BE defende regionalização para promover desenvolvimento rural

A cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda por Vila Real às eleições legislativas, Alda Macedo, defendeu hoje a aplicação da regionalização como forma de promover o desenvolvimento rural deste território.

O BE promoveu um seminário subordinado ao tema "Justiça e Desenvolvimento nas Regiões Periféricas" para debater os constrangimentos e potencialidades do desenvolvimento nos meios rurais".

Alda Macedo defendeu que Trás-os-Montes e Alto Douro precisam de "uma alteração profunda ao nível da implementação da regionalização".

"Sem ter um poder administrativo regional, legitimado pelo voto, em que a pessoas escolheram e que têm um poder que responde diante delas, não é possível levar a cabo um projecto que seja minimamente coerente e sério do ponto de vista da resposta às dificuldades", afirmou a candidata.

Quanto ao modelo institucional a aplicar, Alda Macedo disse que este tem que ser decidido pelas próprias populações locais.

"De todas as vezes em que se começou uma discussão desta natureza pelo desenho da região perdeu-se. O BE quer ganhar esta discussão. Para ganhar esta discussão tem que procurar saber o que é as pessoas querem para a sua região, que modelo querem e que competências", salientou.

O BE, de acordo com a deputada, está preocupado "sobretudo com a discussão em torno da democracia que se coloca à regionalização".

Alda Macedo referiu que a principal conclusão do seminário de hoje é que é preciso olhar para o mundo rural com as suas particulares específicas.

"Sabemos hoje aquilo que é indesmentível. É que não é possível ter uma política de desenvolvimento regional para o país. Há que ter políticas de desenvolvimento regional desenhadas de acordo com aquilo que são as particularidades e especificidades de cada região", sublinhou.

Para a candidata, a "grande prioridade é produzir um cadastro da propriedade fundiária", isto porque, segundo referiu, actualmente acontecem até casos em que não se base quem é o seu proprietário.

Esta medida poderia contribuir para a criação de um "banco de terras", uma ideia avançada pela Confederação Nacional das Associações de Jovens Agricultores, que seria coordenado a partir das instituições universitárias com parceria das autarquias.

Luís Saldanha, dirigente da confederação, explicou que este banco iria reunir terrenos abandonados e de, por exemplo, proprietários idosos e seria entregue a jovens agricultores que ali se quisessem instalar.

O responsável falou ainda dos estrangulamentos do sector agrícola, que passam pelo envelhecimento, o baixo rendimento, qualificação reduzida, pela burocracia e regulamentação e pelo reduzido peso eleitoral.

|Publico|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Como factor de desenvolvimento rural, apenas, a regionalização aparece aos olhos deste partido como uma solução de desenvolvimento insuficiente, uma vez vez que parece excluir todas as restantes vertentes de desenvolvimento.
Contudo, é necessário ter toda a cautela com as propostas de partidos políticos para os quais "TUDO ESTÁ MAL", não havendo nada que se aproveite, sejam propostas ou acções do(s) partido(s) que está(ão) no Governo seja mesmo das propostas de outros partidos da oposição. Dizer mal de TUDO o que tem sido feito politicamente, somente para angariar votos de juventude e de incautos, não parece ser uma atitude política séria.
Nisto da política, é necessário ver mais além das próprias críticas e, no caso deste partido em concreto, quase que posso garantir que, se o PS ganhar a spróximas eleições, uma aliança de governo com o BE poderá ser uma realidade. E já agora, antecipo uma solução governativa que contemple a afectação do Professor Doutor Francisco Louçã (que pelo que se sabe, nunca se sentou na cadeira de gestor de nenhuma PME nem tem qualquer outra experiência empresarial, a não ser pelo conhecimento facultado pelos dados objecto de trabalhos de investigação) ao Ministério da Economia como Ministro e do Doutor Miguel Portas ao Ministério da Cultura, também como Ministro.
Depois, depressa saberemos que serão iguaizinhos aos ministros que criticaram e criticarão, o BE extinguir-se-à lentamente como formação partidária, como aconteceu ao PRD (de triste memória), para não continuarmos a destoar dos habituais políticos-de-turno que ambicionam ser protagonistas de poder a todo o custo e deliciarem-se com o papel de ministro-bombeiro, a procurar solucionar o casuismo político que lhes aparece à frente, sem qualquer conhecimento da realidade concreta do País nem de sentido estratégico-político que transforme os políticos-de-truno em políticos-estadistas.
E daqui parece que nunca sairemos, infelizmente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Paulo Rocha disse…
Não vejo como seria possível ao BE ou mesmo ao PCP envolverem-se com qualquer governo. São partidos de contestação sem qualquer vocação para governarem, eles próprios o assumem.
Anónimo disse…
Caro Paulo Rocha,

Tais partidos serão assim para fora, mas para dentro são já muito diferentes.
Por outro lado, o SG do PCP já afirmou, em pré-campanha, que está também pronto para governar.
O BE está a fazer a sua cama política, à custa do casuísmo político escolhido a dedo (só para acusar) e de um tipo de mal dicência típica do pior jornalismo da nossa praça. Por isso, quanto melhor a fizer muito melhor nela se deitará. Se tal acontecer, de nada lhe adiantará como partido, vai apagar-se à medida que se revelar (negativamente) no poder.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)