PORTO, CIDADE DE TURISMO E CULTURA...

Porto Cidade, Porto Invicta, Porto Tripeiro. Porto Capital do Norte foi sendo nos últimos anos destruído aos poucos por Lisboa que lhe criando uma imagem de mediocridade, suburbana, provinciana. Assim quer Lisboa ver o Porto de hoje.

Mas estará o Porto e toda esta região mesmo assim? Não, em definitivo. Continuamos a ter gente culta, com visão e que sabe o que quer. É urgente criar um lobby forte que inclua as forças “vivas” da região, os seus políticos, as gentes da cultura e do saber (temos das melhores Universidades da Europa), os bons (poucos) empresários que restam e até, mesmo que tal possa provocar alguma controvérsia, as incontornáveis e mediáticas personalidades do desporto. É imprescindível não continuarmos a ser obrigados a ir para Lisboa para “existirmos”, para sermos “respeitados”.

As sedes das empresas, alguns políticos promissores, os media e os seus jornalistas, bem como estruturas de produção cultural, infelizmente, têm ido para Sul e…para o estrangeiro. Terá de se inverter esta lógica de forma a acabar de vez com as assimetrias existentes. Mas torna-se urgente repensar a região. Torna-se obrigatório voltar a criar uma identidade própria para este Grande Porto.

É verdade que o Porto/cidade foi mudando, sobretudo nos anos mais recentes. Muitas são as razões para tal e que devem ser analisadas aprofundadamente, mas tudo foi acontecendo porque foi perdendo os seus habitantes, as suas “gentes”, sobretudo na Baixa. Agora quem ali vive são “seniores” e alguns (poucos) jovens que quase não dão para manter abertas as escolas básicas e secundárias do centro do Porto.

Não há números certos, mas creio que o Porto-centro tem actualmente cerca de 200 mil habitantes! De que serve o Porto ser Património Mundial da Humanidade? De que serve ter sido Capital Europeia da Cultura? De que serve ter Serralves, a Casa da Música, o Fantasporto, o Futebol Clube do Porto, o Vinho do Porto? Se de dia ainda parece uma cidade pujante, chega a noite e é uma “vila”, a que acresce o problema de ser dominada por fortes núcleos de marginalidade difíceis de erradicar.

Viver actualmente no centro do Porto, é uma aventura. Não é “saudável” para ninguém. Não é seguro. Há que mudar isto para se conseguir uma cidade que seja dinâmica, segura, que seja invejada por todos.

Numa cidade e numa região que tem crescido substancialmente em número de turistas, como se pode, sem um aumento da segurança, reconquistar o centro da cidade, voltando este a ser um espaço de prazer para os cidadãos e permitindo deixar ficar ao turista que nos visita uma imagem atractiva, capaz de o obrigar a voltar?

Para haver turismo é demasiado o número de restaurantes e tradicionais cafés que se encontram fechados à noite por falta de clientes. A animação nocturna é irregular e extremamente limitada. Tirando os novos bares da zona da Praça dos Leões e de Passos Manuel que chamam às sextas e sábados a atenção dos mais jovens, e as esplanadas que o Verão tem oferecido à cidade, o centro até tem turistas mas está vazio de conteúdo quanto ao lazer.

Em qualquer cidade do Mundo, Turismo e Cultura estão de mãos dadas. É Agosto e o Teatro S. João está fechado, o mesmo acontecendo com o Rivoli e o Coliseu, este em obras. Pouco ou nada acontece para oferecer aos turistas que nos visitam. Como poderá o Porto ser assim uma cidade turística?

E já agora, para que serve termos um dos melhores aeroportos da Europa quando tão pouco temos para oferecer a quem nos visita? Todas estas perguntas têm respostas óbvias e que se resumem numa frase simples “O Porto é um cidade turística”. Agora…é só fazer por isso. Basta um pouco de criatividade e trabalho e nunca esquecendo que não se está a “gastar dinheiro” em lazer mas a investir no presente e, sobretudo, no futuro da cidade e da região.

por Mário Dorminsky
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Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

O que de Lisboa chega ao Porto por políticos-de-turno e seus mandatários pouco interessa. Não se deve responder à mediocridade nem ao bacoquismo político.
Também não são precisos 'lobies' do Porto, do Norte ou doutro lado qualquer e muito menos das suas lideranças, quais bibelots que já não representam nem influenciam nada, absolutamente nada.
O que é necessário é de personalidades que se destaquem por ideias e acções inovadoras fora dos 'lobies' habituais e que sibam o que fazerdesenvolver uma sociedade e não fazer 'inchar' uma economia. É preciso crescimento e não inchamento da economia para suportar o desenvolvimento económico, social, cultural, ecológico e sustentado da sociedade portuguesa.
O resto é mais do mesmo. E sendo-o, haverá alguém interessado em continuar nesta mediocridade e lambebotice?

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)