Regionalização e agricultura podem ajudar o país

Em tempo de crise, a regionalização e a aposta na terra podem ser dois dos caminhos para a diminuição do desemprego e o combate à pobreza.

A obrigatoriedade de se referendar um mapa no processo da regionalização deve ser retirada da Constituição, defende Eurico Figueiredo.

O presidente da Comissão de Poder Local lembra que, aquando do primeiro referendo à regionalização, a inclusão do mapa na consulta popular é um factor de “contaminação” do processo.

O antigo deputado socialista considera “ingénua” a ideia de que existe consenso à volta da criação de cinco regiões. “Principiar já pelo mapa das cinco regiões, convencido que isso vai facilitar um consenso, no meu entender, é via perigosa, é via para perdermos novamente o referendo. De facto o que é necessário é que o PS e PSD se entendam sobre a necessidade de regionalização”.

Eurico Figueiredo afirma mesmo que, se os portugueses tiverem de votar o mapa, a regionalização volta a não passar.

Fernando Ruas tem outra opinião

O Presidente da Associação de Municípios diz que um mapa com cinco regiões é consensual e não causará nenhum problema.

“Penso que o que causou problema anteriormente foi o mapa com 8 regiões (…) o mapa de cinco regiões é consensual” – garante.

Ao contrário de Eurico Figueiredo, Fernando Ruas considera desnecessária a hipótese de se retirar da Constituição a obrigatoriedade de se referendar um mapa.

A regionalização volta a estar na ordem do dia, com a possibilidade da realização de um referendo em 2011.

Voltar ao campo para enfrentar a crise

Em tempo de crise, a regionalização, a aposta na terra e o regresso à “vida simples”, pode ser um dos caminhos para a diminuição do desemprego e o combate à pobreza.

A litoralização das populações em Portugal é flagrante. Nesta altura, mais de 85% da população vive na faixa litoral entre Braga e Setúbal.

O sociólogo Eliso Estanque, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, defende o regresso à terra, para combater à pobreza e a desertificação do Interior. “A ideia que foi debatida no Fórum Social Mundial foi a possibilidade de regresso à vida simples em ligação com a agricultura e com modos de organização económica mais próximos da tradição, como um dos caminhos possíveis para diminuir o problema do desemprego e o risco de pobreza”.

Eliso Estanque sublinha que em época de crise, “a terra é sempre «mãe» de tudo aquilo que pode frutificar e servir de base fundamental para alimentar as pessoas”.

|RR|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalsitas,
Caros centralistas,
Caros Municipalistas,

O referendo é uma manifestção acessória para não dizer acidental em todo o processo da regionalização, uma espécie de "empata-festas".
No complemento de uma "vida simples" e autosustentada, é imprescindivel o retorno ao aproveitamento dos recursos próprios de cada região, para que a produção volte a ser um dos pilares em que deve assentar o desenvolvimento posterior, onde a agricultura deverá merecer um lugar de destaque já que é um sector de actividade económica que, uma vez bem organizado e bem gerido, sente menos os efeitos de conjunturas adversas mesmo causadas pela economia de casino gerada por certos "ramos" dos mercados financeiros.
Para atingir estas finalidades, a solução política recomendada só poderá assentar na criação das 7 Regiões Autónomas.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)