Exemplo prático do Centralismo

AICEP: empresários lamentam que tudo se resolva em Lisboa

Seis anos após a API nascer pomposamente no Porto como exemplo descentralizador, a sucessora AICEP mantém sede no Norte apenas no papel, acusam os empresários, forçados a constantes deslocações a Lisboa.

"Chegou-se a fazer alguma coisa no Porto no tempo de Miguel Cadilhe, tal como no Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) se chegou a fazer há muitos anos atrás, mas neste momento continuamos a ter de ir a Lisboa para fazer tudo, nada se faz no Porto", afirmou o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) em declarações à agência Lusa.

Ressalvando não estar em causa a eficiência da agência agora liderada por Basílio Horta - que, resultado da fusão entre a Agência Portuguesa para o Investimento (API) e o ICEP, passou em 2007 a designar-se Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) - José António Barros salienta, contudo, a perda de produtividade que a centralização dos serviços em Lisboa implica.

"São horas que se perdem e tudo o que são horas perdidas é muito grave. Fala-se em produtividade do trabalho, mas as horas que se perdem nos tribunais, nos bancos dos hospitais e a viajar entre o Porto e Lisboa para ir resolver um assunto que poderia ser resolvido aqui no Norte é perda de produtividade", sustenta.

Para o dirigente da AEP, "se Basílio Horta estivesse três dias por semana no Porto e outros três em Lisboa estava tudo certo".

Para José António Barros, o Governo liderado por José Sócrates "tem, em determinadas áreas, dado passos notáveis na simplificação das relações do tecido económico com o poder público", sendo disso exemplo as recentes medidas anunciadas no âmbito do Simplex.

Contudo, disse, continuam ainda centralizados em Lisboa "todos os grandes centros de decisão dos institutos públicos, como a AICEP e o IAPMEI", ocorrendo depois uma "pseudo-descentralização" de organismos "para áreas que não têm nada a ver com a localização do tecido económico".

"Não tem a ver com a regionalização, mas com o fácil acesso ao contacto, à explicação, à discussão das matérias que são relevantes", conclui Barros.

Antes de mais manifesto admirador do "bom funcionamento" da AICEP sob a liderança de Basílio Horta, o presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Rui Moreira, garante ser também essa a "impressão" dos associados da instituição que dirige.

OJE/Lusa

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Mais palavras para quê?
Este é um exemplo de administrativismo puro que só será potenciado pela regionalização administrativa, assente nas regiões administrativas ou plano e diferentes das 7 Regiões Autónomas aqui defendidads por este comentador.
Podem colocar as sedes onde quer que desejem (e nem é muito relevante esta questão da loclaização das sedes), mas todo o processo decisório terá como suporte os métodos habituais.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Se não é em Lisboa é no Porto, este país nunca muda..
Chama-se a isso: "bipolarização do centralismo nacional".
Porque não a AICEP em Vila Velha de Ródão ?
Anónimo disse…
Caro Anónimo disse ... das 04:15:00 PM,

Bem precisava de ser mudada para lá, para compreenderem que, para a tomada de decisões no quadro actual do centralismo político, qualquer lugar serve.
O mesmo já não acontece com as decisões que interessam às Regiões Autónomas, as quais terão que ser tomadas nos locais mais próximo das populações.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)