Registos da História

Regionalização, oportunidade perdida (I)

Quando algumas vozes, nomeadamente do PSD de Paredes, parecem querer fazer renascer o tema Regionalização, é conveniente recordar alguns debates públicos de 1998 e lembrar argumentos então assumidos pelas diferentes forças políticas.

Fora da região, relembre-se as muito longas sessões em duas freguesias de Matosinhos, Guifões e Custóias. Em 10 de Outubro de 1998, esteve presente em Guifões Cristiano Ribeiro pelo PCP, Guilherme Pinto e José Saraiva pelo PS, André Noronha pelo PP e Lurdes Sousa pelo PSD. Em principios de Novembro em Custóias Cristiano Ribeiro (PCP), Guilherme Pinto (PS), Nelson Cardoso (PSD) e Simão Granja (PP).

A direita política representada então pelo PSD e PP, em campanha pelo NÃO à Regionalização, utilizou todos os argumentos, desde os válidos aos rotundamente falsos, passando pelos medos, ignorâncias e bairrismos locais.

Ouviu-se a acusação à Regionalização de “precipitada”, de “não prioritária”, de “não consensual”, de promotora de “despesismo estrutural”, de não alicerçada em “estudos”. Discordou-se do “mapa” proposto, do não conhecimento das “capitais das regiões”, do “calendário das transferências”, da “mobilidade dos funcionários”, dos “salários dos titulares dos cargos”, de uma “derrama inevitável”.

Politicamente, a direita investiu na existência de um pretenso “negócio” entre PCP e PS, com o epicentro do pânico com a criação de uma região alentejana, “dominada” pelo PCP. Na dúvida, digo NÃO, proclamou o jovem PP em Custóias, julgando que alguém acreditava nas suas “dúvidas”.

A luz faltou ás 1h30m durante uma hora em Guifões e houve mosquitos por cordas em Custóias em sessão até às 4 horas. O conservadorismo juntou-se ao centralismo e ao oportunismo. Era líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa e lideravam o PP Paulo Portas e Manuel Monteiro. Tempos difíceis.

|PCP LORDELO|

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