Regionalização é urgente

Regionalização em debate na Festa da Geografia 2009

Mirandela acolheu pelo terceiro ano consecutivo a Festa da Geografia, organizada em conjunto pela Câmara Municipal de Mirandela e pelo Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.

A Festa da Geografia é vista como uma oportunidade para tratar da Geografia e do Ordenamento do Território, para apresentar estudos, ensinar e aprender, para trocar conhecimentos e experiências e para discutir soluções para os problemas de desenvolvimento.

“A grande novidade da Festa da Geografia deste ano é o tema. O primeiro foi sobre o conhecimento do território e as relações de Portugal-Espanha, o segundo foi a água, o terceiro é o ordenamento do território.
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Regionalização é urgente

A regionalização foi um dos temas centrais debatidos nesta da Festa da Geografia.

A regionalização tem dois aspectos, um mais governamental que é tornar os sistemas mais eficazes, outra é devolver o poder às populações, e sobre isso também não se tem falado muito.

De uma maneira geral, os municípios são muito fortes em Portugal, mais do que na média dos países do mundo. Isto torna mais difícil a partilha de regiões. As grandes serras, os grandes rios, que passam por vários concelhos terão problemas de gestão, porque há dificuldades em perceber qual é o município que se sente seu dono”, referiu Diogo Abreu.

A edição deste ano contou com a presença do secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, que sublinhou a importância da regionalização para a coesão territorial.

A regionalização tem de ser um factor que contribui para a coesão territorial. A regionalização corresponde à componente administrativa, dando poder à decisão política a nível regional.

A regionalização tem uma dupla vantagem, por um lado dá uma voz política mais forte e por outro lado garante uma maior articulação entre políticas públicas, por isso é essencial para garantir uma maior coesão territorial”, afirmou João Ferrão.

Para além da regionalização, o governante referiu ainda a necessidade de apostar nos “motores certos de desenvolvimento, arriscar e investir” como armas para diminuir a clivagem que existe entre regiões.

“Ainda estamos muito habituados a discutir os factores do século XX, as acessibilidades, as estradas, isso é importante, mas ao mesmo tempo temos de ter os olhos nos dias de hoje, no século XXI em que há um outro investimento tão importante como esse. Em Trás-os-Montes, há municípios que estão mais avançados e outros menos do ponto de vista dos investimentos do futuro (ao nível da tecnologia).

Ao governo cabe criar programas que estimulem investimentos, como o programa de Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano. Independentemente dos municípios estarem localizados no litoral ou no interior, o que nós queremos é que os municípios tenham capacidade para apresentar candidaturas de projectos que sejam realmente inovadores”, alertou.

Comentários

Anónimo disse…
A regionalização autonómica, como instrumento político de desenvolvimento, é a única solução capaz de potenciar a utilização dos recursos próprios diferenciados de cada uma das 7 Regiões Autónomas.
A regionalização, como sistema de organização política, territorial e administrativa, é a mais adequada solução com capacidade para imprimir uma verdadeira e duradoura reforma do sistema administrativo, técnico e empresarial do Estado e do funcionamento dos Órgãos de Soberania.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)