Economia de Recursos

|Anónimo pró-7RA.|

Em termos económicos, entramos na fobia da economia de recursos, depois de tantos anos em que essa nunca foi a preocupação fundamental. Como de costume, a supressão de municípios (porque não também de freguesias?) é elegida a um critério nacional de racionalização de recursos, sem que sejam enunciados os objectivos políticos a prosseguir.

A economia de recursos também se pode implementar com uma melhor e mais intensiva utilização dos NOSSOS recursos internos para que se opere uma ECONOMIA NACIONAL de recursos, capazes não só de substituir importações (caso da agricultura, das pescas, da energia), como de incentivar exportações, tanto nos sectores de actividade tradicionalmente exportadores como também em sectores inovadores e mais recentes.

Por outro lado, para que os objctivos políticos de SOBERANIA, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL, CONHECIMENTO E TECNOLOGIA e EQUILÍBRIO SOCIAL nunca possam ser postos em causa, é mais que necessário começar pelos organismos do próprio Estado:

(1) Diminuir o número de ministérios de 17 para 9
(2) Diminuir os "staffs" respectivos
(3) Diminuir o número de deputados à Assembleia da República para o mínimo constitucional (180)
(4) Dimunuir os respectivos "staffs" partidários
(5) Diminuir o "staff" da Presidência da República
(6) Diminuir o número de Tribunais Superiores apenas para 1 - O Supremo Tribunal de Justiça
(7) Dissolver todos os Institutos e empresas públcas que não assegurem os respectivos objectivos políticos antes enunciados.

Só com esta profunda reorganização estatal é que deverá ser implementada a regionalização autonómica com base nas 7 Regiões Autónomas, profusamente caracterizadas aqui por este signatário, devendo caber SOMENTE a cada uma delas decidir sobre a reorganização municipal e freguesial.

Para todos os organismos públicos (centrais, regionais e municipais), a adopção de critérios de finanças públicas que tenham sempre a economia de recursos como método não só de elaboração como de execução orçamental permanentes, onde a MELHOR utilização dos recursos humanos e materiais existentes (a actual é manifestamente insuficiente e não prestigia a gestão pública de recursos) constitui o melhor exemplo metodológico de realizar economias.

Qualquer outro tipo de soluções, comoa proposta de dissolução/criação de municípios ou seja do que for, não passará de paliativos que não mobilizam a nossa sociedade e até contribuem para a criação de polémicas, desigualdades e rivalidades primárias perfeitamente necessárias.

Neste momento, encontramo-nos no auge da incompetência política e técnica (vejam lá que até o novo Governador do Banco de Portugal só consegue ler pela cartilha habitual: "necessidade de cortar nos salários", sem sequer distinguir que salário é uma coisa e custo do trabalho é outra; e que o CUSTO do TRABALHO para ser COMPETITIVO e ASSEGURAR DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL PRECISA DE INVESTIMENTO EM EQUIPAMENTOS E EM FORMAÇÃO E DE SER FINANCIADO TAMBÉM COM CAPITAIS PRÓPRIOS E NÃO SÓ POR CAPITAIS ALHEIOS) que até nem a metodologia apolítica e insensível do "ZBB" nos poderá salvar.

No momento actual, cada intervenção de natureza política orientada para os aspectos económicos e financeiros revelam bem a pouca destreza técnica e intelectual e uma completa falta de imaginação e ambição de quem nos governa da forma mais utilitária e inconsequente possível, sem qualquer perspectiva de alteração qualiativa por parte das oposições mesquinhas e igualmente oportunistas.

Claro, mas tudo a "BEM DA NAÇÃO".
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Comentários

Anónimo disse…
Concordo com todos os 7 pontos mencionados e com a reforma administrativa autárquica, inclusive, embora não defendo que esta seja feita, em cima do joelho e/ou que venha a produzir resultados práticos e concretos antes de 2020, mesmo que avançasse ainda durante 2010.

Na actual situação financeira em que o estado se encontra, não acredito no primado da politica sobre o primado do equilíbrio financeiro do estado, e o seu respectivo emagrecimento como base de sustentação e impulso de uma economia que se pretende dinâmica, e prospera.

Portanto não considero falta de visão a prioridade Salazarista dada ao reordenamento das contas publicas, antes considero essa prioridade uma condição sinequanon, para que se recuperem as condições de investimento privado que estão ausentes da economia há mais de uma década.

Não acredito que sem PROFUNDAS REFORMAS ESTRUTURAIS da organização do administrativa do estado central e da administração autárquica, se consiga o necessário volume de poupanças, e aí sim, sem estas, todas as medidas tomadas não passarão de paliativos de curto prazo.
Não vejo qualquer necessidade na criação de 7 regiões autónomas, que na prática não passarão de mais um nível de administração publica, com todas a ineficiências & corrupção que dai advirião. De resto a questão da regionalização já foi referendada e rejeitada pelo povo português e acredito que o será sempre que se coloque desta forma.
Mais do que "saber o que fazer", penso que a grande dificuldade dos nossos actuais governantes passa pelo "como implementar", o que se decide fazer. Um estado sem legitimidade para exercer autoridade, é um estado fraco, que mais tarde ou mais cedo irá recorrer á força bruta como única forma de se impor. A legitimidade não decorre da vontade mas do exemplo. E aqui como ambos sabemos a nossa classe politica tem sido pródiga em dar maus exemplos.

