Linha do Tua

O pessimismo de José Silvano - Mirandela

Autarca de Mirandela perdeu a esperança na reabertura da linha do Tua


José Silvano já não acredita na reabertura, em toda a sua extensão, da linha do Tua. O presidente da administração da Metro de Mirandela e da autarquia revela este sentimento numa altura em que já passaram 15 meses após o último acidente de uma composição do Metro que provocou uma morte e dezenas de feridos e o consequente encerramento no troço entre o Cachão e o Tua.

Já quase que tenho certezas porque agora não vejo nenhuma possibilidade de reabertura da linha. Segundo a estratégia da EDP, pode chegar a acordo para fazer um percurso turístico mas a linha, tal como existe, nunca mais haverá.”

O pessimismo de José Silvano contrasta com o optimismo crescente dos movimentos de apoio à manutenção da linha do Tua que decidiram elaborar um manifesto pela preservação do património do vale do Tua.

Os diversos movimentos e organizações que sempre defenderam a manutenção da linha do Tua renovaram a sua confiança após o recente estudo da comissão europeia que arrasa o plano de barragens a implementar pelo Governo português.

Para além disso, o filme/documentário “Pare escute e olhe” pode ser um instrumento importante nesta luta. Aliás, no passado sábado, aproveitando a exibição do filme, em Mirandela, os diversos movimentos começaram a recolher as primeiras assinaturas de um manifesto pela preservação do património do Vale do Tua, onde é denunciado o abandono pelo poder central do Nordeste Transmontano, bem como as consequências nefastas para a região e as fracas contrapartidas para o país com a construção da barragem de Foz-Tua.

A barragem vai ser um desastre a nível regional e irrisório a nível nacional. Será que não é mais proveitoso para a região, em termos de coesão nacional? Trás-os-Montes foi-se transformando numa colónia de Lisboa e do Porto.”

Daniel Conde, do Movimento Cívico da linha do Tua, diz ser necessária uma segunda revolução ferroviária.

Temos de voltar a colocar a malha ferroviária do Douro ao serviço da população. O Douro já ultrapassou Lisboa como região turística, já é a terceira do país. É Património da Humanidade. Liga três ou quatro Patrimónios da Humanidade. Em Bragança vamos ter um aeroporto regional, com capacidade de receber aviões como um 737, com 200 passageiros por voo. Logo ao lado vamos ter uma estação de alta velocidade na Puebla de Sanábria.”

O manifesto apresenta até propostas para o futuro sustentável daquele vale e da linha férrea que passam por melhores condições da via, introdução de comboios turísticos, aproveitamento das estações para criar lojas de produtos regionais e a reabertura da linha entre Mirandela e Bragança, bem como o seu prolongamento até Puebla de Sanábria.

Depois da recolha do maior número de assinaturas, o manifesto será enviado ao Primeiro-Ministro e aos Ministros do Ambiente, Obras Públicas e Transportes e da Economia.

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Tanto a descida como a subida pela Linha do Tua tenho-a gravada em vídeo, para mais tarde me lembrar de uma das mais fascinantes linha ferroviárias do nosso País.
Como é possível destruir infraestrusturas centenárias e de grande potencial futuro, caso não tivessem atrasado os investimentos necessários desde há mais de 50 anos?

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Paulo Rocha disse…
Absolutamente, lamentável...