Norte - É necessário algum optimismo

|Manuel Queiroz|

Os tempos são de crise, o ano começa mal, o Cinema Batalha fechou, o Norte tem um enorme problema estrutural como ainda na semana passada este jornal provava, com os dados do Instituto Nacional de Estatística e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Mas não podemos cair apenas no negativismo e essa é uma diferença fundamental que vejo no meu exílio lisboeta: apesar de tudo, aqui por Lisboa, onde também há muitos problemas, as coisas são olhadas de forma diferente.

Dir-me-ão que é assim porque, apesar de tudo, há outras condições, outro apoio aqui pela capital. Mas não só. Há uma parte que se prende com as pessoas e, sobretudo, com os líderes: é preciso haver um discurso reivindicativo mas também optimista, com futuro. E isso faz parte daquilo que é um verdadeiro líder: dar horizontes às pessoas mesmo no meio das dificuldades. Os líderes políticos – e não só os políticos – têm que ter essa capacidade de previsão, de apontar caminhos que tragam esperanças.

Há, claro, o perigo da demagogia, do perder o pé da realidade, como aconteceu com outros bem conhecidos, ou de os líderes políticos venderem fumo. Mas isso está excluído porque o povo disso já não se alimenta. É preciso ser enraizado em factos e em capacidade de fazer as coisas.

Acabo de ver a notícia de que as vendas de vinho do Porto aumentaram em 2010, pela primeira vez numa década. Terá sido muito por causa da venda de vintage de 2007, mas, como diria o engº Belmiro de Azevedo, resultados extraordinários são resultados na mesma.

Mas não há nada pior do que o ciclo dificuldades-lamento. Haja quem nos dê uma perspectiva a médio prazo, porque senão esses líderes não servem.

|GP|
.

Comentários