Iberismo

Estudo revela aumento de portugueses e espanhóis partidários de união ibérica

|Lusa|

O número de portugueses e espanhóis partidários de uma integração política de Portugal e Espanha numa federação ibérica aumentou em relação a 2009, indica um estudo universitário luso-espanhol.

O estudo sobre o iberismo será apresentado sexta-feira (Miguel Madeira)

A preocupação portuguesa em relação ao terrorismo também aumentou e registou-se ainda uma melhoria da visão das relações bilaterais, segundo as conclusões do Barómetro Hispano-Luso, um estudo de opinião pública feito em Portugal e Espanha em relação a problemas e temas que afectam os dois países.

Os portugueses têm uma imagem mais positiva do país vizinho e um maior conhecimento do mesmo, revela o barómetro.

O estudo foi realizado pela Universidade de Salamanca, com o apoio do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, a partir de um inquérito telefónico realizado a amostras representativas das populações de Espanha e Portugal durante os meses de Abril e Maio de 2010.

Os resultados do estudo serão apresentados em Madrid e Lisboa na sexta-feira.

Nesta segunda edição do Barómetro Hispano-Luso, o questionário foi estruturado em quatro partes, abrangendo cooperação e integração política, grau de interesse e conhecimento mútuo entre portugueses e espanhóis, imagem de um país no outro e problemas que afectam as relações entre ambos.
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Nota do editor:
Espanha e Portugal têm uma história paralela, mas distante. Portugal tornou-se um reino autônomo do Reino de Castela em 1143 e, mais tarde, com excepção dos sessenta anos (1580-1640) em que Portugal se tornou parte da monarquia espanhola, os dois países seguiram caminhos diferentes. Enquanto Portugal tem tido, tradicionalmente, como referência externa a Inglaterra, a Espanha virou-se mais para os seus vizinhos franceses.

O Iberismo, é uma corrente política que começou a ser promovida pela burguesia e os intelectuais peninsulares no século XIX, e defendia uma união política entre os dois estados peninsulares. Todavia, não encontrou continuidade histórica. A federação Ibérica é atualmente uma idéia que, ainda, não é levada a sério de um e outro lado da fronteira, e embora pareça uma proposta pretensamente engenhosa, quando se fala dela é quase sempre mais com o intuito de impressionar.


A união hipotética de Espanha e Portugal iria resultar num país com a maior extensão da União Europeia e o quinto em população com quase 60 milhões de pessoas, atrás de Alemanha, Reino Unido, França e Itália. A soma do Produto Interno Bruto a preços correntes dos dois países ibéricos resultaria na quinta economia da União Europeia.

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Comentários

Fronteiras disse…
Não vejo tal união ibérica e sou muito céptico quanto a isso. Embora não costume falar da minha vida pessoal, direi que estive vários anos a viver em Espanha e moro numa cidade raiana pelo que conheço bem a sua realidade cultural e política.

Acho que poderia ser positiva até uma espécie de união económica um bocado ao estilo do que fizeram no início os países do Benelux para termos as mesmas regras de jogo a nível económico e social (IVA, IA, IRS, salário mínimo, carburantes, sistema de saúde, etc.) mas mantendo cada país a sua independência política e de gestão dos seus recursos.

Onde mais vejo dúvidas é no aspecto cultural. O espanhol médio não é respeitoso com outras realidades culturais que não sejam as de uma Espanha castelhana que se exprime em espanhol e mais nenhuma língua. Seria respeitada a nossa língua portuguesa realmente ou viriam esses espanhóis exigindo que lhes falássemos "en cristiano"?

A direita espanhola do PP, talvez uma das piores e mais reaccionárias da Europa, ataca o sistema de imersão linguística na Catalunha no ensino que se faz integralmente em catalão a não ser a matéria de espanhol e de língua estrangeira e falam em "liberdade". Nestes dias o novo governo do PP na Galiza aprovou um decreto que suprime o anterior onde as matérias eram leccionadas a um 50% mínimo em galego por um sistema que evite a "imposição" do galego (o idioma próprio do território) na Galiza! Outros territórios como as Astúrias ou Aragão não têm reconhecida a oficialidade das suas línguas próprias por serem consideradas elementos de "imposição" e de "confronto". Mas nunca falam da imposição real e efectiva do castelhano ou espanhol de forma que muitos cidadãos não vêem reconhecidos os seus direitos linguísticos e culturais. Em Portugal a língua mirandesa é oficial no seu território e não temos problemas de nenhum tipo com isso.

Eu pergunto-me, na sequência do que disse anteriormente: O que seria de Portugal numa Ibéria integrada? Falariam da "imposição" do português em Portugal? Seria ridículo, no mínimo. Estaríamos obrigados, nós, portugueses, a falar espanhol? Se não, falem-me de algum espanhol (não morando cá em Portugal) de que se tenham encontrado na rua, no supermercado, no café, nos restaurantes, etc. que se tenha esforçado por falar umas palavrinhas básicas em português? Muito poucos, com certeza.

