Regionalização...

por, never blind

Quero começar já por dizer que votei contra a regionalização no referendo. Resolvida esta questão, vamos àquilo que me trás aqui. Na grande maioria das vezes não concordo com o Miguel Sousa Tavares: tirando os referentes ao Futebol Clube do Porto, MST parece-me, na grande maioria das vezes, demasiado dogmático, demasiado fascista na defesa das suas ideias. Só as dele é que são válidas. Falo em MST porque continua a ser um defensor acérrimo e inconsciente contra a regionalização e contra o referendo. Os argumentos usados são respeitosos mas eu não os aceito.

Primeiro argumento: um referendo já foi feito, já está e nada mudou, entretanto, para que esta questão volte à discussão pública. No aborto nada mudou na teoria e não foi, por isso, que não se fez um novo referendo. A única diferença é que a campanha do "Sim" foi mais coerente em relação ao passado.

Segundo argumento: a regionalização é coisa de autarcas que querem perpetuar-se no poder, aumentando o compadrio e a corrupção. Pois, mas o que citadino MST não diz são as "dificuldades" que a província tem no seu desenvolvimento e que nem os autarcas lhe vale.

O que MST não diz é que um jornalista na cidade, com as mesmas funções que eu, recebe duas vezes mais. O que MST não diz é que as conquistas da província são mérito dos seus autarcas. O que MST não diz é que, por exemplo, os próximos fundos comunitários serão controlados pela cidade e que as províncias verão os dinheiros que a cor política ditar.

Digo uma heresia: mas este aumento de tensões sociais na província, são fruto da pseudo-mania intelectualóide dos citadinos, que como MST, têm a mania que conhecem a província sem nunca lá ter vivido. E ter segunda habitação não lhes dá força para nada.

A regionalização é uma decisão política e para a qual os políticos que acreditam nela têm que trabalhar.

Ora, precisamente hoje, num almoço oferecido aos jornalistas, o presidente da câmara de Braga voltou a fazer referência a um projecto classificado no primeiro lugar na atribuição de fundos: a criação de uma linha férrea para o quadrilátero urbano.

Sem querer tirar ou imputar culpas a quem delas tem, a verdade é que este é o verdadeiro primeiro projecto que juntou Braga, Barcelos, Guimarães e Famalicão. Isto é, é o primeiro passo daqueles que acreditam na regionalização; é a primeira prova que é possível desenvolvimento regional sem bairrismos e parolismos e que todos podem ganhar com isso.

Eu sou um optimista e por isso, acredito sempre que o caminho se faz andando. Mais vale tarde do que nunca e a frase de Mesquita Machado, "todos nós deixamos os bairrismos para trás e fizemos um esforço para conciliar posições e isso deu frutos", é um sinal dos novos tempos que se avizinham.

Cabe aos políticos fazer o seu trabalho: provar no terreno as virtualidades da regionalização. Cabe aos citadinos continuar a praguejar contra a regionalização.

Resta esperar que nos deixem voltar a decidir sobre isso. Os tempos e as vontades estão a mudar...
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Apesar das origens familiares portuenses deste jornalista e escritor de valor, merecedores do maior respeito e admiração, convém livrar a regionalização de duas coisas: nódoas e condecorações.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)