Douro: Aumento da procura leva CP a adiar encerramento da ligação Régua-Pocinho

Apesar de ter adiado o encerramento do último troço da Linha do Douro, o fim da ligação Régua-Pocinho continua a constar do rol das ferrovias a fechar do plano apresentado à troika. Governo analisa o caso

A “supressão de circulações entre Régua e Pocinho” era uma das medidas de redução de custos do Plano de Actividades e Orçamento de 2011 da CP, que deveria ter sido implementada em Fevereiro deste ano, mas que a empresa deixou caiu por “haver procura” neste troço.

Esta decisão consta do relatório semestral de gestão da CP, no qual estes 68 quilómetros de via férrea continuam, todavia, a constar na lista dos 800 quilómetros de linhas que poderão encerrar, nos termos do plano apresentado pela Refer à troika.

O aumento da procura no Douro é sazonal, tendo-se verificado nos últimos meses comboios congestionados, com passageiros a viajar de pé, insatisfeitos por terem comprado um passeio de comboio na linha mais bonita do país e não encontrarem condições para apreciar devidamente a paisagem.

O problema é que a CP não tem comboios para esta linha. As automotoras que por aqui circulam são
espanholas e a CP paga por elas 5,35 milhões de euros anuais à Renfe. O contrato tem a duração de cinco anos e deverá ser prorrogado, porque a transportadora portuguesa não tem material para este serviço, dado que parte das locomotivas e carruagens que estavam afectas ao Douro foram
vendidas à Argentina.

A alternativa é o material em segunda mão espanhol. Tem ar condicionado e assentos mais confortáveis do que as composições anteriores, mas está longe de ser o material mais adequado para uma linha com potencial turístico, onde muitos passageiros desejam abrir a janela para melhor usufruir da paisagem.

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