Sensibilizar a Área Metropolitana de Lisboa

Será que a regionalização pouco interessa à população do litoral e, especialmente, à Área Metropolitana de Lisboa?  

Contrariamente ao que se diz, e que se pensa, a Área Metropolitana de Lisboa tem uma qualidade de vida que está muito longe de ser modelar e apresenta, mesmo, nesta matéria, alguns indicadores bastante mais degradados que no resto do país. Por isso, não seria melhor que certos políticos e outros opinantes, nomeadamente do Porto e do Algarve, atentassem nesta situação, em vez de usarem a regionalização para pôr o resto do país contra Lisboa.

A regionalização tem tanto ou mais vantagens para a população da Área Metropolitana de Lisboa do que para a população do resto do país. Se fora dessa área houver condições mais atractivas do que actualmente para a fixação de pessoas e de actividades económicas menos congestionada tenderá a ficar Lisboa e a sua área envolvente. Isso será benéfico para as suas populações que hoje em dia perdem cada vez mais tempo em transportes e se vêem sujeitas aos problemas sociais e de insegurança típicos das grandes aglomerações.

Por isso, a regionalização não é uma causa contra a população de Lisboa e da sua área envolvente, mas sim uma causa a favor da melhoria das condições de vida da população dessa zona e do país no seu todo.

O problema aqui é que estes benefícios para a população de Lisboa são benefícios a longo prazo, menos visíveis do que os benefícios mais imediatos que outras regiões clamam para si, aparentemente em detrimento de Lisboa.

No actual quadro legal, impositivo do referendo, é à população da Área Metropolitana de Lisboa que caberá a palavra mais decisiva em matéria de regionalização. Por isso é muito importante a sensibilização para a sua qualidade de vida no futuro, para o próprio futuro dos seus filhos e netos e também para a solidariedade com as populações do resto deste país que também é seu.
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Comentários

Anónimo disse…
A regionalização beneficiará todas as regiões do nosso País se não cair nas tentações de:
(1) Criar novos centralismos.
(2) Pré-"atribuir" os novos lugares políticos a apaniguados partidários e outros oportunistas.
(3) Não reformular estruturalmente o Orçamento do Estado, na vertente da Despesa, para se diminuir o nível elevado de fiscalidade.
(4) Não enveredar pelo aumento da produção.
(5) Não fortalecer a substituição de importações.
(6) Não fomentar as exportações.
(7) Não aumentar os níveis de exigência em todos os tipos de trabalho.
(8) Não promover a competência e manter a condescendência e o concubinato profissional.
(9) Não agilizar a justiça, na sua fase processual.
(10) Não actualizar a função jurisdicional dos magistrados e não libertá-los de funcionalidades medievalistas.
(11) Não intensificar a cooperação internacional, em especial com os PALOP's.
Tudo o resto não passará de paliativos políticos que poderão conduzir a dramáticas consequências, mais dia menos dia, mais mês menos mês, mais ano menos ano.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)