estrelas, o que significa que atingem a nota máxima nas três dimensões avaliadas, ou seja, tamanho, grau de especialização e peso regional.

Os dados fazem ainda referência à capacidade exportadora (quando aplicável) e ao grau de inovação de cada cluster. E se no caso das exportações o panorama é globalmente positivo, nomeadamente em relação aos clusters mais significativos (em especial em relação à região Norte), em termos de inovação o panorama é desolador.

De facto dos 39 clusters identificados, nenhum é avaliado com o nível elevado em termos de inovação, e apenas 7 (18%), todos na região de Lisboa, são avaliados com o nível médio, sendo todos os outros avaliados com o nível baixo. Significa isto que, apesar de uma significativa estrutura regional especializada, falta uma componente fundamental para uma afirmação mais concreta dos clusters portugueses, a capacidade de inovar.

Conforme definido no diamante de Porter (1990), a criação de um ambiente favorável à inovação é um aspecto fundamental no desenvolvimento e competitividade de um cluster, pelo que é absolutamente necessário criar condições para que a inovação surja de forma sustentada nos clusters portugueses, nomeadamente tornando a produção mais intensiva em capital, investindo mais em I&D, trabalhando e cooperando de forma mais próxima com as instituições de investigação e ensino superior, e estimulando o empreendedorismo e o capital de risco ao serviço de potenciais novos produtos e serviços.

Artur Miguel Nogueira Arantes Boaventura da Silva
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

J. Cadima Ribeiro

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Elaborem um estudo tendo como base não os níveis de emprego mas, fundamentalmente, os recursos próprios existentes em cada uma das 7 Regiões Autónomas. Decerto as conclusões, em termos de formação de "clusters" serão algo diferentes e permitiriam a reorientação para a reorganização dos sectores de actividade económica por forma a garantir o crescimento e a diferenciação das produções regionais (nacional) e a contribuir para a redução do endividamento nacional, não só público como privado.
Esta estratégia será potenciada se for suportada pela regionalização política baseada nas 7 Regiões Autónomas e prejudicada se for adoptada qualquer outra solução (os argumentos são mais que conhecidos e aqui divulgados por este mesmo comentador; não é necessário repetí-los, mas interiorizá-los conscientemente).

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
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