Porto Canal / FC Porto Canal

Segui com alguma atenção e interesse a entrevista que Pinto da Costa deu no programa “Somos Porto” do Porto Canal.....ouvi da boca deste Sr. que o Porto Canal nunca será um Futebol Clube do Porto Canal, porque, segundo este, o Porto Canal deverá ser sempre um Canal que dê voz a uma Região e Cidade esquecidas e engolidas pelo chamado complexo Centralista. Acrescentou ainda Pinto da Costa que um Canal de Clubes não oferece nenhum conteúdo de interesse geral e de nada serve para aumentar o prestígio de um Clube.

Confesso que estou 100% de acordo com o Presidente Portista, pois já há muito que venho a afirmar que um canal televisivo dedicado somente a um Clube não serve para absolutamente nada senão para dar voz a um conjunto de parolos que se servem deste meio de comunicação para mostrarem ao Mundo a sua estupidez ......
(...)
Tal como afirmou Pinto da Costa, o Porto Canal deve existir para dar voz a um Norte que foi perdendo a sua força em detrimento de um Centralismo doentio que estacionou na Capital Lisboeta.

O Porto Canal deverá ser, juntamente com o resistente Jornal de Notícias, a forma que uma Região tem de se fazer ouvir numa altura em que Empresários ditos do Norte resolveram escoar os seus investimentos para a Capital tal como fez Belmiro de Azevedo, por exemplo.

Querer que a voz do Norte de Portugal se resuma somente a um Clube de nome Futebol Clube do Porto não é só ser-se redutor como também é ser-se mesquinho e colaborar neste amordaçar da Voz do Norte de Portugal.

Querer um FC Porto Canal no lugar de um Porto Canal é o mesmo que alinhar numa Regionalização com o actual panorama político que é coabitado por exploradores e oportunistas que se servem de todos nós para enriquecer.

Por isto meus caros amigos e amigas Portistas, não queiramos calar um dos poucos meios que o Norte tem de se fazer ouvir. Não queiramos que o Porto Canal se transforme numa espécie de esgoto aberto .....
Porto Canal sim. Futebol Clube do Porto Canal, nunca, jamais.

|The Blue One|
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Comentários

jlsc disse…
Nunca tive em grande apreço os comentários sobre comentários: ou são concordantes no essencial e então são um redundante "chover no molhado", ou lhe acrescentam alguma coisa. Neste caso, se o propósito não for simplesmente polemizar com o comentador visado, será caso sempre para pensar sobre não seria mais ajustado dirigir a apreciação ao artigo. Esta pequena nota ficará talvez por um desconfortável meio caminho.
Çoncordo com a actual posição do FCP e julgo entender a opinião do seu presidente, que claramente assenta na diferenciação da função informativa do Canal Porto das finalidades exclusivamente promocionais de um "Canal FCP". Como estará ao alcance de qualquer um, a ideia de uma troca dessas chega a ser ofensiva, de tao alvar.
O que não está ainda ao alcance de muitos é a compreensão de que esse dislate resulta de uma lógica viciada pelo pressuposto centralista em que assenta. Da mesma lógica resulta, por exemplo, para os jornais ditos nacionais das TVs generalistas uma discussão de trânsito com bofetada em Alcântara tem interesse geral, escarnecendo dos cidadãos das regiões autónomas e, claro está, dos da "província". Isto é assim porque todas as estradas, ruas e vielas vão dar a Lisboa, pelo que o único que interessa ao país em peso é o tráfego dos acessos à capital.
Fazer passar subliminarmente esta impressão é importante para a eternização da bacoca macrocefalia nacional. A descida dos lobos províncianos ao povoado lisboeta, como acontecerá com o universo Sonae, impressiona-me pouco: renderam-se à evidência de que os vasos comunicantes é lá que se estendem entre os interesses e o poder central, que tantas benesses lhes assegura. A regionalização como eu a entendo não as daria de certeza, porque não poderia fazer o que faz Lisboa: vende o que não está lá.
Hoje a Sonae está em Lisboa? Amanhã estará simplesmente em Dublin, como faz a Cisco e tantas empresas ainda livres de migrar em segundos, consoante os impostos.
O que me impressiona mesmo é como aquele imenso rebanho de importantes desgraçados, condenados à glória da suburbanidade "cosmopolita", ainda não entendeu que a sua própria regionalização os ajudaria a ter uma vida melhor!
Por isso, não creio que beneficie a causa da regionalização deixar que se faça crer que ela é ou, sequer, que sobretudo é um problema do Porto ou do norte.
É um sério, grave, problema de um Portugal doente.