Parque da Cidade do Porto, com vistas de mar, atrai mais de um milhão de visitantes por ano

Com uma área de 90 hectares, o Parque da Cidade do Porto, onde passear, correr, andar de bicicleta ou fazer um piquenique acontece com vistas para o mar, recebe anualmente “mais de um milhão” de visitantes, segundo a câmara.

Esta orla marítima de 800 metros, com acesso à praia, é uma particularidade rara a nível mundial, constituindo o maior espaço verde totalmente inserido num contexto urbano do país.

Um equipamento de balneários para servir a zona desportiva e os utentes do parque é uma das novidades para o futuro do espaço verde, adianta à Lusa a autarquia, esclarecendo que a construção se deve a uma parceria entre o município e o Sport Club do Porto.

Naquela área semelhante a 80 campos de futebol existem ainda quatro lagos com uma superfície total aproximada de 40 mil metros quadrados, zonas de relvado e arborizadas.

Muito comum naquele ‘pulmão’ da cidade é ver crianças darem pão aos patos, mas também há gansos, cisnes, peixes e rãs, além de coelhos e répteis.

Quanto à flora, que está limitada pela proximidade do mar, estão contabilizadas, pelo menos, 75 espécies arbóreas, 42 arbustivas, 15 espécies de árvores de fruto e 10 espécies aquáticas, num total de dezenas de milhares de exemplares.

Localizado na zona ocidental da cidade, o Parque da Cidade aparece pela primeira vez no plano de urbanização do arquiteto Robert Auzelle, na década de 1960, e foi projetado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, tendo sido inaugurado em 1993 e finalizado em 2003, com a construção da frente marítima.

O parque foi pensado com atenção à sustentabilidade ambiental, já que houve uma preocupação em modelar o espaço verde de forma a garantir a apropriada retenção da água das chuvas.

Para além disso, os lagos são abastecidos apenas por nascentes e cursos de água existentes no local e toda a água utilizada para a rega do parque provêm dos seus lagos.

O mesmo objetivo está presente nas tarefas de manutenção: as máquinas de cortar as relvas e os prados fracionam o material em partículas muito pequenas que são depois incorporadas no solo, enriquecendo-o.

Também a lenha proveniente da limpeza e queda de ramos das árvores adultas é aproveitada, através de uma máquina que a transforma em estilha que será depois aplicada em tubos de arbustos, nas caldeiras das árvores e nos canteiros da cidade.

O espaço inclui ainda um núcleo rural, inaugurado em 2002, depois de três anos de restauro e recuperação de quatro quintas, num projeto da autoria do arquiteto João Paulo Rapagão.

É nessa zona que se encontra um restaurante e um salão de chá com esplanada, bem como um dos seis centros de educação ambiental dinamizados pela autarquia (que mobilizam anualmente cerca de 45 mil participantes).

Desde dezembro de 2002, o parque acolhe, junto à entrada Norte, na Estrada Interior da Circunvalação, o Pavilhão da Água, um dos pavilhões temáticos da Expo’98.

O Parque da Cidade foi selecionado em 2000 pela Ordem dos Engenheiros como uma das “100 obras mais notáveis construídas no século 20 em Portugal”, escreve a Câmara do Porto, no seu site.

@Lusa

Comentários

Anónimo disse…
Gosto da expressão "vistas de mar", é como "olhos de água", não quer dizer nada mas agora escreve-se assim, com chavões sobre cujo significado ninguém reflecte. Saem automaticamente e compõem o texto (da Lusa, neste caso).
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Com um volume de visitas assim, qualquer dia ainda lá instalam um hipermercado ou estabelecimento similar onde o número de visitantes é padrão de escolha de empreendimentos.
Porque habitação, parece que já lá começa a existir, apesar de ser nas fraldas do parque. Não me admira nada que, em futuros tempos, o Palácio de Cristal se transforme num condomínio fechado de elevado nível e que o parque da cidade lá vá cedendo progressivamente uma parte dos seus 90 hectares para negócios de qualquer modo e feitio.
Infelizmente, hoje vale tudo, mesmo tudo e, no futuro, será cada vez pior. Hoje a política não é 'a política'. Cedeu lugar ao negócio. Negócio é que é 'a política'. E há sempre alguém que se dispõe a vender-se por muito menos que um prato de lentilhas, infelizmente. Tanto uns como outros é gente desgraçada.
O Criador tenha dó deles.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)