Por isso, Ibéria, não obrigado!
Santos, o Novo disse…
Entre ser roubado por Lisboa - como acontece agora com o Norte de Portugal - ou ser sugado por Madrid, tanto me faz. Quero é autonomia política para a minha região. Se Madrid a trouxer, tudo bem. Como portucalense não abdico é da língua portuguesa (que não é o dialecto quase sem vogais que nos é impingido nos média pelas élites lejboetas)
Anónimo disse…
Eu apoio a unificação ibérica! Se a qualidade de vida aumentar melhor, isto é mais canais de TV, mais concorrência, melhores produtos e mais baratos, o campeonato de futebol era alargado. Ordenados melhores, o iva, irs e irc iguais aos praticados em espanha.
Seria simplesmente fantástico!
Anónimo disse…
Força malta. España é que é bom... Fazem lembrar a Mafalda que se separou do Tó e arranjou um "marmanjo español", muito simpático, liberal e que na primeira vez que foram às compras ao CONTINENTE, deu-lhe um empurrão que a fez cair e deixou-a com o carrinho das compras e sem automóvel para voltar para casa...
E ela que achava que aquele "español" era muito melhor que o marido "português"... Vão, vão para españa e depois contam-me o ques aconteceu, entretanto.... Ingénuos....
Fuso & Roca disse…
Só para lembrar ao editor que Portugal não se tornou independente de castela mas sim do Reino de Leão. não temos nada a ver com castelhanos.Até porque castela foi um condado do Reino de leão tal como o condado portucalense o era.
Anónimo disse…
Pois, os regionaalistas do porto parece que se vendaram a castela.

O meneses é o timoniero, ate já defende o ensino do castelhano dede a primária.

Traidores.

Depois o vosso norte, acaba em gondomar, tras os montes é terra de patriotas que não alinham nestas palhaçadas.

As sondagens não tem o minimo valor tecnico, e sãoencomendadas pelos serviços secretos espanhóis à universiade de salamanca.

Acordem, voces não vem um palmo à frente dos ohos.
Sérgio Sodré disse…
Vergonhoso que Portugueses integrem esse "estudo"... Talvez melhor um estudo de integração entre Espanha e França e deixem os portugueses em paz...
Anónimo disse…
Com certeza seria uma ideia fantástica, no ponto de vista económico acho que iria agradar a muita gente, com melhores salários , menos Iva e um sistema de saúde um pouco melhor, para além de um futebol mais competitivo e já agora, caso isto desse certo porque não convidar Cabo verde?

Assim juntando as três populações: Espanha(47-milhões), Portugal(11-milhões), Cabo-Verde(521-mil),daria uma população de quase 60 milhões de pessoas, este total com certeza seria equivalente ao de França, Inglaterra e Itália. Seria o País da Europa mais extenso geográficamente e teria uma população capaz de ter um peso significativo na economia europeia e do mundo.


Mesmo que esta união desse origem a mais um colosso europeu há ainda o problema dos acordos.

Eu não concordo com a unificação completa de Portugal a Espanha nem o facto de Portugal entrar na união e funcionar de maneira totalmente autónoma.
Para uma coisa funcionar em condições é preciso ter cabeça tronco e membros.

Neste caso a melhor solução seria ter uma organização feita a base de Estados como a dos EUA, convertendo os Distritos em Estados com mais poder, capazes de tomar certas decisões a cerca do seu território.

Portugal teria um bom equilíbrio nesta União se unisse todos os seus distritos em apenas três Estados do tamanho dos estados formados a partir de Espanha.

Ninguém iria impor nada de caracter interno a um estado se este não concorda-se, assim sendo não haveria imposição de língua ou de cultura a nenhum Estado se esse rejeita-se.

Cada Estado teria obrigatoriamente o seu sistema de ensino preferencial e as suas companhias televisivas e de Dublagem próprias do seu dialeto (castelhano,galego,português) e feriados nacionais diferentes.

Assim sendo teríamos:
(ESTADOS IBERICOS UNIDOS) (EIU)

1- Estado do Norte(Porto,Viana Do Castelo,Vila Real,Braga,Bragança,Guarda,Viseu,Aveiro,Castelo Branco);(Hab 4,7M)

2- Estado do centro(Lisboa,Leiria,Coimbra,Santarém,Portalegre,Evora);(Hab 3,9M)

3- Estado do Sul(Setúbal,Beja,Faro,Porto Santo,);(Hab 1,5M)

4- Estado de Galiza;(Hab 2,7M )

5-Estado de Castilha;(Hab 2,1M)

6- Estado de Andalucia;(Hab 8,4M)

7-Estado Basco;(Hab 1M)

8-Estado da Navarra;(Hab 640mil)

9-Estado da Extremadura(Hab 1M)

10-Estado da Catalunia;(Hab 7M)
11-Estado de Madrid;(Hab 3.2M)

12 Estado das Astúrias;(Hab 1M)

13-Estado La Rioja;(Hab 316mil)

14-Estado Cantabria;(Hab 582mil)

Mais as Ilhas:
15-Estado das Ilhas Baleares;(Hab 1,1M)

16-Estado das Canárias;(Hab 2,1M )

17-Estado da Madeira;(Hab 268mil)

18- Estado dos Açores;(Hab 247mil)

19-Estado de Cabo Verde.(Hab 521mil)