As forças vivas da antiga Província de Trás-os-Montes e Alto Douro...

Uma oportunidade perdida

As forças vivas da antiga Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, acabaram de perder uma óptima oportunidade para prestarem um relevante serviço à sua região que tão necessitada é que por ela olhem. Os mais grados políticos da Nação mais uma vez a visitaram, e elas ao costume nada lhes disseram das suas aperreações e das injustiças que as suas gentes sofrem na pele por ser atreverem ainda a por ela penarem nestes dias.

As forças vivas de para cá do Marão, perderam a oportunidade de mostrar desagrado, mas não lhes faltam motivos para isso. Nem falo sequer dos motivos comuns a toda a lusa pátria, que esses são contas de outro rosário. Falo por exemplo de dois problemas prementes e consequentes. Um é o que respeita às portagens que brevemente irão ser introduzidas na A 24, a tal via tida ainda não há muitos anos pelos mesmos senhores que agora a vão portagear como sinal de diferenciação positiva. O outro, é o que toca à velha e arrastada questão da Casa do Douro e a mais à indefinição que se não termina em relação ao seu futuro.

Neste, já nem vou àquela coisa de a instituição representativa da Lavoura duriense ter sida tratada que nem criada velha despedida com uma mão cheia de nada por já não ter préstimo. Fico-me antes unicamente pelo simples facto de ninguém, ou quase ninguém, nos corredores do poder central, se dignar reservar umas horas do plenário para que em sede própria se legisle acerca dos Estatutos da Casa do Douro, de forma a que de uma vez por todas se conclua para o que ela serve. Nós por cá pouco ou nada nos apoquentamos com tal assunto, e eles por lá, assobiam para o lado que o caso não é morno e mexe com muitos e contraditórios interesses.

Mas indo ao outro problema dos tais dois. O das portagens que com que vamos esbarrar nas nossa idas e vindas entre os principais pontos da nossa terra. Só para se ter uma pequena ideia, pelos vistos entre a Régua e Vila Real, a título exemplificativo, iremos desembolsar para cima e para baixo cerca de quatro euros, ou seja, oitocentos escudos na moeda antiga para fazermos melhor a ideia. É obra. Quando nos dizem que Lamego, Régua e Vila Real é como se fossem uma só cidade, e nos fazem deslocar entre elas porque os serviços diversos foram centralizados para não serem repetidos, não se entende. No fundo, é como se estando-se na baixa do Porto, se pagasse portagem para se ir até à Boavista.

A haver sentido e vontade de justiça, no mínimo, os habitantes das três cidades que referi, e mais os seus vizinhos, ficariam isentos deste custo nas suas circulações que são quase diárias quando não o são mesmo na A 24 que vai ser do nosso descontentamento e sem préstimo porque voltaremos à velhinha Estrada Nacional e a mais as suas curvas e contracurvas. Melhor fora que a não tivessem feito. Defendo que paguemos no restante traçado, já que tem de ser, mas na Douro Alliance, não.

Como comecei por dizer, as forças vivas, perderam mais uma oportunidade de fazer valer as nossas razões. Tiveram por aqui os altos decisores que tão bem sabem de nós e do que nos aflige, e deixaram-nos ir para Lisboa sem com luva branca lhes mostrar desagrado. Podiam por exemplo mais não fosse, ter primado pela ausência, mas não senhor, foram ao beija-mão, se calhar para um dia poderem dizer aos netos que deram uma mãozada a um Primeiro-ministro e a mais uns nem sei quantos ministros.

Vivemos num tempo em estes e outros que sejam governam para o que aparece nas televisões. Como nestas só aparece ou o homem que mordeu o cão, ou quem se pinta de roxo, bem que se podia ter feito uma número de circo nestas deambulações políticas de inaugurações para encher o olho. Mas não, ficamos pela correria e pela luta pelo melhor lugar na fotografia ao lado daqueles senhores. Somos assim.

Diário de Trás-os-Montes
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Comentários

Paulo Pereira disse…
Só uma grande Região Norte com sede em Vila Real terá força para enfrentar as oligarquias da capital.