A queda de um mito

Portugal não tem municípios a mais!



tabela retirada do blogue Gota de Água

Depois de analisados os dados, continuará alguém a dizer que Portugal precisa de cortar concelhos?



João Marques Ribeiro


Comentários

Anónimo disse…
o problema não está na extinção de municipios, está é no despesismo, clientelismo, falta de transparencia,pouca o nenhuma produtividade, principalmente dos atores politicos e seus Chefes de gabinetes, adjuntos assessores, secretárias, cartões de credito, motoristas, viaturas, telemoveis etc. etc. a chamada "gordura"
manuel amaro disse…
Ok. Então vamos fazer... redesenhar nos mapas de Portugal, cerca de 308 municípios com cerca de 35.000 habitantes, cada, (sem prejuizo de Porto Santo, Corvo, Flores, Graciosa, Pico, São Jorge, Faial e Santa Maria).
Podemos brincar com as palavras, mas não podemos ser "politiqueiros"...
Caro Anónimo,

Completamente de acordo consigo. Falta, ainda, acrescentar as Empresas Municipais como instrumentos de desorçamentação e de clientelismo partidário.

Cumprimentos,
Caro Manuel Amaro,

Também estou de acordo consigo quanto ao facto de ser preciso ter algum cuidado quando olhamos para estes n.ºs baseados em médias. É preciso, também, ter em conta outros factores e, neste campo, outras medidas de dispersão (desvio padrão) para então podermos, com mais fundamento, analisar os dados apresentados neste mapa.

Ainda assim penso que em Portugal não há excesso de municípios e a existir algumas fusões (extinções) estas devem ser circunscritas a situações muito especificas.

Cumprimentos,
Caro Manuel Amaro:

Pronto, já percebi. O seu bode expiatório no meio disto tudo é o Interior.

Do seu comentário anterior, avança-me com a extinção dos municípios da serra algarvia. Bonito serviço esse, seria extinguir os municípios mais pobres e desertificados do Algarve!

E depois? Que futuro para essas zonas? Zonas com baixa população, com peso reduzidíssimo nos concelhos onde seriam integrados, ou seja, com ainda menos investimento do que aquilo que têm agora.

Está visto: cada vez mais investimento no litoral, e menos no interior. Abandono completo das zonas de baixa densidade, e aposta na litoralização pura e dura.

Ou seja, apostar no reforço daquele que é um dos nossos maiores problemas: litoralização e bipolarização cada vez mais a tender para a macrocefalia.

Realmente, apostar no abandono de metade do território é mesmo o caminho para o futuro (estou a ser irónico).

Quanto às ilhas, conhece o senhor as particularidades geográficas destas? Conhece as condicionantes do relevo da Madeira, por exemplo? Porque não pesquisar o porquê das divisões municipais que por lá existem?

É fácil dizer que de Porto Moniz à Calheta só são 30 kms... Mas depois quando se faz viagens pelas piores estradas da Madeira, e se demora quase uma hora no percurso, a opinião muda muito!

O mesmo para Nordeste/Povoação, ou Madalena/Lajes do Pico, por exemplo. Isto só para dar dois exemplos.

Nem os geógrafos mais experimentados ousariam fazer em anos o que o senhor escreveu no seu comentário em minutos. Isto para dizer que só com grande conhecimento de causa e experimentação, e acima de tudo, com o acordo das populações, se podem e devem fazer alterações no mapa autárquico.

Cumprimentos,
Caro António Almeida Felizes:

Concordo plenamente quando diz que a média não é a melhor medida para avaliar a realidade dos municípios em comparação com os parceiros da UE.

Entrar com a mediana e o desvio-padrão seria, como diz, bem mais adequado. Quando tiver mais disponibilidade, se conseguir arranjar esses dados, ainda tentarei fazer essas contas. Porém, nestes próximos tempos, é-me impossível.

Porém, foi o que consegui arranjar, o que penso já ser alguma coisa, e nos poder dar uma ideia da falácia que nos andam a tentar impingir com esta demagogia em torno dos municípios. Esses sim, que nos dizem que há municípios e freguesias a mais, são os «politiqueiros».

Mas, ainda dentro deste tema, acho que há um país cuja atitude quanto às zonas de baixas densidades merece análise: a Suécia.
Tal como nós, a Suécia tem elevados contrastes regionais em termos de população, nomeadamente Norte/Sul e Litoral/Interior.

As zonas geladas da Lapónia sueca têm, tal como o Interior de Portugal, muitíssimos municípios com menos de 10 mil habitantes, e até com menos de 5 mil. Ainda assim, a sua situação demográfica, e penso que também económica, é sem dúvida melhor que a de Trás-os-Montes e da Beira Interior.

Talvez o segredo seja por lá haver regionalização: A Lapónia, com menos de 95 mil habitantes e cuja cidade maior tem 18 mil habitantes, tem órgãos de poder regional próprios.
Em comparação, a Beira Interior tem mais de 300 mil habitantes, e Castelo Branco mais de 30 mil habitantes, e por cá continua a ser tudo centralizado e ainda se diz que não há massa crítica para uma região da Beira Interior.

Não deixam de ser dados curiosos.

