Regionalização ensaiada no modelo do quadrilátero

Será criada associação de municípios para conseguir gestão eficaz dos projectos

Trata-se de uma experiência inovadora de políticas urbanas de base local, competente para gerir projectos e que ganha carácter, como antecâmara da Regionalização. O primeiro projecto, de 15 milhões de euros, avança para o terreno.

A área digital é o primeiro passo, mas os fundadores do Quadrilátero Urbano (os municípios de Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães, mais os parceiros da AIMinho, UMinho e Citeve) querem plasmar no terreno, num horizonte de quatro anos, projectos concretos que permitam alcançar indicadores de relevo no de relançamento económico.

O plano estratégico aponta a inovação na área digital e agora cada um dos subscritores do protocolo fica obrigado a apresentar, no espaço de um ano, um projecto concreto para cada acção prevista. O desiderato geral e final aponta para a criação de um pólo de competitividade tecnológica.

O Gestor do Plano Operacional do Norte, Carlos Duarte, diz que o acordo evidencia "um novo modelo de governação", mas Mesquita Machado alegou a implementação da Regionalização Administrativa, justificando, assim, a necessidade de ser constituída, entretanto, uma associação de municípios e um conselho consultivo, responsáveis pela correcta gestão do projecto. "Com a Regionalização não seriam necessárias estas estruturas intermédias", disse o autarca de Braga, acérrimo defensor do "trabalho comum dos municípios, ultrapassadas que foram as minudências que mantinham os municípios vizinhos de costas voltadas.

"O Quadrilátero tem massa crítica de enorme significado, capaz de concretizar as ambições da população que aqui habita. Este é o primeiro de muitos projectos em comum", vaticinou Mesquita Machado, falando em representação dos autarcas envolvidos.

O protocolo de financiamento ontem assinado resulta do projecto apresentado pelo Quadrilátero, há dois anos, à Secretaria de Estado do Ordenamento do território, no valor de 15 milhões de euros (financiado em 75% pelo Feder e em 5,3 milhões por cada município), e que reitera os propósitos de desenvolver a competitividade, inovação e internacionalização da região.

Tido o QREN como "a derradeira oportunidade para dotar a região das infra-estruturas necessárias, Mesquita Machado garantiu que os municípios em causa vão "apresentar os projectos a tempo e horas. Não irá sobrar um centavo e, se possível, até pediremos reforço".

|JN|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Tive o cuidado de ler atentamente a notícia relativa a este assunto e a conclusão a que cheguei é somos muito tentados a inventar.
Isto é a insistir nos mesmos erros estratégicos.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Estas são soluções administrativas de recurso para, dalguma maneira, mitigar os efeitos nefastos da não-regionalização.
Anónimo disse…
Caro António Felizes,

Mitigar não é resolver e, às vezes, até tem efeitos muito contrários. Corresponde a fazer, para logo depois desfazer, lembrando os trabalhos eléctricos e de telecomunicações (quantas vezes foram as autarquias contactadas para informarem, num esforço de coordenação, se numa determinada rodovia urbana ou outra, estava prevista alguma obra de melhoria, sem se obter qualquer resposta; disto testemunhei directamente durante vários anos) nas rodovias urbanas nacionais antes ou depois de melhorias ou reconstruções, com os consequentes custos acrescidos.
Somos óptimos no improviso e no transitório, muito maus na coordenação, organização e estratégia.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)