Douro

Cooperação transfronteiriça

Portugal e Espanha traçam plano para desenvolver o Douro

Portugal e a comunidade de Castela e Leão vão apresentar até final do ano um plano de desenvolvimento para a região do Douro que prevê, além de outras coisas, a reativação, para fins turísticos, da linha-férrea Pocinho-Salamanca.

O compromisso foi assumido nesta quarta-feira em Lisboa pelo ministro português do Ambiente, Nunes Correia, e pelo presidente da Junta Autônoma de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, e é um dos principais pontos de um memorando sobre cooperação transfronteiriça assinado entre o Governo português e aquela comunidade autônoma.

"Até final de 2009 haverá um plano concreto para o desenvolvimento coordenado entre Espanha e Portugal da grande bacia do Douro", disse Nunes Correia aos jornalistas no final da cerimônia de assinatura do memorando, que aponta também como objetivo neste âmbito a "estruturação de uma rota do Patrimônio da Humanidade ao longo do rio.

"Salamanca e o Porto são duas cidades Patrimônio da Humanidade que estão de costas voltadas", disse Nunes Correia, frisando o fato de também o próprio Vale do Douro ter sido considerado Patrimônio da Humanidade da Unesco.

No âmbito do plano será estudada a reativação da linha de trem entre a fronteira portuguesa (Pocinho) e Salamanca, um projeto com grande "grande potencial turístico", que segundo Nunes Correia poderá "alavancar o progresso da região".

Por sua vez, Juan Vicente Herrera, frisou o "valor político" do documento assinado com o Governo português, adiantando que o próximo passo será estudar "as dificuldades técnicas, ambientais e financeiras " associadas à reativação da linha férrea, estimando um investimento de 80 milhões de euros.

A possibilidade de uma candidatura conjunta a financiamentos europeus para este projeto foi admitida pelos dois responsáveis.

O memorando prevê impulsionar o projeto Mobilidade, Inovação e Território (MIT), que prevê iniciativas conjuntas de Castela e Leão com a região central de Portugal para valorizar o eixo Aveiro/Viseu/Guarda/Salamanca/Valladolid/Burgos nos transportes, educação, ambiente e desenvolvimento sustentável ou turismo.

Nunes Correia destacou ainda o reforço da cooperação transfronteiriça entre Castela e Leão e as regiões do Norte e Centro de Portugal, principalmente através da formação e intercâmbio de alunos e professores, prestação de cuidados de saúde nas zonas de fronteira, proteção civil e emprego.

Juan Vicente Herrera, que cumpre hoje o segundo dia de uma visita oficial a Lisboa, foi recebido também pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, a quem transmitiu a disponibilidade da Junta Autônoma para elaborar um programa de ensino de português naquela região espanhola.

Segundo Juan Vicente Herrera, atualmente aprendem português, como segunda língua em Castela e Leão, mais de 2.800 alunos dos ensinos primário e secundário e cerca de 500 adultos.

|Lusa|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Sem uma paridade de negociação política inter-regional entre os dois lados da fronteira (e, no futuro, de muitas outras) nunca será possível optimizar os resultados de qualquer colaboração ou execução de Planos de Desenvolvimento das respectivas sociedades.
Nunca ...

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)