Salvar o Interior

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Mas para salvar o Interior ..... é de facto preciso que nós todos, habitantes das Cidades incluídos, percebamos que o nosso nível de vida tem de sofrer com isso. Que temos de comprar menos jipes e tele-móveis se quisermos continuar a poder olhar para o mapa de Portugal e não ver uma língua litoralizada.

Que manter o Interior pode custar caro, mas esse investimento será bem recompensado, a longo prazo.

É necessário uma espécie de pacto social, para que o Interior sobreviva!

Eu estou disposto a pagar o preço: implemente-se a Regionalização JÁ e crie-se um IMPOSTO ESPECIAL para financiar políticas de atracção de população para o Interior, com base numa rede de pólos (Cidades e Vilas) de referência!

Siga-se o exemplo de Berlim-Oeste (entre muitos outros, a começar por Israel), antes da queda do Muro, onde o Estado Federal Alemão Ocidental investia maciçamente para apoiar a fixação de estudantes, artistas, investigadores, etc. e, assim, evitar o declínio demográfico do que era uma autêntica "ilha" encravada em território inimigo, que custava caríssimo manter (recorde-se que, nesse tempo, até as couves e a fruta tinham que vir da R. F. A., pois não havia relações económicas entre Berlim-Ocidental e os seus próprios arredores...)!

A. Castanho

Comentários

Frederico Lucas disse…
Caro António,
Acompanho há bastante tempo o seu blogue.
É uma importante fonte de informação para a minha investigação sobre o desenvolvimento do interior.

Sobre este texto deixo uma nota:
Os territórios de baixa densidade sofrem de excesso de dinheiro: Os recursos humanos desses territórios são indiscriminadamente integrados nos municípios, e por falta de trabalho, são "anestesiados" para nada produzirem. São RHs que o território deixa de poder contar para qualquer estratégia para a sua competitividade. E os outros, os empreendedores locais, são contratados pelos municípios ao preço que lhes é confortável para manterem o seu quadro de pessoal. Deste modo não lhes resta qualquer motivação para competirem, ainda menos no mercado global.
É a falta de visão estratégica e de critérios de gestão que têm condenado estes territórios. Receio que em muitos casos não seja obra do acaso.

Sobre a Regionalização: Faça-se já!

Portugal não pode ter todas as infraestruturas de base local replicadas 308 vezes.
As autarquias não fazem uma gestão eficiente dos recursos.
Siga-se o exemplo espanhol: Transformem-se as Câmaras em Ayuntamentos (max 10 funcionários) e capacitem-se as regiões com a optimização dos recursos existentes.


Um abraço
Caro Frederico,

Não tenho qualquer dúvida que o modelo administrativo que nos apresenta seria muito mais eficaz na prestação de serviços públicos.

Todavia, nos tempos mais próximos, não existe qualquer hipótese de vir a ser introduzido em Portugal. A actual administração local emprega mais de 200.000 pessoas e, assim sendo, não se vislumbra como é que poderia regenerar tudo isto.

Há quem defenda a extinção, pura e simples dos municípios portugueses e no seu lugar seriam colocadas as freguesias com reajustamentos nas suas atribuições e competências.

Cumprimentos,
Frederico Lucas disse…
António,
Na sua resposta está a solução.

Se existir pe um aluimento de estrada num concelho, os RHs e equipamentos dos concelhos vizinhos não participam na solução.
Para quem é que isto faz sentido?!

Eu sei que lutamos contra a mentalidade de que somos ricos e que o Estado tem dinheiro para tudo.
Mas acredito no bom senso: Vamos compreender que somos um país remediado e que podemos viver bem desde que exista uma optimização de recursos.

Um abraço forte