Lisboa - regionalização precisa-se!

A capital portuguesa perdeu competitividade e qualidade de vida

Lisboa está altamente desconfortável. É um lugar onde não é bom viver”. É nestes termos que António Fonseca Ferreira, natural de Trancoso, mas residente há muito na capital, se refere à principal cidade portuguesa.

Muitos lisboetas pensam o mesmo. A diferença é que este presidiu à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo. Para Fonseca Ferreira, uma das coisas mais urgentes é resolver os problemas da mobilidade, do estacionamento e do trânsito no centro da cidade. Nem que tenha de colocar portagens às portas da capital...

Não menos importante é inverter o processo de despovoamento do centro e fuga para os subúrbios. Está convencido de que Lisboa atingiu o ponto mais baixo em termos populacionais. A situação é tão má que “a partir daqui só tem que melhorar”.

A poluição atmosférica na Avenida da Liberdade acentuou-se de forma dramática. Segundo as normas europeias, só em 35 dias por ano seria tolerada a ultrapassagem do nível máximo de partículas e outros poluentes. Na prática esse limite foi ultrapassado em 170 dias. Ou seja, em metade do ano esteve em perigo a saúde pública.

Fonseca Ferreira no seu estudo da Comissão, intitulado ‘Lisboa 2020 - Uma Estratégia de Lisboa para a Região de Lisboa’- levanta outro problema, talvez o mais grave: “Esta região anda a ser desgovernada por cerca de 50 entidades diferentes”. Por isso propôs a criação de um Fórum Metropolitano, que assegurasse boa comunicação entre todos os organismos de decisão.

Mais uma entidade a juntar às outras 50? Fonseca Ferreira garante que não. “Seria uma entidade de articulação entre a Comissão, a Junta Metropolitana, as administrações, as empresas e as universidades”.

Explicações à parte, o que é mesmo necessário é que em 2020 a região de Lisboa seja relevante em termos europeus. Coisa que “hoje ainda não é”.

(...)

|Frederico in "Inovação & Inclusão"|

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O mais importante é que tão cedo quanto possível o nosso País seja relevante a nível europeu e se for balizado o ano 2020 para tal é demasiado tarde.
Atingir esse objectivo não será possível com a criação de outra entidade de 'coordenação' como propõe Fonseca Ferreira, muito embora e por isso mesmo se conheçam as razões que estão por detrás desta proposta.
Mais uma vez se insiste que a única solução é a implementação das Regiões Autónomas no Território Continental, a somar às duas já existentes, mas sem a obrigatoriedade de acestar lugares a quem quer que seja que os procure antecipadamente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
ravara disse…
O que é ser relevante?
E pricipalmente,porque razão não é relevante?

São questões destas que terão de ser respondidas num contexto de Regionalização.

Outra; num quadro de grave crise mundial qual será a capacidadede resposta do país, em termos de sustentabilidade em bens de primeira necessidade? Porquê esses dados e não outros?

Senhores candidatos ao Palácio de Belém, sabermos isto é um direito que nos assiste e é uma obrigação vossa sabê-lo.

Mais; produzir o quê com que meios em que condições e com que finalidade, sabendo que a cada Região o seu ovo e nunca todos no mesmo cesto.

Finalmente; ter presente que estas questões preocupam; apenas e só quem ganha o pão com o suor do seu rosto.