Regionalização: Autarca de Portalegre diz-se "regionalista", mas tem dúvidas sobre modelo

26-jan-2009

O presidente da Câmara de Portalegre, Mata Cáceres, mostrou-se favorável ao avanço da regionalização, mas manifestou dúvidas e interrogações sobre o mapa a desenhar.

“Tenho que perceber exactamente o que é que querem fazer do ponto de vista da ideia da regionalização, porque eu, que me considero regionalista, tenho que perceber qual é o modelo para depois vestir essa camisola”, afirmou o autarca social-democrata, em declarações à agência Lusa.

“Fala-se muito em regionalização, mas quando é preciso abdicar da capacidade de decisão e autonomia em prol das regiões e das entidades que podem utilizar esses instrumentos, isso não acontece”, considerou.

Como exemplo, Mata Cáceres destacou a questão da contratualização, que atribui verbas às autarquias, através das associações de municípios. “Se de facto estivéssemos perante uma ideia regionalista, em vez de nos darem uns trocos daquilo que é a verba global, teriam sido mais expansivos e teriam disponibilizado mais recursos”, observou.

Mata Cáceres voltou, ainda, a admitir à Lusa que poderá, num futuro próximo, defender a ligação a concelhos da Beira Interior ou do Ribatejo, em detrimento dos vizinhos alentejanos, caso o projecto de regionalização no Alentejo não seja favorável ao município de Portalegre.

“Claramente. E todos os dias nós temos vindo a tentar fazer percursos de aproximação, não só com a zona mais a norte em relação à nossa posição estratégica, como em relação aos espanhóis. Nós, à partida temos que procurar as ligações para onde e de onde nos dá mais vantagens”, alegou. Contudo, Mata Cáceres salientou que não quer deixar de ser alentejano, “nem de perto, nem de longe”.

“Esse é um estatuto que ninguém me retira, mas nós temos enormíssimas situações em que só vemos vantagens de um incremento com o sul da Beira ou ao Ribatejo”, concluiu.

Lusa

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Continua a privilegiar-se a distribuição de "mais ou menos trocos", quando o essencial da regionalização autonómica e não outra é assegurar condições de desenvolvimento, a partir da afectação dos recursos próprios de cada região à PRODUÇÃO característica e diferenciada para se poder concorrer naquilo que chamam alguns especialistas o "mercado global" (por isso, "pense global, mas actual local") e como se não existisse mais nada (esta marrice no mercado global tinha que dar no que deu: sobreprodução, sobreconsumo, sobrefinanciamento, este último com vigarices à mistura e lá está o "global entornado", inevitavelmente). Só depois de produzir e de anular as ineficiências do funcionamento do Estado (muitas, profundas, sistémicas e sistemáticas, por isso é necessário reorganizá-lo profundamente) é que se pode pensar em repartir o rendimento gerado nas regiões e poupado no Estado, para se poder seguir em frente e ver a tal luz ao fundo do túnel, diferente da do comboio.
Até lá, posições como a deste autarca só geram desconfianças e desmobilização das populações: mais uma oportunidade perdida.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caro Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final) vai votar sim ou não no referendo?
Anónimo disse…
Caro Anónimo disse ... das 02:42:00 PM,

A repetição da pergunta denota o que há de pior na sociedade portuguesa: a prossecução pessoal (inquisição, pide, etc.).
Por fim, o voto é com cada um.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)