Primeiro eco-hotel a 100%

Vale do Rio abre já para a semana e é o primeiro do país a funcionar integralmente com energias renováveis

Para quem gosta de natureza pura, este é um espaço imperdível. Abre já na próxima semana o hotel Vale do Rio, em Oliveira de Azeméis, o primeiro a funcionar integralmente com energias renováveis, recorrendo para o efeito a uma central hídrica e uma caldeira de biomassa.

«Podem existir outros hotéis com preocupações ambientais, mas este é o primeiro desta dimensão a funcionar apenas com energia verde ¿ tem 30 quartos e, recorrendo a várias soluções técnicas, está apto a produzir mais energia do que aquela de que precisa», garante Rita Alves, directora desta unidade de quatro estrelas situada nas margens do Rio Caima, em Palmaz.

Ocupando uma área de 10.000 metros quadrados - em que, além do hotel com o spa Four Elements, se inclui o edifício da mini hídrica, restaurante, salão de eventos e uma vasta área arborizada -, o empreendimento custou seis milhões de euros e 20% desse investimento foi aplicado em recursos energéticos.

André Alegria é um dos gerentes e revela em que equipamento se materializou a aposta: uma caldeira de biomassa alimentada a pellets e estilha, um chiller de absorção, uma hídrica activada pelo caudal do rio, painéis solares, térmicos e foto voltaicos e um motor a óleo vegetal.

«Concorremos à certificação energética A++, que é a atribuída a edifícios que, mais do que produzir energia, têm capacidade para vendê-la», explicou, citado pela Lusa.

Todos os quartos têm vista para o rio

Rita Alves garantiu que «todo o hotel foi pensado para vender sossego, não só por esta preocupação ambiental, empenhada na preservação da beleza deste parque, mas também a nível paisagístico, já que todos os quartos, sem excepção, têm vista para o rio».

O empreendimento deverá ser «bastante procurado pela classe empresarial, porque se situa numa zona sossegada», mas a directora do hotel aponta como público-alvo o turista sénior e os grupos familiares, que saberão apreciar a «tranquilidade do local e o potencial da zona em termos de lazer».

O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, diz que a exploração do hotel «integra-se na componente turística do projecto de preservação e requalificação das margens do Caima», que se propõe valorizar 40 hectares de terreno em torno da unidade e transformá-los no Parque Natural Bento Carqueja.

«São bem evidentes as preocupações ambientais do projecto e vamos ter um rio Caima despoluído e atractivo, o que, na área económica, será potenciador de riqueza para o município».

Com uma suite presidencial e quatro alojamentos comunicantes entre os seus 30 quartos, o edifício principal inclui o spa com piscina interior e exterior, biblioteca e uma área de pequenos-almoços.

As restantes refeições são servidas no HC Restaurante, que, com um bar e um salão de eventos para 180 pessoas, presta homenagem à bicentenária Hídrica do Caima.

Restaurado, o edifício original da hídrica mantém a sua ligação ao canal que atravessa o jardim do hotel e pode apreciar-se em pleno funcionamento na zona contígua ao restaurante, devendo ser transformado num museu de energia vocacionado, sobretudo, para o público escolar.

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