Dando continuidade aos lema salazaristas, que utilizou e bem,

"Tudo pela nação, nada contra a nação."
Anónimo disse…
Caro Anónimo das 05:28:00PM,

O seu comentário não é de todo desnecessário, mas não compreendeu nem a ironia salazarista nem o carácter estrutural de uma reforma como a regionalização.
Quem não sabe fazer também não sabe como implementar, especialmente nos casos, e são muitos, em que as ordens são executadas por correligionários e não por técnicos ou gestores independentes do poder, mas o que os distingue dos outros é MESMO o saber fazer, isto é, o saber como implementar. Não gostaria de o classiifcar como o equivalente do nosso amigo "Templário" nas suas habituais efabulações sobre o que é necessário fazer do ponto de vista político, osbretudo quando as lições da História deveriam estar sempre presentes a orientar-nos na acção política estratégica e conjuntural.
Precisamente pelo primado da política ter sido sido esmagado pelo primado da economia (e sou economista) dos interesses mesquinhos be egoistas de interesses particulares ou de grupo declarados é que nos encontramos na situação conhecida.
Por fim, sugiro que leia com mais atenção o texto e se quiser receber uma lição de reformas estruturais (reformas estruturais não é aumentar os preços para equilibrar económica e financeiramente as organizações: Estado, empresas, institutos públicos ou privados, empresas municipais e de idêntica natureza, porque para isso não precisamos de gestores) sugiro-lhe que leia uma contribuição para tal, no site da Ordem dos Economistas, entitulada: "As Regiões Autónomas- O regresso às origens do desenvolvimento", onde a regionalização autonómica é a principal reforma estrutural mas não a única, o primado da política sobre tudo o resto o método.
Assim sim, será sempre a "BEM DA NAÇÃO", por muito que clamam os transumantes da política e da economia.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caro amigo, pró-7RA, não espere de mim juízos de valor de ordem pessoal, o tema não merece, o país não precisa e nós a bem da focalização no tema em discussão, também não.

Concordo consigo em parte quanto á falta de capacidade de implementação, dos "yes-man" que os aparelhos partidários escolhem e a quem distribuem "jobs". Este processo como ambos sabemos coloca os simpáticos incompetentes a mandar nos competentes de mau feitio, o resultado ambos o conhecemos.

Mais do que discordar com a oportunidade de um modelo teórico de desenvolvimento assente na regionalização, afirmo que o actual estado da nossa DEMOCRACIA a falta de legitimidade / autoridade do estado, impossibilita na prática a implementação de qualquer reforma estrutural.

Seja a Regionalização, que o amigo defende e á qual eu me oponho, seja a reforma da estrutura regional autárquica que eu defendo e provavelmente o amigo se opõe.

Na prática podemos os dois estar cheios de boas intenções no que toca aquilo que pensamos ser bom para o país, e acredito sinceramente que isso aconteça, mas não há condições para implementar nem uma nem outra pelo que nos resta discutir os pressupostos teóricos e as vantagens de uma ou de outra solução.

Temo no entanto que a regionalização nunca seja aceite pelos portugueses enquanto estes não virem alguns preceitos Salazarista de rigor & transparência financeira, a serem respeitados pelo estado.

Chame-lhes o amigo "mesquinhos" ou qualquer outro epíteto, eu diria antes que o povo é sábio.

Fico ao seu dispor para todas as lições que me quiser dar com a certeza que no fim de cada uma, ambos teremos ganho.

Se o amigo tiver a humildade de espírito, e o estofo necessários a uma sã troca de argumentos sem entrarmos na esfera do "insulto gratuito", porque para isso, não conte comigo.

Façam o que fizerem os políticos, do PS e do PSD, a regionalização será sempre liminarmente rejeitada pelo povo português, por isso até proponho que façam um referendo todos os anos sobre o tema. Venham de lá os referendos, até os defensores da regionalização perceberem O PORQUÊ, do povo não aceitar esta "reforma".

"Sacrificaremos tudo por todos, não sacrificaremos todos por alguns."
Dr. António Oliveira Salazar.

A BEM DA NAÇÃO.
Recorda-se do acidente da ponte de entre os rios, no dia 4 de Março de 2001. É um marco na história da nação. Representa a EPITOME DA NEGLIGENCIA não só do estado mas de toda uma sociedade de irresponsáveis e incapazes, onde como é óbvio eu e o amigo nos integramos, e também temos a nossa quota parte de responsabilidade.
Anónimo disse…
Caro Anónimo das 11:43:00AM,

A sua última intervenção acabou por me deixar um pouco perplexo, logo pela referência a dois aspectos controversos e ausentes de qualquer meu texto anterior:
(a) Juízos de valor pessoal
(b) Insulto gratuíto
(cada um tem os seus "métodos", mas nunca esperará deste lado nenhuma iniciativa que contenha tais elementos).
A perplexidade afinou-se mais quando não deixa de mencionar:
(c) Falta de legitimidade da actual democracia, para decidir sobre reformas estruturais como a regionalização (a este propósito só falta alterar o regime para se obter outro tipo de legitimidade pois, de acordo com o seu ponto de vista, a democrática actual nada permitirá);
(d) Regionalização não aceite pelos portugueses (pelo resultado do referendo o não foi decidido há 12 anos; a problemática desta reforma estrutural ultrapassa os meros interesses instrumentalistas - os habituais - relacionados com a realização de qualquer referendo).
(e) Caso pontual de negligência na Ponte de Entre-os-Rios (há tantos casos destes, mas o pior de todos é o que tem tido consequências preversas, negativa e secularmente crónicas no nosso desenvolvimento que MUITOS calam intencional e egoisticamente).
(f) Boas intenções (não se trata de boas intenções porque disso está o inferno a abarrotar, mas da objectividade e necessidade de desenvolvimento real e sustentado
(g) Opositor da regionalização (pode continuar a sê-lo porque não me compete, não quero saber disso e nem é meu querer desviar ninguém das suas opiniões próprias e conscientes).

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)