Galiza enriquece mais do que Norte de Portugal

Euro-região só teve crescimento idêntico entre 1998 e 2001

Ana Paula Lima – JN 2009.02.02

A convergência a nível de desenvolvimento da euro-região Galiza-Norte de Portugal, que tem usufruído de vários incentivos no âmbito da política regional comunitária, parece difícil. As diferenças de crescimento são muitas e estão a acentuar-se.

"Acredito na existência de vários clubes de convergência. O clube do Litoral, em que se inclui o Porto, Vigo, Pontevedra e a Corunha, e o das regiões do Interior, em que estão as restantes regiões do Norte de Portugal e de Lugo", refere a investigadora e docente universitária Elvira Pacheco Vieira, que estudou a euro-região entre 1995 e 2002.

Encontrar fases de crescimento parecidas entre as duas regiões onde habitam 6,4 milhões de pessoas foi impossível, mas segundo a investigadora é possível identificar "um período de convergência comum entre 1998 e 2001", a que se seguiu "um período de divergência regional a partir de 2001, o ano em que entrou em circulação o euro", destaca Elvira Vieira. A moeda única é, na análise da investigadora, um factor que indicia que "as regiões mais desenvolvidas conseguiram adaptar-se melhor à mudança do que as mais pobres".

A investigadora venceu a primeira edição do prémio de Investigação da Euroregião 2008, atribuído pela Cátedra da Euro-Região Galiza-Norte de Portugal, ao analisar semelhanças e assimetrias nas duas regiões e admite que o Norte de Portugal está em desvantagem face à Galiza. Mesmo assim consegue identificar parecenças no desenvolvimento da região do Grande Porto e da Corunha. "Nestas regiões encontro semelhanças em praticamente todos os indicadores.

A nível das outras regiões já não existem semelhanças, mas sim assimetrias. No entanto, consegue-se visualizar, também, aspectos comuns entre as regiões de Lugo e de Trás-os-Montes", resume Elvira Vieira.

O principal problema do Norte de Portugal é o desequilíbrio acentuado que se verifica entre as varias regiões. "As NUTIII da Galiza têm um maior equilíbrio entre elas, existem diferenças entre as regiões, mas são homogéneas. No Norte de Portugal, há uma maior heterogeneidade. Se compararmos o Grande Porto com o Tâmega há diferenças em todas as variáveis que estudei: emprego, educação, PIB", refere.

O afastamento nesta euro-região é, ainda, evidente ao nível do emprego. "Em 2002 visualizava-se na Galiza uma taxa de desemprego de 10% e no Norte de Portugal de cerca de 4%. O que me preocupa é saber o que aconteceu entre 2002 e 2008 pois, actualmente, no Norte o desemprego ronda os 8% e na Galiza é menor".

Igualmente relevante é a mudança na estrutura económica. "O sector industrial continua a ser forte quando analisamos o Valor Acrescentado Bruto, mas na análise do emprego não é assim", refere, para salientar que desde 2002 o emprego na indústria diminuiu.

"O emprego cai cada vez mais na indústria e está a passar para o sector terciário. Em Portugal, isto pode explicar-se com o desaparecimento de emprego no têxtil, mas na Galiza não é tão evidente, e terá a ver com a automatização das empresas industriais", diz.

Nos últimos anos o decréscimo da produtividade foi comum às duas regiões. Mas, em Portugal, "a queda foi de 2,2% e na Galiza apenas de 0,9%", diz Elvira Vieira.

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalsitas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Gostaria de conhecer a habitual, categórica e empenhada opinião de 3 estimados contra-regionalistas: o anónimo pró-five, o senhor M. Cunha e o Senhor Templário sobre o texto deste "post", expurgando-o obviamente da carga clubística de convergência imprimida pela sua distinta autora (é que não sei se os clubes de convergência não terão outras conotações diferentes das relacionadas com a temática da regionalziação e acabem por nos remeter para finalidades puramente recreativas ou lúdicas).
Considera-se que também temos direito a conhecer as propostas concretas que têm aqueles senhores para implementar a regionalização (também queremos aprender com novas ideias por o nosso ser parco nelas), mesmo que seja a das 5 Regiões Plano (lá vamos ter de arrasar o Barroso, o Alvão, o Marão, o Montemuro, a Freita, o Caramulo, o Buçaco, a Estrela, a Lousã, o Montemuro, a Ossa, o Caldeirão, o Espinhaço de Cão, o Monchique e as não mencionadas aqui; este arrasamento seria uma boa proposta para a reanimação rápida da nossa economia, não só para construtores civis, de obras públicas e de negociantes de inertes como para os fabricantes de máquinas de remoção de terras, guindastes, etc. etc. para além de absorver a mão-de-obra libertada pela crise em Espanha e na nossa velha aliada, a Inglaterra e evitar a subida dos índices de desemprego).
Como é que não me lembrei disto antes?

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
MEU ILUSTRE SENHOR pró-7RA

BOM DIA.

Vou ler o texto e dar-lhe a minha opinião sincera, não tenha dúvidas.

Cumprimentos do
M. Cunha
Anónimo disse…
CARO-Pró-7RA

VIVA

Cá estou de novo.

