Referendo interno sobre regiões divide PSD

A possibilidade de um referendo interno no PSD sobre a posição a tomar quanto à regionalização, tal como foi proposto por Marcelo Rebelo de Sousa, divide o partido.

O líder parlamentar do PSD não "vê problema" na realização da consulta interna, mas também não fecha a porta à possibilidade de o assunto ficar resolvido no Conselho Nacional social-democrata, dada a "sua representatividade".


José Pedro Aguiar-Branco diz, aliás, que a matéria não é prioritária num momento de crise e considera que qualquer debate sobre as regiões administrativas só deve ocorrer após as eleições presidenciais, ou seja, em meados de 2011.

Ao invés, Miguel Relvas, o braço-direito de Passos Coelho, saúda a proposta. O ex-deputado lembrou que esta foi precisamente uma das ideias defendidas pelo ex-adversário de Manuela Ferreira Leite na campanha das eleições directas no partido em 2008.

"Tenho pena que na altura tenham existido tantas críticas à proposta e o PSD tenha perdido um ano neste debate. O partido já devia ter uma posição sobre esta matéria além da defendida pela líder", sublinhou ao DN Miguel Relvas.

Os três candidatos à liderança do partido defenderam em Maio de 2008, altura em que decorreu a campanha das directas, posições divergentes sobre a matéria. Manuela Ferreira Leite tornou claro que era contra a regionalização e que com ela o partido não embarcaria "nessa aventura"; Pedro Passos Coelho comprometeu-se a realizar uma consulta aos militantes; e Pedro Santana Lopes defendia uma experiência 'piloto' na região do Algarve.

Um dos maiores defensores da regionalização no PSD é precisamente o presidente da distrital do PSD de Faro. Confrontado com a proposta de referendo interno feita por Marcelo, Mendes Bota mostra discordar do processo: "Um candidato a líder deve ter ideias assentes sobre questões estruturantes da sociedade portuguesa. A regionalização é uma delas. Competirá aos candidatos à liderança do PSD propor projectos e estratégias para o partido e para o País. O que vencer tem a responsabilidade de apresentar a moção de estratégia que o partido sufragará em congresso".

Para o deputado social-democrata, "mal estaremos quando uma liderança tiver que governar de forma referendária". Ainda assim garante não ter "nenhum receio" do referendo interno sobre a regionalização.

|DN|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Confirmo mais uma vez que nehum partido está politicamente preparado para decidir e implementar a regionalização, tanto na vertente administrativa como e muito menos autonómica.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)