Cumprimentos,
De referir que concordo completamente com o anónimo das 03:13.
Os cortes devem ser feitos não no que está bem (mapa), mas sim no que está mal- a chamada «gordura» que o anónimo bem elencou.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O essencial é decidir e implementar a regionalização autonómica no terreno.
O resto que não é assim tão pouco, virá depois.
E vai dar pano para mangas.
Discutir a redução ou o aumento das freguesias é prematuro demais.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Isto é, se ainda existirmos até lá.
Rui F. disse…
A redução de municípios só porque se quer cortar, é uma ideia má. No entanto deveria redesenhar-se o mapa destes municípios e das freguesias.
Sim em alguns casos, extinguir (unir/juntar/agregar)...
Este mapa de 1836 não serve para hoje! Há acessibilidades diferentes, necessidades diferentes, problemas diferentes, densidades populacionais diferentes... é necessário sobretudo racionalizar para se poupar, mas não cortar cegamente.

Cumprimentos
Caro Anónimo pró-7RA.

Também não tenho dúvidas sobre a inversão deste processo da reforma administrativa. Deveria iniciar-se, justamente, pela instituição das regiões. Depois no seio das Assembleias Regionais discutir-se-ia a questão dos municípios. Por fim nas Assembleias Municipais tratar-se-ia das questões referentes às freguesias.

Cumprimentos,
Rui F. disse…
Caro A. Almeida Felizes, era exactamente essa a minha ideia.
Regionalizar, para municipalizar, para depois se efectuar uma divisão justa de freguesias.

Cumprimentos,
manuel amaro disse…
Eu nunca escrevi, nem escreverei, que quem aqui escreve quer... blá... blá.. para o interior ou para o litoral.

Posso estar totalmente errado, mas o que aqui escrevo resulta de estudos "normais", mas também de milhares de quilómetros "á la pata", na ilha da Madeira, desde 1 de Novembro de 1974, na maior parte das ilhas dos Açores e na serra algarvia.
Também conheço o resto do país, com algumas lacunas no Minho, mas o suficiente para estar convicto de que se pode fazer muito mais com melhores condições de execução.

Sempre em benefício da população... principalmente dos mais necessitados.

Sempre, sempre.
Caro Rui F

Obrigado pelos seus comentários.
Não faltarão oportunidades para continuarmos a trocar ideias.

Cumprimentos,
Caro Manuel Amaro:

Eu não disse que o senhor quer isto ou aquilo para o interior ou para o litoral.

Eu simplesmente enumerei as consequências daquilo que o senhor propôs.

Acredito que até o proponha com a melhor das intenções, e com a intenção de melhorar a vida da população, mas há uma relação de causa-efeito entre aquilo que propôs e as consequências nefastas que enumerei para as áreas de baixa densidade populacional.

A estrutura da sociedade dos pequenos concelhos do Interior já está estudada, e depende completamente do Poder Local. Se o extinguirmos, retiramos a única "âncora" que ainda ali fixa a população. Logo, a consequência directa é o puro e simples despovoamento de aldeias e vilas em massa pelo país fora.

Era isto, e apenas isto, que estava a tentar expor. Não me passa pela cabeça, nem de perto nem de longe, fazer juízos de valor ou de intenção sobre quem quer que seja. Apenas comento opiniões.

Cumprimentos,
manuel amaro disse…
Não há volta a dar.
O "raio" da palavra extinguir, quer dizer isso mesmo.
Extinguir...

Mas, quando a minha prima extinguiu cinco (5) quilos de peso que tinha a mais, ficou muito melhor.
Agora, tem menos peso, mas vive mais feliz...

Eu gostaria que o mundo "autarca" perdesse uns quilinhos que tem a mias, para a população viver mais feliz.

E não adianta eles dizerem, bem alto, em coro: ... não fomos nós!!!...

Eu sei. Também não fui eu. E já estou a pagar, bem caro.

Portanto, qualquer euro que se poupe na reorganização autárquica será uma coisa boa.
Para mim??? Não!!!
Para os pobres e famintos que vivem no interior.
Caro Manuel Amaro:

Já lhe expliquei as consequências da extinção de municípios nas regiões do Interior. Se não quer ouvir, pronto, paciência. Se quer continuar a achar que ter freguesias que passariam a estar a 50 ou 60 km de uma sede de concelho é uma coisa boa para as pessoas do Interior, tudo bem. Fique lá com a sua.

Mas gostava aqui de o ouvir falar nos institutos públicos, fundações, empresas públicas, EPEs, etc... Ah, pois é! Não se vêem, não é? Estão lá escondidas, só se sabe que elas existem no Terreiro do Paço...

É por isto que a nossa sociedade está envenenada contra o Poder Local. O Poder Local consome 15% dos recursos do Estado; o Poder Central mais de 60%.

Mas como o cidadão comum não sabe disto, entretém-se a pedir cortes nas migalhas.

E mesmo nos cortes nas migalhas... que eles sejam bem longe! Lá nos «provincianos»! Porque ter uma cidade como Lisboa espartilhada em 6 concelhos é absolutamente necessário. Aí, nem pensem em cortar!

Enfim.

Cumprimentos,
manuel amaro disse…
A sociedade pode estar envenenada contra o poder local.
Eu, não.
Eu adoro o poder local.
Vivo no, com o e para o poder local
Já nem preciso de mapas.
Acredito no meu projeto.
Tal como acredito que esse bando de EP´s, PPP´s, institutos, fundações e similares, são o cancro de Portugal.

Mas não desisto.
Estou por aí...