Internacional Norte

ÁLVARO SANTOS
Engº civil e vereador da CM Ovar

|GP|


Torna-se necessário e urgente reforçar a capacidade das instituições de apoio ao desenvolvimento regional, qualificando-as para o exercício de funções fundamentais em matéria de internacionalização

É sabido que a Região Norte de Portugal possuiu uma economia aberta com uma longa tradição no comércio internacional, representando cerca de 40% das exportações do País. A análise da estrutura produtiva da Região do Norte permite observar a existência de uma base industrial bastante significativa, consolidada e dinâmica, caracterizada pela existência de um conjunto de zonas muito direccionadas para a produção de bens de consumo final.

Este padrão confere à Área Metropolitana do Porto uma vocação específica, em termos nacionais, que é a de estar no centro de um sistema económico predominantemente constituído por actividades transaccionáveis e fortemente internacionalizadas. Ganham assim relevo, actual ou potencial, as actividades terciárias associadas à internacionalização e à competitividade.

Contudo, as estatísticas são cruéis para a Região do Norte. Seja na economia, na educação, no emprego, ou no rendimento per capita dos seus habitantes. O empobrecimento da região nos últimos anos é alarmante.

A crise económica e social decorrente do ciclo económico mas sobretudo da profunda reestruturação e reconversão da actividade económica regional tem vindo a fazer aumentar continuamente a taxa de desemprego e a colocar a Região Norte na cauda de alguns indicadores nacionais.

Neste cenário, a internacionalização surge como uma dimensão crucial da competitividade de qualquer economia moderna, tanto na perspectiva da projecção externa das empresas portuguesas como da captação de investimento estrangeiro.

No caso de uma pequena economia, como a portuguesa, e, em particular, para uma região como a do Norte de Portugal, com 3,7 milhões de habitantes, um PIB per capita bastante inferior à média nacional e comunitária e uma forte tradição industrial, a internacionalização da economia é uma condição fundamental para assegurar, de forma sustentável, a sua prosperidade e crescimento.

Nesta perspectiva, a internacionalização da Região do Norte de Portugal passa necessariamente por reforçar o networking e a cooperação internacional tendo em vista atingir a escala, massa crítica e excelência necessárias para que o tecido económico regional enfrente de forma sustentada a concorrência global.

Neste sentido, torna-se necessário e urgente reforçar a capacidade das instituições de apoio ao desenvolvimento regional, qualificando-as para o exercício de funções fundamentais em matéria de internacionalização.

O Programa Operacional Regional do Norte lançou recentemente um concurso de apoios à  internacionalização da Região do Norte, visando nomeadamente a adesão a redes internacionais, a organização de congressos e a preparação de projectos de cooperação internacional. A iniciativa tem um orçamento de três milhões de euros e decorre até ao próximo dia 28 de Maio.

Este esforço de capacitação e qualificação de instituições, públicas ou privadas, na sua acção de networking, cooperação e marketing internacionais, insere-se no objectivo maior de dotar o tecido institucional regional de melhores condições para enfrentar os desafios da concorrência internacional e aproveitar as oportunidades da globalização.

Tal como diz o ditado, “semear hoje, para colher amanhã”.
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