O texto da ANA PAULA LIMA não sentido nenhum.Recuso-me a entrar nesse esquema GALIZA- NORTE DE PORTUGAL.

Que gozo me dá ler esse estudo que me informa que a produtividade descer 2.2% e a Galiza 0.9 %.

O Fernando Gomes é que tinha essa mania, porque é que a abandonou.

Estou a reparar que os agentes universitários estão falhar nas premissas.

O primeiro passo a dar é criar condições no Norte do País para que os quadros aqui se fixem. Por aqui sim.

Outro modelo é permeável à "corrupção" , ver Fátima Felgueiras e os outros todos.

Acho que os regionalistas vão ter vida difícil, porque parecem-me querem imlementar isso à força.

Vamos levar esse tema à Universidade e dicuti-lo lá. Haverá mais opiniões.

Você faz o prgrama e eu vou falar com a Associação de ESTUDANTES DE Economia, ou alguma Universidade da Terceira.

O QUE É QUE ACHA?

ab.
M.Cunha
Anónimo disse…
Caro M. Cunha,

O senhor está a defender a regionalização ao referir que é necessário "criar condições para fixar os quadros na região norte".
Aqui existe a convicção que qeria significar Região Autónoma de Entre Douro e Minho e Região Autónoma de Trás os Montes e Alto Douro.
Levar o tema à universidade, vamos lá à discussão e partilha de ideias, mas não contem com vida fácil.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Meus caros,nao percam o vosso tempo levando a discussao ate' a' universidade...ela ja' la' esta e,num impasse...se as universidades e universitarios solucionassem problemas,eles nao existiriam.Aproveitem as energias alertando o homem da rua,ilucidando-o do que politicamente lhes pode cair encima se a regionalizacao ou a nao regionalizacao acontecerem...nao embrulhem a discussao e palavras bonitas{para os que as entenderem}...sejam franco atiradores nao "decois"escondidos por detraz de interesses mal defenidos ou pelo menos mal esclarecidos.
Hoje estamos mal governados ou pelo menos nao tao bem como podiamos,cedo isso,mas as solucoes existem,nao sao aplicadas...e sao de facil aplicacao,repito o que disse ontem e que e' a minha conviccao...criem-se incentivos para quem quizer investir no interior...nao mais governo ou mais uma 'branche' de governo...ou sera que as regioes vao colectar os seus proprios impostos e,para Lisboa 'nicles'?Se assim for,torno a repetir,vamos dividir o que a meu ver ja' e' pequeno....Ate' hoje,em democracia ou ditadura ainda nao vi um politico simplificar ...todos,mas todos,sao mais um problema na resolucao de qualquer problema....se nao acreditam vao a uma reuniao de camara ou junta de freguesia...para nao falar nas negociatas por debaixo da mesa....aumentando com mais uma forma de governo que e' em realidade o que e' a regionalizacao exponencia-se as oportunidades.Que ha' gente honesta na politica ha'...mas abramos os olhos,facamos 360graus e interroguemo-nos:-meu deus,onde vamos parar!
Diogo de Sousa
Anónimo disse…
Caro Diogo de Sousa,

Onde vamos parar?
Então ainda não viu que já lá estamos (isto é, nunca de lá saímos) há centenas de anos, mesmo sem as consequências da crise actual?
O nosso amigo Templário e contraregionalista terá uma explicação histórica para a permanência persistente no subdesenvolvimento, o qual se aproveita sempre e delicia-se no espreitamento da melhor oportunidade.
Resultado, não desenvolvemos e está sempre a acompanharmos uma teimosia comportamental corporativista dos diferentes actores em causa (são alguns e poderosos, pelo menos assim devem pensar que o são e sempre foram).
Portanto, sempre assim foi e com a regionalização autonómica executada por protagonistas políticos de nova geração as "coisas" poderão mudar, mas vai levar algum tempo.
Às vezes, quase existe a convicção que, com a situação em que se encontra o nosso País, é necessário e justificado ter um regime de governação musculado mas ainda democrático (não se escandalizem com esta afirmação, mas suspeito que há extractos crescente da população que começa a aprovar tal regime porque "não nos governamos nem nos deixamos governar: aqui está a explicação do pântano).
E para grandes males (susbsistentes há demasiado tempo e de origem corporativista) não há como os grandes remédios.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
MEUS CAROS,

VIVA.

já fiz o pedido à Universidade e estou à espera de resposta.

Que me desculpe o admnistrador deste meritório espaço,mas, entendo que o lugar certo é lá, com os estudamtes e a comunicação social em cima.

Acho que é um tema enriquecedor.

Uma coisa, a frase do pró-7ra, "não contem com vida fácil?..."

Porquê isto?
ab.

M.CUNHA
Caro M Cunha,

Esta é uma problemática eminentemente política. Assim sendo, considero a Universidade, apenas, como mais um dos espaços onde esta discussão deve ser prosseguida.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caro M. Cunha,

Se quiserem levar "isto" para discussão na universidade (não sei qual é mas também não interessa muito), não contar com vida fácil é apresentar argumentos fortes em favor do modelo de regionalização mais sustentável e adequado à eliminação dos nossos padrões medievais de desenvolvimento.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)