Metro Mondego, decisão para breve

O presidente da Sociedade Metro Mondego (SMM) afirmou ontem (31) que espera que o Estado defina, nas próximas semanas, o futuro do metropolitano ligeiro de superfície, face às limitações impostas pelo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Acho que, nas próximas semanas, as pessoas que têm autoridade para decidir o que é que vai ser o projeto nos próximos anos devem dizer aos cidadãos de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã o que vai acontecer”, declarou Álvaro Maia Seco, aos jornalistas, após anunciar a convocação de uma assembleia geral para dia 22 de Setembro.

O projeto do metro ligeiro de superfície que ligará aqueles três concelhos está a ser analisado pela tutela (acionista maioritário da SMM) no âmbito da reprogramação de investimentos públicos do PEC, o que gerou uma onda de preocupação na região perante uma eventual suspensão ou adiamento da obra.

Os receios da população motivaram inclusive uma petição com mais de sete mil assinaturas, entregue em finais de Julho na Assembleia da República.

“Como cidadão, estou convencido de que mais tarde ou mais cedo o projeto vai ser feito. Já passamos o Cabo das Tormentas, aquilo que já foi feito torna praticamente impossível anular o projeto”, sustentou, frisando estarem em curso “duas empreitadas que custam 56 milhões de euros e já terem sido gastos muitos milhões de euros”.

Álvaro Maia Seco acrescentou que “ninguém conseguiria perceber nem há nenhum político que tenha a coragem de acabar com o projecto”.

“Estou convencido que num prazo não muito longo, inevitavelmente, o projecto vai ser feito. Não tenho a certeza que não vá sofrer atrasos significativos, isso compete aos acionistas, espero que daqui a umas semanas estejamos todos mais informados”, afirmou.

Maia Seco admitiu que o PEC “pode ser um entrave para o projeto” mas remeteu para a assembleia geral, marcada para 22 de setembro, mais considerações sobre a questão.

A assembleia geral foi convocada a pedido de Maia Seco e depois de o accionista Estado ter faltado à última assembleia geral, a 29 de julho.

Entre os assuntos a debater estão a revisão das bases de concessão da SMM e o orçamento para 2010, ainda por aprovar, o que, para Maia Seco, embora seja uma “situação anómala” não é preocupante, porque os meios financeiros da Metro Mondego dependem do PIDDAC, aprovado há um ano.

|as beiras|
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Se algum dia, a União Europeia determinar a inclusão da dívida de longo prazo das empresas públicas no conjunto da dívida pública, então estaremos arrumados como País membro.
Como se sabe, ainda existem empresas públicas municipais e até os próprios municípios mesmo quando obrigados a limite de endividamento.
O problema relacionado com a indefinição do projecto do Metro do depende de uma autêntica política de transportes que não existe, como não existem políticas para outros sectores de actividade. Apenas se sente mais quilómetros de auto-estrada por regiões em progressiva desertificação, parcerias público-privadas de contratação polémica em vários domínios com fragilização das condições de concorrência entre actividade pública e privada e outros efeitos negativos.
Em termos políticos, a orientação sempre foi de curto prazo, após o 25 de Abril de 1974, pois 'amanhã já se faz tarde' (como diz o povo), daqui resultando acções políticas desconexas entre si e incompatíveis no tempo. O desenvolvimento das sociedades não pode estribar-se apenas no incutir de confiança, mas na execução de acções políticas conexas entre si e obedientes a planos de acção de médio e longo prazo interligados e representativos das diferentes políticas a seguir estruturalmente, isto é, muitas delas sem dependência das cores partidárias e muitíssimo menos do xico-espertismo político.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)