Mais encerramentos... no interior

"Não haverá mais comboios na Linha do Tua devido à barragem" - administrador da CP

Lisboa, 30 jan (Lusa) -- Os comboios não voltarão a circular na Linha do Tua, considerou o administrador da CP Nuno Moreira, adiantando que a empresa não pretende assegurar "indefinidamente" transportes alternativos às Linhas do Corgo e Tâmega, que custam anualmente 221 mil euros.

"Do lado da Linha do Tua, é conhecida publicamente a situação da barragem e é uma situação que, a meu ver, é irreversível. Não haverá mais comboio na Linha do Tua devido à barragem", disse Nuno Moreira, em entrevista à agência Lusa.

A CP é a responsável pela exploração comercial dos cerca de 60 quilómetros da última via férrea do Nordeste Trasmontano, entre Mirandela e o Tua, que se encontra encerrada há mais de dois anos, depois de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais. Durante este período, foi aprovada a construção da barragem de Foz Tua que submergirá 16 quilómetros da linha, cortando a ligação à rede nacional ferroviária.

|Lusa|

E mais...


Transportes

Corte de serviços regionais permite à CP poupar sete milhões de euros

30.01.2011 - 16:55 Por Lusa


A CP estima poupar cerca de sete milhões de euros com a reestruturação da oferta na linha do Alentejo e com a interrupção da actividade na linha de Leixões e no ramal de Cáceres, disse o administrador Nuno Moreira.


O administrador responsável pelos serviços regional e de longo curso disse, em entrevista à Lusa, que os cortes na oferta no serviço regional que CP está a fazer surgem no âmbito de um esforço de racionalidade económica.

“Com um ambiente de crise como existe neste momento, não seria justificável estar a manter alguns destes serviços com valores que eram totalmente irracionais sob o ponto de vista económico”, afirmou Nuno Moreira.

De acordo com o responsável, os quatro comboios que a CP vai suprimir no ramal de Cáceres “correspondiam a um custo anual da ordem dos 700 mil euros”, enquanto a revisão que a transportadora está a fazer na Linha do Alentejo “irá proporcionar uma revisão de custos entre três e quatro milhões de euros anuais”.

Em 2010, o Ramal de Cáceres registou uma procura de 4331 passageiros, com uma média de 16 passageiros por dia, ou seja, quatro passageiros por comboio, segundo dados da CP.

A receita média foi de cinco euros por passageiro, ou seja 20 euros por comboio, enquanto os custos do serviço são de 761.418 euros por ano, correspondendo a cerca de 522 euros por comboio.

Na prática, cada passageiro transportado no percurso Torre das Vargens -- Marvão custa actualmente à CP mais de 125 euros por viagem, o que compara com a receita média de cinco euros por passageiro, de acordo com a transportadora.

Com a interrupção da actividade na Linha de Leixões “há valores da ordem dos dois milhões de custos que deixam de existir”, acrescentou o administrador.

Nuno Moreira disse que o fim do serviço de passageiros na Linha de Leixões também esteve relacionado com facto de parte do projecto inicialmente previsto não ter avançado, nomeadamente a construção de duas novas estações.

“Havia um projecto que envolvia colocar os comboios a servir as estações, fazer o desenvolvimento de mais duas estações -- junto ao hospital e junto à Efacec -- e também o fecho da linha até Matosinhos e aí fazer a ligação à estação do metro do Porto”, explicou.

“Fizemos a primeira fase do projecto e depois não houve os passos seguintes que eram a construção das estações e o prolongamento até Matosinhos. Ficou truncado o projecto”, acrescentou o responsável.

De acordo com dados da CP, a procura média mensal nesta linha é de 4500 passageiros e a receita de 4100 euros, enquanto o custo operacional médio ascende a 100.000 euros.

“Constamos que não conseguíamos manter um serviço tão deficitário que servia pouca população. A linha também precisava de algumas alterações ao traçado porque estava a provocar um grande desgaste das nossas automotoras”, justificou o administrador.

|Público|

Palavras, para quê...?

L. Seixas (Gaiato alentejano)

Comentários

Primeiro foi Trás-os-Montes, agora é o Alentejo que vê ser pilhada a sua ferrovia...

Só em Portugal é que é possível haver cidades como Vila Real, Bragança e Viseu sem comboios, e Portalegre, Beja, Leiria e Viana do Castelo sem intercidades...
Só me admira a passividade com que os agentes políticos e a sociedade civil dos locais afectados aceitam estas situações, altamente gravosas para os seus interesses.
Ricardo Fonseca disse…
A passividade dos agentes políticos do arco do poder não me admira nada, agora a sociedade civil está completamente amorfa, amordaçada e enfraquecida.
Por vezes penso Na escalada do preço dos combustíveis e questiono-me como é que esta gente vive no interior, mas quando vou a trás-os-montes como na semana passada que andei por Murça e Mirandela percebo, esta gente não vive, SOBREVIVE!!!!