A nova regionalização

Uma classificação do país com base em variáveis económicas, demográficas e sociais no limiar do século XXI

Quase inócua politicamente nas ilações que retirei (no corpo da tese); talvez não tão inócua no uso que se poderá fazer dela.

365 variáveis e muitos meses depois...

RESUMO

Pretendeu-se com a presente dissertação explorar informação estatística, de acesso generalizado, que permitisse uma classificação de todo o país em regiões intrinsecamente homogéneas em termos económicos, demográficos e sociais, concluindo-se com a respectiva caracterização que se espera útil para o desenvolvimento de políticas económicas e de foro empresarial.

O estudo incidiu sobre informação com detalhe concelhio, repartida por catorze temas e tomando por referência temporal o ano do último recenseamento populacional – 2001.

O vasto conjunto de dados coligidos foi sujeito a procedimentos de análise descritiva, crítica qualitativa e selecção, tendo-se desenvolvido um esforço posterior de sintetização da informação seleccionada, procedendo à definição, em cada tema, de agrupamentos de dados correlacionados. O objectivo de redução de dimensionalidade foi alcançado recorrendo à Análise em Factores Comuns e Específicos utilizando como método de estimação a Análise em Componentes Principais.


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Os dados finais foram submetidos a métodos de classificação que se enquadraram no campo da Análise de Clusters. Decorrido o processo de teste e escolha entre algumas das técnicas disponíveis, reteve-se uma classificação do país em doze clusters obtida através do critério de Ward. Da classificação resultou a caracterização de um país repleto de variantes face à clássica percepção dualista de interior versus litoral ainda que se denote um assinalável fenómeno de contiguidade geográfica na maioria dos clusters reconhecidos.

Destacam-se diferenças claras entre os clusters envolventes dos centros das duas grandes áreas metropolitanas de país, bem como, distintos perfis demográficos e de desenvolvimento económico entre os diversos clusters predominantemente interiores. Surgiram também evidentes distinções entre os dois arquipélagos atlânticos e entre estes e o continente.

As indicações que se extraem deste trabalho apontam para uma necessidade de se encarar, de forma consciente, a existência de diferenças regionais muito expressivas que vão além das tradicionais visões dicotómicas ou das centradas na divisão administrativa do país.

|Adufe.pt|

Comentários

Anónimo disse…
A história, a geografia, a antropologia e as características específicas e diferenciadas das nossas províncias estão todas confirmadas nas conclusões deste importante trabalho de investigação.
Por outro lado, sempre apontaram também e continuarão a apontar para a "necessidade de se encarar, de forma consistente, a existências de diferenças regionais muito expressivas que vão além das tradicionais visões dicotómicas ou das centradas na divisão administrativa do país".
Mais comentários serão desnecessários e aqui está mais uma prova da necessidade de implementar as regiões autónomas no território continental como a melhor forma de assegurar desenvolvimento com base no aproveitamento real das potencialidades favorecidas pelos clusters já identificados em cada das 7 regiões a autonomizar politicamente e nunca administrativamente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
José Leite disse…
Sou do tempo em que como assinante do Povo Livre se fazia a apologia da regionalização a todo o transe.

Depois, aquilo que era bom passou a ser mau, péssimo, horrível: fonte de clientelismo, de despesismo, mais uma barreira burocrática, factor de corrupção,
de divisionismo, de bairrismos doentios...

O PSd deu uma cambalhota de 180 º. Eu saí do PSD (não só por isso...) mas continuei a pensar nela não como panaceia mas como instrumento nivelador, regularizador de assimetrias.
T. Vilmar Assaricci disse…
precisamos ter em mente o significado científico de regionalização, que é dividir em regiões ou grupo de paises, levando em conta as diferenças ou semelhanças das diversas áreas, baseando-se, para tanto principalmente, na variedades paisagisticas naturais ou na organização socieconômicas.
Anónimo disse…
A legenda do mapa é esquisita! AML é o quê? Área Metropolitana de Lisboa e Capitais de Distrito? A Figueira da Foz é o quê? O Oeste vai até Espanha e até Ovar?
Que raio de mapa!