TGV - DESVIO DE VERBAS da linha Porto-Vigo para Lisboa-Madrid

TGV: Galiza pede a Barroso para recusar transferência de fundos da linha Porto-Vigo para Lisboa-Madrid

O presidente da Junta da Galiza pediu hoje ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que recuse o pedido do Governo português para a tranferência de fundos destinados à linha de alta velocidade Porto-Vigo para a de Lisboa-Madrid.
“Quero transmitir o pedido formal da Junta da Galiza para que a Comissão Europeia não permita a reprogramação de fundos europeus consignados para o troço português da ligação de alta velocidade entre Porto e Vigo e ratifique de novo o caráter prioritário e estratégico que a linha representa para a União Europeia”, apela o presidente do governo autónomo da Galiza numa carta a Durão Barroso.
Na carta a que a Lusa teve acesso, Alberto Nunez Feijóo manifesta “total oposição” ao pedido do Governo português, realçando “o grave impacto negativo que a medida teria sobre a coesão e equilíbrio territorial na Península Ibérica, um objetivo reconhecido como prioritário da comissão” a que Durão Barroso preside.
“O impacto é ainda mais negativo uma vez que a Galiza e o Norte de Portugal constituem a única eurorregião, com quase sete milhões de habitantes, que não dispõe de um adequado sistema de transporte público transfronteiriço”, afirma o presidente da Junta da Galiza.
Na missiva enviada hoje, Nunez Feijóo defende que se a Comissão Europeia permitisse a reprogramação dos apoios, transferindo os fundos para a ligação de alta velocidade Lisboa-Madrid, “condenaria a eurorregião Galiza-Norte de Portugal a uma posição de desvantagem, em termos de coesão e competitividade”, em relação a outras zonas da União Europeia.
“A autorização desta reprogramação teria graves prejuízos para o desenvolvimento da eurorregião Galiza-Norte de Portugal, que se consolidou nos últimos anos e que ajudou ao desenvolvimento da região fronteiriça”, defendeu, apelando "ao profundo conhecimento e compromisso que [Durão Barroso] tem mostrado sempre pela cooperação transfronteiriça".
Em maio, o Governo anunciou a intenção de anular o concurso para a terceira travessia sobre oTejo, formalizada em setembro com a publicação em Diário da República.
O secretário de Estado Correia da Fonseca justificou então a anulação do concurso com “a alteração das condições que existiam à data do concurso”, de caráter técnico e financeiro, e adiantou que esta decisão vai permitir ao Estado aumentar a comparticipação comunitária no projeto da nova ponte.
“Os fundos comunitários que estavam previstos para o projeto de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo iriam ser perdidos devido ao facto de ser adiado por dois anos. Para não perdermos [este dinheiro] vamos utilizá-lo na terceira travessia”, explicou o responsável dos Transportes.
Já em setembro, António Mendonça corroborou que a decisão de anular o concurso permitirá “canalizar mais fundos comunitários, de forma a minimizar os impactos financeiros” do projeto, detalhando que o Governo pensa "poder reafetar cerca de 600 a 700 milhões de euros" para esta obra.
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Comentários

ravara disse…
Acho estranho um autarca da Galiza vir defender os interesses da região dos autarcas vizinhos, sr Rui Rio e sr Felipe Menezes.

Mas até prova em contrário acredito que manda por aí e não só, são os filhos queridos da região nortenha, os multimilionários do import/import. Para essa gente está muito bem assim e ponto final.
Caro ravara,

Concordo consigo. Não se entende que tenham que ser os representantes políticos da Galiza a pressionarem a Comissão Europeia no sentido de evitarem a transferência de verbas entre as linhas TGV, enquanto os nossos representantes aqui no Norte se mantêm em silêncio sobre esta matéria.

Cumprimentos,
Vasquez da Gama disse…
É incrível e triste ter de esperar pelos amigos Galegos para se mexerem na Europa. Embora seja verdade que com um Barroso na CE será sempre mais fácil à gente que anda por Lisboa roubar. Ele já nos cancelou pedidos anteriores de justiça